Notícia publicada na edição de 22/08/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 008 do caderno A
O Cruzeiro do Sul prossegue hoje
com a publicação do conteúdo das sabatinas realizadas pelos repórteres
Carlos Araújo e Rosimeire Silva, no dia 2 de agosto, com os candidatos
ao cargo de prefeito de Votorantim. As entrevistas foram feitas no
estúdio de web TV do jornal e a íntegra das mesmas, em vídeo, também
será divulgada pela internet, no site www.cruzeirodosul.inf.br - de acordo com uma ordem e calendário definidos por meio de sorteio na presença das assessorias dos candidatos.
A série começou ontem com a publicação do conteúdo de 30 minutos de
sabatina com o candidato à prefeitura de Votorantim pelo PSDB, Erinaldo
Alves da Silva. Hoje é a vez da entrevista com Carlos Augusto Pivetta
(PT) e, amanhã, a série será encerrada com o candidato Fernando de
Oliveira Souza (DEM). Nos encontros, os candidatos responderam todos às
mesmas perguntas, com o objetivo de mostrar a opinião dos mesmos sobre
termas de grande interesse da população. Além das sabatinas, a cobertura
das Eleições 2012 do Cruzeiro prevê a realização de três debates entre
candidatos, sendo um deles envolvendo os concorrentes de Votorantim - no
dia 4 de setembro. Os candidatos de Sorocaba participam de outros
encontros: o primeiro no dia 11 de setembro e o segundo em 2 de outubro.
O
jornal Cruzeiro do Sul não se responsabiliza pelo uso que os partidos e
coligações possam fazer de suas reportagens, vídeos e notícias online,
durante a campanha eleitoral. O jornal estará atento para que esses
materiais não sofram qualquer distorção ou edição que altere a percepção
do conteúdo real, devendo, se isso ocorrer, tomar as providências
cabíveis para resguardar seus direitos.
Carlos Augusto Pivetta (PT)
Sabatina com Pivetta foi gravada no estúdio de web TV do jornal Cruzeiro do Sul - Por: ADIVAL B. PINTO
Sabatina com Pivetta foi gravada no estúdio de web TV do jornal Cruzeiro do Sul - Por: ADIVAL B. PINTO
Cruzeiro do Sul - Qual será a principal marca do seu governo?
Carlos Augusto Pivetta - Inicialmente quero parabenizar o jornal
Cruzeiro do Sul e toda sua equipe por esse importante ato democrático,
principalmente para nós, que em Votorantim não temos outra forma de
chegar ao eleitor diretamente, via televisão, por exemplo. O jornal está
prestando um serviço à democracia de Votorantim e fazendo com que os
eleitores tenham mais acesso e facilidade aos programas de governo, às
informações e à vida de cada candidato. Com relação à nossa principal
marca de governo, temos procurado fazer com que Votorantim se desenvolva
mais aliando a justiça social ao desenvolvimento econômico. A cidade
tem passado por profundas mudanças desde que nós assumimos o governo e
eu posso citar para ilustrar essa questão, o programa "Votorantim Sem
Favelas", que mexe com a questão estruturante do nosso município, que é
uma grande preocupação. Nosso governo alia essas questões com os
problemas estruturais da cidade. As favelas são os problemas estruturais
da cidade. São centenas de famílias vivendo em subcondição de moradia e
a cidade ao se desenvolver não pode conviver com essas submoradias em
seu entorno, com essas pessoas nessa situação. Então, o programa
"Votorantim Sem Favelas" resgata a dignidade social para essas pessoas, a
cidadania, fortalece essa marca, resolve um problema de crescimento da
cidade, ordenamento de solo e urbano, possibilita que os bairros onde
esses núcleos se encontram tenham uma outra qualidade de vida também e
ao mesmo tempo soluciona o problema de moradia. Então, eu ilustro dessa
forma para mostrar que nós temos buscado trabalhar como marca de
governo, a solução dos problemas estruturantes. A atração de
investimentos para a cidade resolve um problema estruturante, que é a
falta de emprego e resolve um outro problema estruturante que é a baixa
arrecadação do nosso município. Votorantim é uma cidade que, perto de
outras do mesmo tamanho, não tem uma arrecadação de tributos. E ao mesmo
tempo, essa marca se coloca na qualidade da nossa educação. Eu fui o
prefeito que mais construiu creches na história de Votorantim. A cidade
tinha 10 creches até o dia em que eu assumi e hoje nós já fizemos cinco e
estamos com mais duas em construção. Duplicamos o número de vagas em
creches. Isso mostra a nossa preocupação com o social. É a única cidade
do Brasil que tem o mesmo valor de tarifa paga pelo usuário desde 2009.
