sábado, 9 de junho de 2012

"Meu nome é Ernesto!" convida para reflexão com humor


Jornal Cruzeiro do Sul
Andrea Alves


Espetáculo será apresentado hoje e amanhã no Teatro Pedro Salomão José
 

A maquiagem transforma os jovens atores - Por: Divulgação
 
 


A velhice pode ser confusa, mas não deixa de ser desperta e divertida. Essa é mensagem que o espetáculo teatral "Meu nome é Ernesto" procura provocar no público. A peça, eleita como uma das melhores da Mostra de Teatro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 2011, está em cartaz hoje e amanhã no Teatro Pedro Salomão José, às 19h30. No palco, dois atores na faixa de seus vinte e poucos anos interpretam um casal de mais de 80 anos que vive esquecendo as coisas mais simples do dia-a-dia, como os próprios nomes. Para enfrentar os desafios de encarnar personagens mais velhos, tão distantes do auge da juventude, os atores enfrentam algumas horas de maquiagem, mas tem um desafio que a atriz Jessica Menkel está bem ansiosa por ter que enfrentar. Sorocabana criada em Votorantim, é a primeira vez, depois se formar num curso do Rio de Janeiro, que ela volta à terra natal para apresentar um trabalho. Trabalho aliás que ela responde também pela direção, compartilhada com seu colega de palco, o ator Arthur Ienzura.

Jessica mora no Rio de Janeiro desde 2009. Em novembro do ano passado formou-se em artes cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e logo após a apresentação de sua peça de formatura, já considerada a primeira como profissional, foi convidada por uma diretora para participar da montagem "Meu Nome é Ernesto". "Eu podia sugerir um ator e então pensei em Arthur. Estudamos juntos e tínhamos uma boa sintonia, um bom entendimento", contou a atriz. Juntos, eles fizeram uma adaptação do texto chamado "I"m Herbeth", de Robert Anderson.

Apresentação marca volta de sorocabana à cidade
O espetáculo, de 50 minutos de duração, traz um tema universal e com isso promove no público uma fácil e rápida identificação. “É uma comédia leve, gostosa que fala da velhice de uma maneira divertida e até afetuosa. Poderia ser trágico quando se fala em esquecimento, falha de memória, mas não é, afinal, todos vão passar por isso”, observa Jessica. “A peça me faz lembrar da minha avó, que para chamar alguém da família fala vários nomes antes de acertar o da pessoa”. Marta e Ernesto, personagens da história, já foram casados com outras pessoas, e as confundem tanto quanto confundem seus próprios nomes. Situações pelas quais idosos - e jovens - passam, estão ali, em momentos em que Marta tem certeza que a viagem a Buenos Aires foi com o atual companheiro quando na verdade tinha sido com o anterior. Apesar disso tudo, os dois idosos de memória afetada têm um espírito muito vivo, o que torna o espetáculo ainda mais empático. “É muito comum a percepção errônea do envelhecimento como um processo de deterioração física e mental e por isso nós queremos, com esta peça, que as pessoas percebam que a velhice não deve ser encarada como o fim de um ciclo, mas como a maior invenção da vida, que desfrutar deste eterno recomeço é a vantagem de poucos”.

Tateando na intuição

Por essa universalidade do assunto, adaptação do tema e representação dos atores, “Meu nome é Ernesto!” foi eleito um dos melhores espetáculos teatrais exibidos na Mostra de Teatro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 2011. Logo após essa conquista, por um acaso do destino, desses bem inesperados (a diretora precisou se afastar do trabalho,), Jessica, 21 anos, e Arthur, 24, passaram a dividir também a direção do espetáculo. A atriz admite que foi mais um desafio a ser enfrentado e que se soma ao fato de terem que interpretar uma casal de mais de 82 anos. “É minha oitava peça, mas é a segunda como profissional. Não temos, eu o Arthur, um olhar de fora para nos orientar, porém nossa equipe responsável pela maquiagem, figurino, som e luz nos ajuda nesse sentido”.

Ponto favorável ao desafio da auto-direção foi a liberdade que os atores tiveram desde o começo das adaptações e marcações. “Após o afastamento da nossa diretora, fizemos algumas modificações de acordo com o que sentimos, intuímos durante as apresentações que fizemos no Rio de Janeiro. Colocamos algumas piadas novas e parece que tem dado certo”. Prova é que Jessica já conseguiu gravação de apoio com dois atores, Paulo Betti e o Rodrigo Pandolfo, que demonstraram apoio tanto ao espetáculo quanto aos trabalho dos dois jovens atores.

Todo esse apontamento de que estão na trilha certa, não tira a aflição do coração de Jessica para essa apresentação que ela considera tão especial. Ela não sabe bem como os paulistas vão reagir ao espetáculo, mas acredita que terá um retorno positivo pela proposta da peça. O que está lhe aumentando o frio na barriga é se apresentar na região onde nasceu e viveu. “Estou muito ansiosa, de uma maneira diferente. No entanto é uma sensação boa. Levo o teatro como um trabalho muito sério”. Mas confessa que essa encenação, particularmente, lhe aparece como uma experiência. “É como uma prova em que pessoas importantes estarão me observando para saber se minhas escolhas realmente deram certo”.
“Meu nome é Ernesto!” tem classificação indicativa para 12 anos. A produção da peça em Sorocaba está a cargo de Gilson Super. Os convites estão à venda nos seguintes pontos da Avenida 31 de Março, em Votorantim: Loja Zap, Loja Pinte Borde e Bancas de Jornais e Revistas.

Serviço
“Meu nome é Ernesto!”
Hoje e amanhã, às 19h30
Teatro Pedro Salomão José
Avenida Eugênio Salerno, 298
Convites: R$ 20 (R$10 meia)
Informações: (15) 8127-7912


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