Fernando Guimarães
Projeto da Artesp deve dar mais segurança e fluidez ao tráfego no trecho que registra acidentes constantes
Mesmo com a duplicação da estrada do Lajeado, o cruzamento de vias ainda cria insegurança aos motoristas - Por: Emídio Marques
Com a duplicação da rodovia Raposo Tavares e construção das marginais pela Viaoeste, a situação foi amenizada, mas os riscos continuam. Colisões com danos materiais já aconteceram e outros podem ocorrer também. Cansado de esperar uma decisão do DER, da Artesp e do governo estadual, o ex-prefeito de Votorantim, Carlos Augusto Pivetta (PT), que criticou a falta de vontade política do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em resolver o problema e da Viaoeste também, aproveitou a oportunidade das obras de instalação do novo shopping em Votorantim e, como contrapartida à isenção de impostos, exigiu que o empreendimento construísse uma rotatória em frente à Splice, o que de fato aconteceu. Depois de mais de 40 dias interditada, a avenida 31 de Março recebeu o novo mecanismo, que já está operando desde dezembro passado.
"Essa nova rotatória foi necessária porque o bendito DER, a bendita concessionária e o bendito governador na bendita época deixou de fazer um retorno mais seguro para as pessoas que usam aquele trecho, que é de Sorocaba, todos os dias. Perdemos uma oportunidade de ouro para que as autoridades do Estado fizessem todo o trevo, portanto, construímos aquela rotatória para que os trabalhadores e estudantes tivessem segurança ao retornar para Votorantim. Aliás, essa rotatória é ainda um passo importante para a revitalização da antiga estrada do Lajeado, pois sairão avenidas ligando a avenida Gisele Constantino e o shopping Iguatemi", disse Pivetta.
Usuários reclamam
Com um tom mais ameno, o prefeito Erinaldo Alves disse que o projeto para as modificações do trevo traz certa tranquilidade às administrações de Sorocaba e Votorantim. "Esse projeto, que está em andamento, é abrangente. Trata-se de uma ação que vínhamos (as cidades) querendo há muito tempo". O prefeito disse que o projeto elaborado define um anel viário interligando os acessos das cidades de maneira mais eficiente e melhor, garantindo segurança aos usuários. Com essa obra, Erinaldo poderá colocar em prática outro de seus objetivos: "Criaremos ramais de acesso entre as regiões da cidade, desafogando o Centro", completa, dizendo que as obras melhorarão muito a malha viária da cidade, especialmente naqueles pontos de encontro dos municípios que sempre foram problemáticos, conforme disse.
"Não dá mais para aguentar essa confusão. A situação vem ficando pior a cada dia", desabafa o motoboy Igor Coimbra, de 32 anos. Ele, que usa motocicleta todos os dias a trabalho, afirma que mesmo em duas rodas, a dificuldade de superar o trânsito naquela região é muito grande. "Para nós motociclistas a situação parece pior, pois a quantidade de carros, caminhões e ônibus é grande e temos de ficar espertos para não sermos atropelados na hora de cruzarmos o trevo."
O assistente administrativo Rafael Bruno dos Santos, de 30 anos, não esconde uma saída que assim como ele muitos outros motoristas descobriram para driblar o engarrafamento de todos os dias naquele trevo: utilizam o estacionamento do Shopping Panorâmico. Todas as tardes, entre 16h30 e 19h, é possível observar filas na saída de estacionamento do shopping voltada para a avenida 31 de Março. "É preferível hoje pegar a nova rotatória e retornar pela avenida com destino a Sorocaba do que enfrentar aquele monte de carros parado no trevo", observa Rafael.
Ele não é o único. Graziela Almeida, de 25 anos, segue os mesmos passos. Sai do trabalho no Campolim e opta pela rodovia para seguir pela avenida Deputado Juvenal de Campos, no sentido Sorocaba. "Não dá, não tenho paciência. A gente está cansada de trabalhar o dia inteiro, pega trânsito porque o transporte coletivo é ruim, busca mais conforto, mas os congestionamentos deixam a gente atordoada", relata. Ela prefere seguir esse caminho do que enfrentar outra maratona de congestionamento pela avenida Antônio Carlos Comitre, no Campolim. "Poderia ir pela (avenida) Washington Luís ou (avenida) Barão de Tatuí, mas me diga onde se consegue um saco de paciência e autocontrole para dirigir e parar a cada dez metros?", ironiza.
Solução cara
O engenheiro e especialista em problemas no trânsito Adalberto Nascimento diz que a construção da rotatória é ultrapassada e inadequada. O entrelaçamento comum nos trevos, segundo ele, é um inconveniente. "Talvez uma solução, caríssima, seria fazer passagens em nível. É preciso um esforço conjunto e acredito que o momento é agora, já que os governos municipais de Sorocaba e Votorantim e do Estado de São Paulo são do PSDB", argumenta. Para o especialista, não importa se no trevo o tráfego é baixo ou intenso, o problema persiste da mesma forma. "Quando mais baixo é perigoso e quando intenso, mais embananado." Adalberto Nascimento, coincidentemente, foi procurado ontem pelo prefeito Erinaldo Alves para discutir ideias sobre o "Trevo da Morte" e as possíveis obras no entorno.
As assessorias de imprensa do DER e da Artesp foram procuradas para falar sobre o projeto. O DER informou que a área é de responsabilidade da Artesp, portanto, a agência é que detém o projeto, embora o DER ressalve ter participado de reuniões a respeito. A assessoria de imprensa da Artesp pediu um prazo para inteirar-se sobre o assunto para depois se manifestar a respeito.
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