Isso mostra nossa preocupação em criar alternativas de trânsito para a
cidade e melhorar o trânsito a partir do fortalecimento do transporte
coletivo e investindo na população que mais precisa, que é justamente a
que paga a tarifa. Então, nós temos duas vertentes como marca: o
investimento forte na área social, numa grande rede de proteção social e
a atração do desenvolvimento econômico.
Se eleito, o sr. exercerá o seu segundo mandato. O que pretende diferir
em relação à primeira gestão? Ou será mesmo uma administração de
continuidade?
Não. Nós estamos em uma fase em que esse projeto de reconstrução da
cidade está no meio. Nós precisamos ainda aprofundar a criação de um
grande parque industrial da cidade, que vem sendo trabalhado ao longo da
rodovia que vai para Piedade, precisamos melhorar a qualidade urbana da
cidade, nós começamos um grande programa de recape no município. Hoje,
Votorantim tem 98% das suas vias públicas pavimentadas na zona urbana, e
grande contribuição nós demos nesse sentido. Nós já recapeamos mais de
350 mil metros de vias na cidade até a data em que estamos (2 de agosto)
e então começamos a trabalhar outras situações, que são justamente as
relacionadas à qualidade urbanística: canteiros centrais, de visuais, a
criação de uma grande rede de parques que integre a cidade e mais ainda,
a melhoria da qualidade dos serviços públicos, a grande transformação
que não só Votorantim precisa fazer, mas as administrações de uma forma
geral. É que nós já conseguimos, resolvendo esses problemas estruturais,
universalizando o atendimento de serviço público, como nós temos hoje
nas áreas da saúde, educação e dos trabalhos sociais. É fazer com que
esses serviços públicos tenham cada vez mais qualidade. É a grande
revolução que os municípios precisam fazer e é o grande foco, sem dúvida
alguma, do próximo governo.
Votorantim tem problemas habitacionais que incluem ocupação irregular,
existência de favelas e isto se reflete nas más condições de moradia
dessas famílias. Que medidas o sr. pretende tomar para resolver esse
problema?
Na realidade, Votorantim tem dezenas de problemas de moradia. Temos em
torno de 60% da zona urbana sem registro imobiliário, porque são
loteamentos que no passado foram sendo feitos sem localização da
prefeitura, loteamentos ditos irregulares ou mesmo clandestinos, todos
eles em processo de regularização agora, eu posso citar como exemplo o
Jardim Tatiana, com quase duas mil famílias. Votorantim tem problemas de
matrículas do Grupo Votorantim, das terras relacionadas ao grupo que
estão prestes a serem solucionados na nossa gestão e tem os problemas de
ocupação de áreas públicas e algumas particulares naquilo que se
denomina de áreas verdes ou favelas na cidade. Nós estamos enfrentando
todos esses problemas. Em relação as favelas, até junho ou até agosto,
no máximo, do ano que vem, nós teremos resolvido praticamente todos
esses problemas. São 900 famílias que serão atendidas. É o maior
programa de desfavelamento do interior do Estado de São Paulo hoje,
juntamente com o Governo Federal, a Caixa Econômica Federal. São
recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que não
significa apenas entregar uma chave na mão das pessoas, significa
também todo um trabalho social de qualificação profissional, de
aprendizado a viver em condomínios, a questão dos animais, a questão da
sustentabilidade dessas pessoas dentro desses locais para que elas não
transformem aquilo que é direito e moradia no direito a patrimônio, e
reproduzam depois, ou seja, elas acabem vendendo aquele imóvel que vem
subsidiado por toda a sociedade e depois elas reproduzam a mesma
situação. Além disso, nós estamos trabalhando com núcleos completos. Ou
seja, não sai uma ou outra família de uma área, a área toda é
desfavelada e devolvida à comunidade. Pode virar um parque, ou uma
escola. Eu posso dar o exemplo do desfavelamento que eu fiz no Jardim
Archilla. Existia um núcleo com 73 famílias, nós construímos as moradias
para essas famílias, as removemos e a área que antes era favela, que
tem um grande interesse ambiental, está sendo trabalhada para que se
transforme em um parque devolvido a toda comunidade. Estamos resgatando
aquela área do ponto de vista ambiental que era sua antiga vocação.
