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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Empreender é muito mais do que montar o próprio negócio

 Notícia publicada na edição de 09/05/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 12 do caderno A
 Leila Gapy

Conceito ajuda aos jovens a usar a liberdade, a criatividade e a ter foco - Por: Divulgação



A abundância de conhecimentos e a facilidade de acesso à informação tem gerado jovens cada vez mais informados, livres e ágeis. Mas simultaneamente, uma geração também carente de convívio social, de limites, ética e moral. E no encontro com as necessidades desta nova geração de jovens está a cultura empreendedora - que ensina a usar a liberdade, a criatividade e a ter foco. É nisso que acredita o especialista em educação, professor e mestre Max Haetinger.

Nesta linha de raciocínio está também a Secretaria Estadual de Educação, que abriu as inscrições para os professores da rede estadual para o curso Jovens Empreendedores Primeiros Passos, desenvolvido em parceria com o Sebrae-SP. O objetivo é capacitar docentes para que desenvolvam a cultura empreendedora entre os estudantes do ciclo 2 do Ensino Fundamental. São 30 vagas para cada uma das 91 Diretorias Regionais de Ensino (DE) do Estado. Ao todo são 2.730 vagas, sendo 150 divididas entre Sorocaba, Votorantim, Itu, Itapetininga e São Roque.

Mas para Haetinger, a necessidade do caráter empreendedor vai além da proposta de criação de empresas. Os componentes desta proposta pedagógica, acredita, pontuam uma vida equilibrada, com confiança nas decisões e de iniciativa. "Antes mesmo de pensar em uma empresa é preciso empreender a si próprio. Mesmo que esse jovem não abra um negócio no futuro, ele se posicionará melhor no seu posto de trabalho, dominando seus caminhos e flexível às mudanças. A cultura empreendedora deve ser iniciada na escola", defende.

Para isso, o especialista acredita que é preciso desenvolver as habilidades e competências que fazem do ser um empreendedor: disciplina, autoconfiança, cooperação, iniciativa. Numa visão mais ampla, há necessidade também de educação de consumo, financeira, desenvolvimento de trabalho. Segundo Haetinger o empreendedorismo não está atrelado à maturidade ou se faz necessário devido às deficiências de uma geração, tão pouco à evolução desenfreada do mundo capitalista; mas sinaliza a mudança de comportamento global.

"O mundo mudou, o mercado mudou e a grande questão do século é a nova geração, que tem conhecimento e informações de sobra, está ativa, atenta. Mas que ainda necessita de valores sociais, de direcionamento. Empreender é aprender a ter foco", garante. O gerente regional do Sebrae Sorocaba, Carlos Alberto de Freitas, endossa: "O tema sugere a mudança de comportamento. Essa nova geração tem mais liberdade no desenvolvimento das tarefas, mas é preciso ensinar a empreender, se comprometer", também acredita Freitas.

Ele destaca que atualmente no Brasil existem 6,8 milhões de empresas, sendo uma para cada 27 habitantes; em São Paulo há uma empresa para cada 21 pessoas. "A projeção para 2020 é que seja um negócio para cada 17 paulistanos", destaca. Apoiado nisso, ele defende a proposta do Sebrae. "Nós vivemos a cultura ainda do emprego formal, mas o país tem perfil empreendedor. É preciso criar mecanismos para que os futuros empreendedores tenham conhecimento e não sofram para abrir ou manter um negócio", pontuou.

Curso

O curso proposto pelo Estado - que já está sendo desenvolvido pela Prefeitura para 70 profissionais da rede municipal -, tem duração de 30 horas e visa passar conhecimentos para que os profissionais tenham capacidade de desenvolver a cultura empreendedora em sala de aula. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas diretamente nas diretorias de ensino de cada município. A meta é que o conteúdo seja transmitido no próximo mês de junho, para que seja trabalhado com os alunos a partir do segundo semestre deste ano.

Se o número de inscritos for maior do que a quantidade de vagas será avaliada a possibilidade de formação de mais classes. O professor que tiver 100% de frequência no curso receberá a certificação da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Professores (EFAP) "Paulo Renato Costa Souza", que será publicada no Diário Oficial do Estado e servirá para sua evolução funcional. O tema proposto para cada ano (do 6º ao 9º) é adequado à faixa etária correspondente, bem como os jogos, as dinâmicas, os exercícios e as pesquisas intra e extraclasse. Nas propostas lúdicas do plano de negócios o intuito é responder às necessidades dos alunos qualquer que seja sua condição escolar, social, econômica e cultural, bem como incentivar o envolvimento da comunidade escolar. A metodologia aborda o empreendedorismo em um sentido amplo, sistêmico e sustentável como cultura da cooperação, inovação, ecossustentabilidade, ética e cidadania.

Para os alunos do 6º ano, a proposta do curso é a oficina "Eco Papelaria", que trabalha questões relativas ao meio ambiente, relacionando esse tema aos tipos de negócios que envolvem papel reciclado e reutilização de materiais. "Artesanato Sustentável" é o tema para o 7° ano, quando serão elaborados produtos artesanais. Já para os estudantes do 8º ano, o assunto será "Empreendedorismo Social", que tem como finalidade fomentar o potencial do jovem para a responsabilidade social, despertando-o para os problemas que acontecem na comunidade.
Por fim, os alunos do 9º ano trabalharão com o tema "Novas ideias, grandes negócios", cujo objetivo é oferecer aos adolescentes a possibilidade de desenvolver e promover o próprio negócio, com criação de produto ou prestação de serviço, de acordo com as oportunidades observadas no bairro ou na cidade onde vivem. Informações no www.educacao.sp.gov.br.



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