sábado, 12 de janeiro de 2013

PIB da região aumenta 12,5% em um ano

Notícia publicada na edição de 12/01/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno B
Carolina Santana
 
 
Os dados mostram a evolução de 2009 a 2010 e desconsideram a inflação do período
 
 Na cidade de Itapetininga, segundo dados do IBGE, o crescimento no período foi de 17,73% - Por: Arquivo JCS/Adival B. Pinto
 
 
A produção de riquezas na região de circulação do jornal Cruzeiro do Sul teve alta de 12,5% entre os anos de 2009 e 2010. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) de 11 municípios somou R$ 30,06 bilhões contra R$ 26,71 bilhões registrados no período anterior. As informações foram divulgadas na semana passada pelo instituto. Os valores são em preços correntes, ou seja, não consideram a inflação do período.

Em Itapetininga, o crescimento foi de 17,73%. No período em análise, o PIB do município, que era de R$ 2,16 bilhões passou para R$ 2,54 bilhões. Outro destaque fica para Iperó que teve aumento de 24,62%. Em 2009 o PIB do município era de R$ 353,6 milhões e passou para R$ 440,7 milhões em 2010. Na cidade de Sorocaba, o desempenho do PIB causou elevação de 14% de um ano para o outro. A produção de riquezas na cidade, que era de R$ 14,14 bilhões em 2009, fechou 2010 com R$ 16,12 bilhões.

Professor da Universidade de Sorocaba (Uniso) e delegado do Conselho Regional de Economia (Corecon), Sidney Benedito de Oliveira explica que o PIB é a geração de riquezas de uma determinada região. Diretamente relacionado com a renda per capta, o PIB leva em consideração todos os setores produtivos. Com relação à renda, Oliveira afirma que quanto maior o poder de compra de uma população maior será o consumo e, consequentemente, a produção de riquezas, ou seja, atividade nos setores de serviços, comércio e indústria.

Com relação ao desempenho do PIB da região, Oliveira destaca a situação de Mairinque, única cidade com desempenho negativo durante o período analisado. "Não temos condições, só com o valor do PIB de avaliar a economia dessa cidade. Há um conjunto de variáveis que devem ser levadas em conta para essa análise. Pode ser um caso pontual. Teríamos que fazer mais pesquisas", pondera o professor. Entre 2009 e 2010, o indicador foi de R$ 913,8 milhões para R$ 897 milhões.

Apesar da falta de dados sobre a atividade econômica de cada um dos municípios da região, o professor diz ser possível observar a migração da produção para o interior paulista. "As empresas buscam reduzir os custos de produção. Buscam mobilidade e qualidade de mão de obra. A Capital do Estado tem custos de produção muito altos e a mobilidade prejudicada", pondera. Assim, a consequência é que as cidades relativamente próximas a São Paulo recebam um valor maior de investimentos, impactando tanto na produção de riquezas como na renda da população.

Votorantim e serviços

Com crescimento de 15,53% entre 2009 e 2010, o PIB da cidade de Votorantim passou de R$ 1,81 bilhão para R$ 2,09 bilhões. De acordo com o ex-prefeito do município, Carlos Augusto Pivetta, o crescimento foi puxado sobretudo pelo setor de serviços. Ele lembra que durante o período em questão foram anunciados diversos investimentos em Votorantim e a expectativa criada por eles motivou a abertura de muitos comércios e empresas de serviços.

Com mais postos de trabalho há um maios número de pessoas com empregadas. Assim, o ex-chefe do Executivo votorotinense aponta também a melhoria da renda dos trabalhadores como uma das explicações para o desempenho da produção de riquezas na cidade. Para que as vagas criadas pelas novas empresas fossem ocupadas por moradores de Votorantim houve investimento na qualificação dos trabalhadores.

Pivetta lembra que os números divulgados são de 2009 e 2010. Para ele, a tendência é que os próximos anos apresentem crescimento do PIB. Ele afirma que muitos investimentos anunciados serão concretizados dando início à produção e atividade econômica. "São investimentos a médio e longo prazo que vão impactar positivamente no PIB dos próximos anos", finaliza.

Análises isoladas

O desempenho do PIB dos municípios deve ser considerado isoladamente. Delegado do Conselho Regional de Economia de Sorocaba, Sidney Benedito de Oliveira explica que a produção de riquezas das cidades está diretamente ligada à atividade produtiva dos mesmos. Segundo ele, em tempos de globalização, algum acontecimento pontual pode afetar para mais ou menos o PIB, e isso, necessariamente, não reflete toda a realidade econômica de uma cidade.

Em análise dos dados, o economista responsável pela Subseção Dieese Metalúrgicos de Sorocaba, Fernando Lima, chama atenção para o fato dos valores não levarem em conta a pressão inflacionária. Segundo ele, por isso, os números não mensuram o crescimento real da economia dos municípios listados. "Para se ter noção do impacto da inflação, no período entre 2009/2010, a inflação acumulada (IPCA) registrou alta de 10,48%", lembra o economista.

Segundo ele, as cidades analisadas têm características diferentes e isso deve ser levado em consideração. Assim, o economista afirma não ser possível fazer um ranking entre os municípios com base no PIB divulgado pelo IBGE. "É perigoso fazer isso por conta de um único indicador", argumenta.

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