Então, esse é um trabalho que já vem sendo feito. Dentro dessa
hierarquização de prioridades, no momento em que agora essa realidade da
solução dos problemas das favelas já está acontecendo, nós já estamos
trabalhando para o lançamento de moradias populares, porque quem precisa
de habitação não é apenas o cidadão que está numa favela, mas também o
cidadão que está pagando aluguel, que tem uma renda que não lhe permite
ao mercado e comprar um imóvel dentro das condições que o mercado
oferece. Para esses casos, nós estamos trabalhando neste momento, uma
área de 280 mil metros próxima ao Jardim São Lucas, com o Grupo
Votorantim, estamos trabalhando 800 unidades habitacionais no Parque São
João, em vias de ser fechado com a Caixa Federal ou o Banco do Brasil e
mais 123 unidades prontas para serem lançadas na Vila Garcia, todas
elas a essa população com baixa renda, de zero a três salários mínimos. O
do Parque São João e da Vila Garcia já há projeto e toda a parte
estrutural sendo trabalhada assim como as partes de engenharia e
jurídica e agora nós estamos caminhando já para a parte final. O da Vila
Garcia está pronto para iniciar fase de construção, daqui há alguns
dias nós fazemos o anúncio. O do Parque São João ainda levará mais algum
tempo, talvez um ou dois meses. E a área do Grupo Votorantim nós
estamos trabalhando nesse momento para receber essa área ainda que vai
possibilitar uma grande reserva de área para a solução habitacional
definitiva do município, por isso nós falamos que a marca da nossa
cidade é trabalhar as questões estruturais e a solução efetiva dos
problemas da cidade.
Ao mesmo tempo, podem ocorrer novas ocupações. Quais medidas serão tomadas para evitar isso?
Já estamos tomando. A criação da Guarda Municipal, que tem como uma das
suas principais funções fazer esse trabalho. Nós, no governo anterior
com o ex-prefeito Jair Cassola, fizemos a urbanização, ou seja, a
retirada de famílias, assentamento de famílias no Promorar, são mais de
200 famílias que atendemos, o local já virou parque e nós estamos
mantendo-o sem nenhuma ocupação. No Archilla, como eu já citei, já
fizemos essa experiência e não tivemos ocupação. Então quando removemos
todas as áreas ficam limpas, não há mais possibilidade de ocupação
porque a própria sociedade faz uma pressão para que isso não aconteça e o
poder público tem uma facilidade maior de fiscalização. É diferente
hoje, quando se tem um núcleo com 50 ou 60 famílias, se aparece uma ou
outra família naquela área, dificilmente se consegue fazer essa atuação
mais rigorosa porque as próprias famílias acabam se acobertando. Às
vezes um diz que as famílias moravam juntas, acabam fazendo um
"puxadinho" no fundo, e acaba sendo muito difícil para a prefeitura
fazer a fiscalização efetiva. Já quando a área está livre, isso se
resolve e não há mais como ocorrer.
O saneamento básico em Votorantim não atende a toda a população. A
cidade convive com problemas de falta de água, especialmente em áreas
rurais e de ocupação que não são atendidas. Como o sr. vai enfrentar
esse desafio?
