De volta aos palcos

Notícia publicada na edição de 25/05/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 003 do caderno C
Maíra Fernandes

Depois de dez anos, o espetáculo "A Sombra Daqui de Casa" é apresentado com parte do elenco original 

 

 - Por: Erick Pinheiro

 

  - Por: Erick Pinheiro

  - Por: Erick Pinheiro

Dez anos após a estreia, o espetáculo "A Sombra Daqui de Casa" volta a ser encenado em Votorantim. As apresentações acontecem hoje e domingo, às 20h, no Auditório Municipal "Francisco Beranger"; e amanhã, às 19h, dentro da programação da festa Cabiru, realizada pelo Coletivo Cê, no Espaço Cê, que fica no bairro da Chave (confira agenda completa da festa nesta página).

A peça, que teve sua primeira montagem em 2002 (dentro do Núcleo de Dança existente na época e mantido pela Secretaria de Cultura de Votorantim), propõe reflexões sobre o ato de estar à "sombra" de alguém, quando a pessoa se coloca em segundo plano pelo desejo do outro. O espetáculo não tem o legado de apenas retomar o trabalho, que teve bastante repercussão na época, mas também de juntar, 10 anos depois, os artistas que participaram da primeira montagem para discutir questões de espaço, dança e de colaboração. "No final de dezembro de 2011, surgiu a vontade de alguns artistas que participaram da primeira montagem e de artistas que apenas acompanharam o processo de criação de refazer este trabalho e principalmente de reunir-se para trocar ideia e desenvolver processos colaborativos em dança", conta Vera Almeida, que também estava na estreia do espetáculo, em 2002.
A partir dessa conversa e desses encontros, nasceu então uma segunda proposta, batizada como "Colaboração em Dança", coletivo formado pelas pessoas que participaram da primeira montagem além de outros interessados. "Somos artistas, entre adolescentes, jovens e adultos, nos reunindo e pensando como se dá a colaboração em dança", conta Vera.

Amadurecimento profissional

Além do amor pela dança, os artistas, como Júlio Mello, atualmente no Coletivo Cê, contam que a opção pela peça para essa retomada foi devido à importância dela para os profissionais - na época bem jovens - e a receptividade do público. Como explica, na época em que apresentaram o espetáculo pela primeira vez, muitas das atrizes ainda estavam na adolescência, então a interpretação do texto soava bem diferente da interpretação de hoje, alguns anos mais amadurecidas. O texto "fala das linhas que se juntam ao longo da vida construindo os tecidos que nos abrigam do frio, fala das relações entre homens e mulheres, de nossos imaginários, de nossas alegrias e tristezas, do modo como escolhemos lidar com todas elas", sintetizam.
Além da releitura, os artistas destacam que se surpreenderam em notar que, mesmo morando em uma cidade pequena, no caso Votorantim, e tendo vivenciado intensamente o período da construção do espetáculo, a maioria não mais se via ou sabia o que cada um andava fazendo. E mesmo cada um rumando por um lado profissional distinto, o que perdurou, destacam, é o "comichão" daqueles que já foram mordido pelo bicho da dança.

Serviço

As apresentações de hoje e domingo, dia 27, serão às 20h no Auditório Municipal "Francisco Beranger", que fica na na avenida vereador Newton Vieira Soares, Centro. No sábado, uma apresentação especial será realizada às 19h no Espaço Coletivo Cê, situado na rua Doutor Heitor Avino, 127, no Bairro da Chave. Todas as apresentações serão gratuitas.