Folha de Votorantim
Valdinei Queiroz
Objetivo
é diagnosticar precocemente a doença
O
teste do coração em recém-nascido é importante para detectar a presença de
cardiopatia congênita grave que coloca em risco a vida do bebê. Pensando nessa
questão, o vereador Heber de Almeida Martins (PDT) apresentou na sessão de
anteontem, o projeto de lei (048/12) que obriga a realização do “teste do
coraçãozinho” (exame de oximetria de pulso) em todos os recém-nascidos nos
berçários das maternidades do município. O projeto segue agora para as
comissões permanentes da Casa e, em seguida, à procuradoria jurídica, para
análise quanto à sua constitucionalidade. Uma vez aprovado pelas duas
competências, a proposta será levada em sessão para ser votada.
A oximetria de pulso é utilizada para medir os
níveis de oxigênio no sangue e deve ser feito em crianças após 24 horas de
vida, mas antes de apresentar “alta hospitalar” ao bebê.
Na
justificativa do projeto, o vereador enfatiza que nas maternidades onde o exame
é realizado, também em berçários, os recém-nascidos passam pela análise de
saturação do oxigênio no sangue. Se detectado oxigênio abaixo de 95%, é
realizado ecocardiograma (enxerga o funcionamento do coração através de
ultrassom) para investigar a existência de cardiopatia congênita.
Para
elaaborar o projeto e apresentá-lo à Casa de Leis, o vereador recorreu ao um
estudo realizado pela Universidade de Birmingham e Birmingham Women’s Hospital, no Reino Unido. O parlamentar
conta que o estudo retrata um cenário comum nas sociedades contemporâneas.
Explicando, resumidamente, ele diz que, às vezes quando o bebê recebe alta do
médico, retorna ao hospital com problemas, muitas vezes graves, que poderiam
ter sido detectados antes da alta pós-parto.
O
estudo feito pelos cientistas de Birmingham foi publicado no jornal científico
Lancet, em que envolveu 20.000 bebês, aparentemente saudáveis, de seis
maternidades no Reino Unido. Todos foram rastreados, por meio de um oxímetro de
pulso, aqueles com níveis mais baixos de oxigênio após o nascimento tinham mais
risco de problemas no coração. Dos 195 bebês que tiveram resultado anormal no
teste, 26 apresentaram importantes problemas cardíacos congênitos e,
aproximadamente 46, apresentaram outros problemas que necessitariam tratamentos
urgentes.
De
acordo com o pedetista, há várias pesquisas envolvendo benefícios aos bebês,
com o intuito de tratá-los de uma melhor forma possível. Ele conta, no entanto,
que o exame de rotina é realizado somente no âmbito das UTIs neonatais, não se
aplicando aos berçários com os bebês aparentemente normais.
Ele
lembra os pais que, durante o pré-natal, o ecocardiograma fetal, que pode ser
realizado entre a 18ª e 24ª semana, já é capaz também de indicar algum problema
no coração do bebê. “Considerando que o ecocardiograma fetal nem sempre faz
parte dos exames solicitados pelo médico durante o pré-natal, a oximetria de
pulso, que é de baixo custo pode salvar vidas”, afirma o parlamentar.
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