Saneamento básico é uma grande preocupação do município. Existem
gargalos fundamentais que impedem inclusive o crescimento da cidade em
outras áreas porque o planejamento de saneamento básico feito no passado
chegou ao teto. Há de se fazer grandes investimentos, dos quais o
município não dispõe de recursos para fazer. Por exemplo, nos próximos
três anos, para manter a atual situação e ao mesmo tempo poder ampliar o
serviço, nós precisaríamos de pelo menos R$ 36 milhões. Nós optamos por
fazer a concessão dos serviços de saneamento de água e esgoto
justamente para que possamos primeiramente, manter as tarifas mais
baixas sem onerar a nossa população, ter capacidade e eficiência dos
investimentos e dessa foram atender à população. Então a solução para
esses gargalos de saneamento básico que impedem o crescimento do
município em alguns aspectos e por outro lado a manutenção dos serviços
já existentes, colocando em risco inclusive a manutenção desses
serviços, é um passo que já foi dado com a concessão desses serviços de
saneamento, os resultados já estão aparecendo. Por exemplo, tínhamos um
grande gargalo do córrego do Vidal, que precisava fazer todo o
emissário. O município não dispunha de recursos para isso, e a
concessionária já está fazendo. Nós precisávamos fazer coleta e
tratamento de esgoto no Bairro dos Morros, que é uma região rural do
município e a concessionária já está fazendo. Na região do Novo Mundo e
Jardim Tatiana, onde nós verificamos problemas de abastecimento de água
durante o verão, a concessionária já está trabalhando não só no sentido
de ampliar reservatórios, mas também para buscar ampliação de adutoras
para que a água chegue a esses novos reservatórios. Então a solução foi
dada e acertada, que significou redução de tarifa e garantia dos
investimentos necessários para que Votorantim não sofra nenhum tipo de
problema com o saneamento básico.
Quais são as prioridades que estão sendo dadas neste campo, tendo em
vista que em alguns bairros, inclusive áreas de ocupação que existem há
quase 20 anos, ainda não chega água, porém são áreas que estão em
litígio? Como resolver essa situação?
Fazendo os investimentos. Isso já faz parte do plano de trabalho que
constou do plano municipal de saneamento básico que foi amplamente
debatido com a sociedade, que ficou disponível para a colaboração da
sociedade, foi feito todo um levantamento técnico das reais necessidades
do município e os investimentos e tipo de obra necessária de hoje até
daqui a 30 anos. Essa hierarquização de investimentos, a empresa
vencedora da licitação já começou a cumprir. Eu citei agora três
exemplos que já estão em obra. O córrego do Fornazari é uma outra área
que dentro de alguns meses, até o final do ano, já começa também a
trabalhar, por exemplo, a retirada dos esgotos. Então são investimentos
que estão sendo feitos a partir de um plano municipal de saneamento
básico amplamente debatido e que a concessionária tem que seguir à
risca.
A cidade de Sorocaba está concluindo o seu plano de despoluição do rio
Sorocaba no trecho que lhe compete. E quanto ao trecho do rio na cidade
de Votorantim, o que o sr. pretende fazer? Como vai buscar recursos para
viabilizar projetos nessa área?
Como eu já disse, no meu governo nós inauguramos a estação de tratamento
de esgoto próximo à chamada cachoeira de Guimarães, que tem capacidade
de tratar os esgotos da cidade, nós não tínhamos recursos para fazer
todas as ligações de emissários necessários para que isso acontecesse. O
rio Sorocaba no trecho compreendido em Votorantim é um rio despoluído. A
carga de esgoto sofre hoje 62% de tratamento a partir da lagoa do
Votocel e a partir dos esgotos que chegam da cachoeira do Guimarães. A
concessão do serviço de saneamento foi feita justamente para que a gente
possa implementar isso. Os recursos já existem e são os necessários
colocados na licitação que a concessionária terá que fazer. São R$ 36
milhões nos próximos três anos, entre eles o emissário do Vidal que já
está em obras, e vai possibilitar que todo o esgoto que venha da Vila
Nova, do Rio Acima e do Jardim Archilla chegue à estação de tratamento
do Guimarães e com isso a gente já resolva toda aquela área que ainda
hoje acaba recebendo esgoto in natura pelo córrego do Vidal. Os
emissários que serão construídos do córrego do Fornazari recepcionarão
também os esgotos daquela região, que caem in natura dentro do córrego.
