Folha de Votorantim
Valdinei Queiroz
Elas criticam o tempo de espera pelo veículo e de utilizá-lo apenas uma
vez ao dia; transporte inapropriado também foi comentado
A dona de casa Silvana Aparecida Paes, 38 anos, se dedica arduamente
para que a filha não regrida em seu tratamento. Ela procura de várias formas
levá-la a todas as consultas que os médicos orientam a fazer.
No entanto, para que isso aconteça, ela precisa do transporte da
prefeitura de Votorantim, para levar a filha, que se chama Lívia Lauren Paes da
Silva, 10 anos, que tem tetraparesia espástica distônica e outros tipos de
deficiência.
Mas Silvana e outras mães estão enfrentando problemas quanto ao
agendamento do veículo, que leva seus filhos ao tratamento de rotina.
Por exemplo. A consulta começa, por volta das 8h, só que o ônibus chega
à residência três horas antes. Elas alegam que não há como ficar esperando
tanto tempo pela consulta. “Difícil ficar num ambiente horas e horas, vendo
minha filha ficar impaciente e precisando de comer ou usar o banheiro”, comenta
Patrícia Gomes, 36 anos, mãe da Janaína Gomes, 20 anos, que tem paralisia
cerebral.
Outra indignação é por conta do uso do veículo apenas uma vez por dia.
As mães declaram que, às vezes, as crianças precisam ir ao médico duas vezes no
mesmo dia. Patrícia conta que usou o transporte pela manhã e, à tarde,
precisaria do veículo novamente. Mas, segundo ela, a pessoa que faz o
agendamento não autorizou, alegando que ela já havia usado. “Minha filha iria ao
mesmo local que uma das mães. Custava passar em minha residência e levá-la até
o tratamento?”, questiona. “Deveria haver mais bom senso nesse caso”, completa.
Elas comentam que estão reivindicando sobre essas duas questões
pontuais, e não pelo trajeto que o transporte faz. “Não estamos querendo
questionar a logística e, sim, sobre o sistema de agendamento.”
Transporte inapropriado
A mãe de Marcelino Fogaça Oliveira, 23 anos, a dona de casa Maria
Aparecida (que traz o mesmo sobrenome do filho), 54 anos, enfrenta um problema
ainda maior: de o seu filho usar um veículo inapropriado. Ela já entrou em
contato com a prefeitura e nada aconteceu. Até o momento, Marcelino continua
usando uma Kombi, que não é adaptado para deficiente e cadeirante.
Moradora do Jardim Serrano, Maria Aparecida faz todo o processo de ir e
vir do filho. Ela também reclama, como as outras mães, do horário. Ela conta
que a consulta geralmente é de aproximadamente 45 minutos. Ao término, ela tem
que esperar o transporte por algum tempo. “Já fiquei mais de uma hora”, diz. O
filho dela tem paralisia cerebral e é ela quem faz tudo para o rapaz.
Segundo Silvana, antes a filha dela usava uma Kombi, que não havia
nenhum tipo de segurança para pessoas portadoras de algum tipo de deficiência.
Depois que ela acionou o Conselho Tutelar de Votorantim e outros meios legais,
agora Lívia Lauren só utiliza o transporte adaptado, ou seja, veículo
apropriado para cadeirante.
Resposta da prefeitura
A Prefeitura de Votorantim, por meio da assessoria de imprensa, comunica
que o município, atualmente, transporta 1.400 pessoas diariamente entre
pacientes e estudantes da rede municipal e estadual de ensino.
Quanto às reclamações, a prefeitura informa que todo agendamento à saúde
sendo executado normalmente. Da mesma forma os alunos são beneficiados em
relação ao seu período escolar.
Os veículos são dotados de todos os componentes de segurança que atendem
as normas estabelecidas, gerando conforto e não causando risco a integridade do
usuário.
Ainda segundo a prefeitura, não procede a informações dos veículos
estarem precários, já que existe um processo de renovação em que os mesmos são
considerados em bom estado/seminovos.
Quanto aos veículos, eles atendem normalmente a demanda de pessoas
especiais e são auxiliadas por outras duas vans.
Além disso, um novo ônibus está sendo adquirido em parceria com o
governo federal visando melhorar ainda mais o atendimento.
Os pacientes especiais pela saúde chegam a ser
transportados mais de uma vez ao longo do dia quando necessário. Desta forma, a
Secretaria de Saúde informa que atende, sim, a demanda do município.
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