Moradores ficam sem água em casas

Jornal Cruzeiro do Sul


"Estão forçando para sairmos daqui", diz Paulo de Oliveira - Por: Aldo V. Silva

Os moradores que resistem em continuar na área em desapropriação na rua Isabel Ferreira Coelho, esquina com a avenida 27 de Março, em Votorantim, estão enfrentando problemas com a limpeza do local, que será desapropriado para a construção de apartamentos para populares, dentro do projeto Votorantim Sem Favelas. De acordo com as famílias que permanecem no local, desde a última terça-feira até a manhã de ontem, algumas casas tiveram problemas com o desabastecimento de água, já que na limpeza do local, um caminhão estourou um dos canos responsáveis pelo abastecimento da água. "Isso é jogo sujo, estão forçando para sairmos daqui", alegou o pintor Paulo de Oliveira, que há 20 anos reside no local e mantém-se firme no propósito de não abandonar o endereço. Para ele, o ocorrido com o cano foi intencional, a fim de pressionar a saída dos populares.

Apesar da acusação do pintor, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Votorantim afirmou que o motivo do problema foi mesmo um acidente não intencional. Como as residências são irregulares, reforçaram, dificulta precisar a localização de tubos e encanações no local. Logo que houve o rompimento da encanação, um caminhão-pipa foi enviado para auxiliar os moradores e, na manhã de ontem, funcionários estavam no local para arrumar o cano estourado.

Moradores que preferiram não se identificar confirmaram o problema e, do mesmo modo, acreditam que trata-se de um meio de pressionar a saída deles do local, onde serão construídos 160 apartamentos, para as famílias cadastradas pela Prefeitura. A resistência, contaram eles, tem a ver com a insegurança em deixarem suas casas sem garantia de que irão depois para os apartamentos. Também relataram que o auxílio-aluguel de R$ 300 mais uma cesta básica, repassados pelo Poder Público às famílias que desocuparam os barracos na área, não são suficientes para o aluguel de uma casa, no período previsto de um ano. De acordo com a assessoria, 43 famílias já foram transferidas do local, e as que restam devem deixar o local em breve.