Com essa situação, o rio Sorocaba no trecho correspondente a Votorantim,
terá tranquilidade de vida porque é totalmente tratado. As demais áreas
da cidade já jogam na lagoa do Votocel, cujos investimentos também para
a solução já estão sendo trabalhados com a Cetesb porque sofrerá um
grande processo de ampliação e reforma para recepcionar os novos
loteamentos e investimentos que se tem naquela região, que corresponde
ao Itapeva, Parque São João e Jardim Serrano. Os investimentos já
começaram a acontecer. Pouco mais de 30 dias após a concessionária ter
assumido os serviços da cidade, ela já está assumindo as obras não
porque ela quer ou não, mas sim porque isso é contratual. Ao fazermos a
licitação, estabelecemos toda a relação de obras e valores necessários a
serem feitos e a concessionária já está fazendo, por isso a concessão é
um grande ganho para o povo de Votorantim.
Há uma sentença de condenação ao município de Votorantim de mais de 20
anos, em uma ação iniciada pelo Ministério Público por falta de
investimentos nessa área de despoluição do rio. Qual é o andamento dessa
situação atualmente?
É de se lamentar, porque na época, o Ministério Público chamou todos os
prefeitos dos municípios que tinham influência sobre o rio Sorocaba,
todos os prefeitos fizeram um termo de ajuste de conduta se
comprometendo a despoluir o rio dentro e um determinado prazo.
Infelizmente, não sei por qual motivo, o prefeito de Votorantim na época
não fez esse termo de ajuste de conduta, o município sofreu uma ação e
foi condenado. Se nós tivermos que cumprir a sentença, significarão mais
de R$ 30 milhões em multas, que são diárias colocadas ao município. Nós
temos recorrido e tentado com o trabalho que o ex-prefeito Jair Cassola
fez e com o trabalho que estamos fazendo agora. Nós estamos convencendo
e tentando demonstrar aos tribunais que a despoluição em que pesa essa
multa já vem ocorrendo na prática. E não é justo que toda uma população
pague, porque é um valor altíssimo para o nosso orçamento, por um erro
individual administrativo de um prefeito no passado. E o principal é que
as obras estão sendo feitas, pela nossa gestão e pela gestão do
ex-prefeito Jair Cassola, mas se essa sentença permanecer, o município
sofrerá muito, pois se nós tivermos que desembolsar R$ 30 milhões, para
um orçamento de R$ 196 milhões, significa que estaremos comprometendo
quase toda a verba destinada à saúde, por exemplo. Hoje, nós temos R$ 42
milhões destinados à saúde, sendo que o valor da multa é quase o mesmo
investido na saúde. Então o povo e a cidade de Votorantim poderão ter
suas vidas administrativas inviabilizada por uma irresponsabilidade do
passado.
Votorantim viu diminuir o número de indústrias nos últimos anos. O
próprio Grupo Votorantim não tem o mesmo volume de investimentos que
teve no passado na cidade. Como o sr. vai reverter essa situação e
atrair mais investimentos para a cidade?
