Bom Dia Sorocaba
Menino de 3 anos e três jovens morreram afogados em piscinas e lagos da região; crianças pedem cuidados
Três jovens, com idades entre 22 e 29 anos, e uma criança, morreram
afogados no fim de semana passado. Casos trágicos que poderiam ser
evitados se fossem seguidas recomendações básicas dos bombeiros.
Na
região de Sorocaba, os dados mais recentes da Secretaria de Saúde
mostram que morrem sete pessoas por mês vítimas de afogamentos. Um total
de 91 mortes em 12 meses. A Capital e a região metropolitana são as
primeiras do ranking, com 360 casos de afogamento. No último domingo, as
mortes ocorreram por conta da distração dos pais e da imprudência dos
jovens.
Álcool/ O consumo de álcool é a
principal causa da morte de jovens por afogamento, afirma Jorge Michel
Ribera, gerente operacional do Grau (Grupo de Resgate e Atendimento a
Urgências) da Secretaria da Saúde. Segundo ele, ex-salva vidas, as
histórias trágicas se repetem, apesar das campanhas contra o vício. “As
pessoas têm uma falsa impressão de que vão curar a ressaca na água. É um
ledo engano”, diz. “O embriagado tem o comportamento pior que o de uma
criança na água. É preciso mais coerência”, pede.
Ele adverte
que, se o estado da pessoa não for sóbrio, o risco é grande,
independente do nível da água. “Se for nadar, não beba. E se beber, não
ponha nem os pés em piscinas, lagos, represas ou praias. A força da maré
ou da corrente derruba facilmente as pessoas embriagadas”, afirma
Jorge. Na opinião dele, os familiares ou amigos precisam radicalizar: se
verificar que alguém está fora do normal, devem impedir a entrada dele
na água.
Outro caso comum, que provoca muitas mortes, é mergulhar
de cabeça em um lugar que a pessoa desconhece. “Não pode fazer isso
nunca. O relevo é instável, com áreas rasas e profundas”, avisa Jorge
Ribera. Portanto, se a pessoa quiser se arriscar, melhor pular de pé.
Crianças precisam ser vigiadasA ocorrência mais
dramática aconteceu em uma chácara do bairro Jardim Europa, em
Mairinque, no domingo. Sidnei Donato Gomes notou a ausência do filho,
Rian Oliveira Gomes, 3 anos, e foi procurá-lo. Encontrou o menino
boiando na água da piscina. Tentou socorrê-lo, mas já era tarde. A
criança morreu afogada.
A tragédia em Mairinque poderia ter sido
evitada, se não houvesse a “falsa segurança de que os menores estão
sendo vigiados por alguém”. “As crianças são curiosas. Apesar de não
terem habilidade para colocar o tronco e a cabeça para fora da água,
mergulham para brincar.
Enquanto isso, os pais estão entretidos
com o churrasco e a festa”, diz o especialista da Secretaria da Saúde.
“Acredita-se que sempre tem alguém olhando”, afirma. O pré-requisito,
para qualquer evento social com criança, é esse: eleger duas pessoas que
não bebam para vigiar os pequenos. “Assim, não tem erro”, diz Jorge. Em
dupla, revezam-se. “Essa prática não exige técnica ou conhecimento
especial. Basta querer prevenir.”
Outros casos/
Por volta das 15h30 do mesmo dia, na represa Itacaré, em Alumínio, César
Rodrigues da Conceição, 22, entrou na água, passou mal e afogou-se. Os
amigos procuraram o rapaz por algumas horas, mas seu corpo foi
localizado muito tempo depois. “Dizem que teve um mal súbito. É provável
que tenha bebido”, disse um parente, que não quis se identificar. O
menino e o jovem foram enterrados na segunda-feira, no Cemitério
Municipal de Mairinque.
Às 14h30 da mesma data, Carlos Danilo de
Oliveira, 23, mergulhou na água da barragem de Votocel, em Votorantim, e
chocou-se de cabeça em uma pedra, segundo uma parente. Ele morreu na
hora. Os Bombeiros foram ao local, mas nada puderam fazer.
Em uma
lagoa do bairro Tanque Velho, em Araçariguama, Adenilson Serna de
Oliveira, 29, entrou na água supostamente bêbado sem saber nadar às
15h10. Os amigos, que também beberam, tentaram socorrer, mas o rapaz
morreu.
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