segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tragédias nas águas matam 7 por mês na região

Bom Dia Sorocaba
Rodrigo Rainho 



 Menino de 3 anos e três jovens morreram afogados em piscinas e lagos da região; crianças pedem cuidados

Três jovens, com idades entre 22 e 29 anos, e uma criança, morreram afogados no fim de semana passado. Casos trágicos que poderiam ser evitados se fossem seguidas recomendações básicas dos bombeiros.

Na região de Sorocaba, os dados mais recentes da Secretaria de Saúde mostram que morrem sete pessoas por mês vítimas de afogamentos. Um total de 91 mortes em 12 meses. A Capital e a região metropolitana são as primeiras do ranking, com 360 casos de afogamento. No último domingo, as mortes ocorreram por conta da distração dos pais e da imprudência dos jovens.

Álcool/ O consumo de álcool é a principal causa da morte de jovens por afogamento, afirma Jorge Michel Ribera, gerente operacional do Grau (Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências) da Secretaria da Saúde. Segundo ele, ex-salva vidas, as histórias trágicas se repetem, apesar das campanhas contra o vício. “As pessoas têm uma falsa impressão de que vão curar a ressaca na água. É um ledo engano”, diz. “O embriagado tem o comportamento pior que o de uma criança na água. É preciso mais coerência”, pede.

Ele adverte que, se o estado da pessoa não for sóbrio, o risco é grande, independente do nível da água. “Se for nadar, não beba. E se beber, não ponha nem os pés em piscinas, lagos, represas ou praias. A força da maré ou da corrente derruba facilmente as pessoas embriagadas”, afirma Jorge. Na opinião dele, os familiares ou amigos precisam radicalizar: se verificar que alguém está fora do normal, devem impedir a entrada dele na água.

Outro caso comum, que provoca muitas mortes, é mergulhar de cabeça em um lugar que a pessoa desconhece. “Não pode fazer isso nunca. O relevo é instável, com áreas rasas e profundas”, avisa Jorge Ribera. Portanto, se a pessoa quiser se arriscar, melhor pular de pé.
Crianças precisam ser vigiadasA ocorrência mais dramática aconteceu em uma chácara do bairro Jardim Europa, em Mairinque, no domingo. Sidnei Donato Gomes notou a ausência do filho, Rian Oliveira Gomes, 3 anos, e foi procurá-lo. Encontrou o menino boiando na água da piscina. Tentou socorrê-lo, mas já era tarde. A criança morreu afogada.

A tragédia em Mairinque poderia ter sido evitada, se não houvesse a “falsa segurança de que os menores estão sendo vigiados por alguém”. “As crianças são curiosas. Apesar de não terem habilidade para colocar o tronco e a cabeça para fora da água, mergulham para brincar.

Enquanto isso, os pais estão entretidos com o churrasco e a festa”, diz o especialista da Secretaria da Saúde. “Acredita-se que sempre tem alguém olhando”, afirma. O pré-requisito, para qualquer evento social com criança, é esse: eleger duas pessoas que não bebam para vigiar os pequenos. “Assim, não tem erro”, diz Jorge. Em dupla, revezam-se. “Essa prática não exige técnica ou conhecimento especial. Basta querer prevenir.”

Outros casos/ Por volta das 15h30 do mesmo dia, na represa Itacaré, em Alumínio, César Rodrigues da Conceição, 22, entrou na água, passou mal e afogou-se. Os amigos procuraram o rapaz por algumas horas, mas seu corpo foi localizado muito tempo depois. “Dizem que teve um mal súbito. É provável que tenha bebido”, disse um parente, que não quis se identificar. O menino e o jovem foram enterrados na segunda-feira, no Cemitério Municipal de Mairinque.

Às 14h30 da mesma data, Carlos Danilo de Oliveira, 23, mergulhou na água da barragem de Votocel, em Votorantim, e chocou-se de cabeça em uma pedra, segundo uma parente. Ele morreu na hora. Os Bombeiros foram ao local, mas nada puderam fazer.

Em uma lagoa do bairro Tanque Velho, em Araçariguama, Adenilson Serna de Oliveira, 29, entrou na água supostamente bêbado sem saber nadar às 15h10. Os amigos, que também beberam, tentaram socorrer, mas o rapaz morreu.

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