Tem razão. O Grupo Votorantim até o ano 2000 tinha um valor agregado de
investimento de mais de mais de 800 milhões. O Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) do município significava, por conta
dessa produção, algo em torno de 0,27% de tudo o que o Estado
arrecadava, um dos maiores de São Paulo proporcionalmente. A partir do
momento em que diminuiu o ritmo de produção das fábricas de cimento, o
ICMS de Votorantim caiu para 0,14%, o que significa que perdemos mais da
metade de receitas do ICMS. Em dinheiro de hoje, nós podemos dizer que
significa algo em torno de R$ 16 ou 17 milhões que o município vem
perdendo ano a ano desde o ano 2000, justamente porque no passado não se
fez uma política de visão de crescimento industrial. Se apostou no
Grupo Votorantim e o resultado esta aí, diminuiu a produção. Se apostou
nas indústrias têxteis, e a abertura do País na década de 90 fez com que
o setor fosse decadente. E o que é o pior: fizeram doações de áreas,
algumas delas nobres, na entrada da cidade, áreas essas que não se
transformaram e não se concretizaram em investimento da cidade. Eu posso
citar o caso da Sano, que é uma grande empresa na entrada da cidade,
são 105 mil metros, hoje com custo de mercado de algo em torno de R$ 70
milhões, que era patrimônio público e foi doado para uma empresa que
ficou pouquíssimo tempo na cidade e agora sobrou um grande problema
ambiental para ser solucionado. E esse imóvel na mãe de particular, o
município perdendo. Nós podemos falar de outras empresas na mesma
situação. Rapidamente, nós podemos dizer que estamos trabalhando para
solucionar isso com o nova parque industrial ao longo da estrada que vai
para Piedade. A implantação desse parque é fundamental para a cidade,
porque ali é a única área que reúne logística para atraírmos grandes e
médias empresas da cidade. Já mudamos o nosso plano diretor, colocamos
ali como parque industrial, já tem dois projetos aprovados na prefeitura
de condomínios industriais naquela região e estamos negociando com o
Grupo Votorantim, um milhão de metros quadrados para poder recepcionar
essas empresas que desejam investir na cidade. O parque industrial da
Vila Garcia que começou na gestão do ex-prefeito Jair Cassola está
consolidado hoje, são dezenas de pequenas empresas instaladas e eu fui
tentando recuperar os espaços que eram públicos e que foram destinados
às empresas e não utilizados. A antiga fábrica Vofer, no Curtume, hoje
nós fizemos a transferência dela para a Genix, que é do Grupo Purifarma,
líder do mercado em medicamentos, empresa a ser instalada. O barracão
onde tinha a Sovel que era uma área pública doada, a empresa fechou, não
pagou os trabalhadores, não pagou impostos. Nós nos juntamos com o
sindicato, fomos ao judiciário, mandamos à leilão, a empresa Kalimo
comprou, são 400 empregos já sendo gerados. É só para dar um exemplo de
aproveitamento de espaços que o município já tinha, então nós fomos
mapeando esses espaços e vendo a solução de cada um. Mas principalmente a
atração na área de serviços, como por exemplo, o Shopping Iguatemi, vai
também facilitar muito a geração de empregos. Só no Shopping Iguatemi
nós estamos falando de algo em torno de quatro mil empregos que serão
gerados. A vinda da rede hoteleira Blue Tree na cidade vai gerar também
um grande número de empregos indiretos. Então são várias ações que nós
estamos tomando que geram empregos, seja na construção civil, na área de
serviços ou nas pequenas empresas, mas o que nos faltava que é
estruturante é a vinda de indústrias efetivamente, isso só vai acontecer
naquela região.
O sr. acredita que o incentivo fiscal é uma política adequada para atrair esses investimentos?
Mais do que incentivo fiscal, o município precisa dispor de estrutura. É
isso que Votorantim não tinha para oferecer aos empresários, e é o que
estamos fazendo. Daí a importância, por exemplo, dos serviços de
logística ao longo daquela rodovia. Precisamos ter credibilidade,
ninguém investe em um município em que não se acredita, nenhum
empreendedor chega. Por isso que os investimentos estão chegando em
Votorantim agora, porque a cidade se mostrou capaz de receber esses
investimentos. Mais do que o incentivo fiscal, que toda cidade dá, é a
atração desses investimentos. Eu posso citar agora o centro de
distribuição de peças da Toyota, que já está aberto em Votorantim, com
empresa registrada e tudo direito, para que possam ser vendidas as peças
de reposição produzidas em Sorocaba ou Indaiatuba. Isso vai atrair para
a cidade também, um grande número de tributos e mostra a credibilidade
da cidade, onde uma empresa como a Toyota, com todo seu parque
industrial em Sorocaba, resolve levar para Votorantim o seu centro de
distribuição. Eu acho que muito mais do que imposto, é a credibilidade.
