terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mães de cadeirantes reivindicam melhorias no agendamento de transporte


Folha de Votorantim
Valdinei Queiroz

Elas criticam o tempo de espera pelo veículo e de utilizá-lo apenas uma vez ao dia; transporte inapropriado também foi comentado

A dona de casa Silvana Aparecida Paes, 38 anos, se dedica arduamente para que a filha não regrida em seu tratamento. Ela procura de várias formas levá-la a todas as consultas que os médicos orientam a fazer.
No entanto, para que isso aconteça, ela precisa do transporte da prefeitura de Votorantim, para levar a filha, que se chama Lívia Lauren Paes da Silva, 10 anos, que tem tetraparesia espástica distônica e outros tipos de deficiência.
Mas Silvana e outras mães estão enfrentando problemas quanto ao agendamento do veículo, que leva seus filhos ao tratamento de rotina.
Por exemplo. A consulta começa, por volta das 8h, só que o ônibus chega à residência três horas antes. Elas alegam que não há como ficar esperando tanto tempo pela consulta. “Difícil ficar num ambiente horas e horas, vendo minha filha ficar impaciente e precisando de comer ou usar o banheiro”, comenta Patrícia Gomes, 36 anos, mãe da Janaína Gomes, 20 anos, que tem paralisia cerebral.
Outra indignação é por conta do uso do veículo apenas uma vez por dia. As mães declaram que, às vezes, as crianças precisam ir ao médico duas vezes no mesmo dia. Patrícia conta que usou o transporte pela manhã e, à tarde, precisaria do veículo novamente. Mas, segundo ela, a pessoa que faz o agendamento não autorizou, alegando que ela já havia usado. “Minha filha iria ao mesmo local que uma das mães. Custava passar em minha residência e levá-la até o tratamento?”, questiona. “Deveria haver mais bom senso nesse caso”, completa.
Elas comentam que estão reivindicando sobre essas duas questões pontuais, e não pelo trajeto que o transporte faz. “Não estamos querendo questionar a logística e, sim, sobre o sistema de agendamento.”

Transporte inapropriado
A mãe de Marcelino Fogaça Oliveira, 23 anos, a dona de casa Maria Aparecida (que traz o mesmo sobrenome do filho), 54 anos, enfrenta um problema ainda maior: de o seu filho usar um veículo inapropriado. Ela já entrou em contato com a prefeitura e nada aconteceu. Até o momento, Marcelino continua usando uma Kombi, que não é adaptado para deficiente e cadeirante.
Moradora do Jardim Serrano, Maria Aparecida faz todo o processo de ir e vir do filho. Ela também reclama, como as outras mães, do horário. Ela conta que a consulta geralmente é de aproximadamente 45 minutos. Ao término, ela tem que esperar o transporte por algum tempo. “Já fiquei mais de uma hora”, diz. O filho dela tem paralisia cerebral e é ela quem faz tudo para o rapaz.
Segundo Silvana, antes a filha dela usava uma Kombi, que não havia nenhum tipo de segurança para pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. Depois que ela acionou o Conselho Tutelar de Votorantim e outros meios legais, agora Lívia Lauren só utiliza o transporte adaptado, ou seja, veículo apropriado para cadeirante.

Resposta da prefeitura
A Prefeitura de Votorantim, por meio da assessoria de imprensa, comunica que o município, atualmente, transporta 1.400 pessoas diariamente entre pacientes e estudantes da rede municipal e estadual de ensino.
Quanto às reclamações, a prefeitura informa que todo agendamento à saúde sendo executado normalmente. Da mesma forma os alunos são beneficiados em relação ao seu período escolar.
Os veículos são dotados de todos os componentes de segurança que atendem as normas estabelecidas, gerando conforto e não causando risco a integridade do usuário.
Ainda segundo a prefeitura, não procede a informações dos veículos estarem precários, já que existe um processo de renovação em que os mesmos são considerados em bom estado/seminovos.
Quanto aos veículos, eles atendem normalmente a demanda de pessoas especiais e são auxiliadas por outras duas vans.
Além disso, um novo ônibus está sendo adquirido em parceria com o governo federal visando melhorar ainda mais o atendimento.
Os pacientes especiais pela saúde chegam a ser transportados mais de uma vez ao longo do dia quando necessário. Desta forma, a Secretaria de Saúde informa que atende, sim, a demanda do município.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Ouça a Rádio Votorantim