Votorantim não tem universidade pública, não tem escola técnica e tem
uma demanda que precisa desse tipo de profissional. Quais são seus
projetos para essa área?
Só relembrando, eu inaugurei, com o Governo do Estado, a primeira escola
técnica de Votorantim, já no início do meu governo com a presença do
governador Serra. Então nós dispomos de uma escola do Centro Paula
Souza. Nós temos a Universidade Aberta do Brasil, um convênio que eu fiz
com o Ministério da Educação e Cultura (MEC), que são classes
estendidas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade
Federal São João Del Rei. Nós já formamos mais de 700 alunos em
graduação e pós-graduação com as universidades federais. Então é
universidade pública federal na nossa cidade. E mostrando a lógica da
coisa, hoje nós já temos em Votorantim, três faculdades particulares. Há
quatro anos nós não tínhamos nenhuma faculdade particular. E estamos
indo para a quarta, que é a Faculdade Nobre, e recebendo também, outros
investimentos educacionais particulares. Eu só cito isso para mostrar
que invertemos a lógica. Antes se abria uma universidade ou escola em
Sorocaba e os alunos de Votorantim iam para lá. Agora, o mercado já
enxergou Votorantim como uma cidade plenamente desenvolvida nesse
sentido. A escola técnica Paula Souza nós levamos para Votorantim,
implantamos cursos, precisamos ampliar nesse sentido, é verdade, e
juntamente com o Governo do Estado temos feito isso. E a Universidade
Federal hoje, com a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e a
Universidade Aberta na região, também tem possibilitado oportunidade de
ensino aos nossos jovens.
Votorantim teve uma escola técnica do Senai e acabou perdendo. Existe
alguma possibilidade ser trabalhada a recuperação dessa escola?
Nós temos trabalhado para isso, mas vocês tem visto que eles priorizaram
na região, o investimento em Sorocaba em função do parque tecnológico e
da Toyota. O que nós conseguimos com o setor Sesi e Senai foi uma nova
escola do Sesi em Votorantim, a ser construída já, mas temos trabalhado,
tentado buscar essas parcerias que são importantes para a cidade, mas
que dependem muito também de toda a vocação da nossa região e de
recursos do Senai, que nesse momento priorizou abrir uma segunda escola
em Sorocaba.
Quero agradecer a oportunidade. É claro que Votorantim muitos problemas,
mas tem muitas qualidades também e eu quero destacar que hoje nós
podemos dizer que Votorantim é uma cidade independente, que tem vida
própria. Todos os seus problemas estruturais tem sido vencidos, um a um,
e tem demonstrado que tem uma excelente qualidade de vida, uma grande
rede de proteção social e está apta a receber investimentos econômicos. E
quero aproveitar a oportunidade para pedir para que votem em nós,
porque esses projetos que vem sendo construídos em Votorantim não podem
parar. Essa dinâmica que a cidade está pegando, essas situações que
Votorantim vem vivenciando hoje e essas mudanças que vem acontecendo não
podem parar nem em promessas irresponsáveis ou em visões que já não
funcionaram na nossa cidade. Muito obrigado.
Assisto ao vídeo com a entrevista do candidato Carlos Augusto Pivetta
(PT) no portal www.cruzeirodosul.inf.br, a partir das 12h de hoje
O jornal Cruzeiro do Sul não se responsabiliza pelo uso que os partidos e
coligações possam fazer de suas reportagens, vídeos e notícias on-line,
durante a campanha eleitoral. O jornal estará atento para que esses
materiais não sofram qualquer distorção ou edição que altere a percepção
do conteúdo real, devendo, se isso ocorrer, tomar as providências
cabíveis para resguardar seus direitos.
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