Gazeta de Votorantim - 16/02/2013
Por Alana Damasceno
Águas de Votorantim está fazendo levantamento no local para solucionar problema
Moradoras mostram
conta cobrada pela Águas de Votorantim em agosto de 2012- Concessionária
informa que após conhecimento da situação não cobra mais taxa.
Emenda ilegal foi
feita na adutora que abastece moradores do bairro Cubatão
Um conjunto de casas em Votorantim, na chamada estrada da Ventania, no bairro Cubatão, recebe água sem tratamento. De acordo com a AGERV (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Município de Votorantim), os moradores do local pagam uma taxa fixa, antigamente repassada ao SAAE, para o consumo desta água, que vem de duas emendas ilegais feitas em uma adutora que abastece o local.
Em contato com os residentes, a Gazeta de Votorantim apurou que a taxa de cerca R$ 9 reais foi cobrada pela Águas de Votorantim até agosto do ano passado, logo quando a concessionária assumiu o serviço. As residentes explicam que têm de comprar água filtrada para beber e que a única maneira dos moradores poderem tomar banho e fazer serviços domésticos é utilizando a água, mesmo que suja. “Roupa branca fica amarelada. Quando chove, sai barro da torneira”, conta Sueli Catarina, residente do bairro há 14 anos.
Eliana da Cruz, moradora há 20 anos, ressalta que o SAAE chegou a ameaçar a colocar seu nome no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) por conta da falta de pagamento. “Foi preciso procurar meu advogado e fazer um acordo de tudo o que devia. Não iria ficar com o nome sujo por causa de conta de água”.
Risco de doenças
Michele Mariano, de 25 anos, explica que sua filha de cinco anos de idade já ficou doente por beber a água. “Quando mudamos para cá, há cerca de dois anos, bebíamos a água”. Com o passar do tempo, Michele explica que percebeu a filha adoecer. “Ela teve diarreia, vômito e reclamava que a barriga doía muito. Eu a levei ao pediatra e nos exames foi constatado um verme que só aparece em água suja”, ressalta.
As emendas ilegais ficam em uma adutora na represa de Cubatão. Segundo a presidente da AGERV, Lucélia Ferrari, a água que serve para abastecer as casas vem bruta (ou seja, não é passada por tratamento). “Esta água não é própria para consumo. Os moradores dizem que não bebem desta água, porém, há sempre o risco”, informa. Ela conta que solicitou junto à concessionária Águas de Votorantim um diagnóstico para saber o que acontece no local.
Lucélia afirma que nenhuma conta deveria ser emitida aos moradores do local. “Tem de se pagar pelo abastecimento de água tratada”. Questionado pela Gazeta de Votorantim, o superintendente do SAAE, Ângelo Veiga, admite que este valor realmente era recebido pela autarquia, porém desconversa, “É uma taxa mínima para evitar problemas com grupos políticos. Esta ligação foi feita a pedido de moradores, que queriam criar o gado que possuem”.
Esclarecimento da Águas de Votorantim
A concessionária esclarece que após um levantamento técnico feito pela empresa nas residências, foi constatado que 17 imóveis não recebem água tratada. A cobrança desses consumidores foi suspensa a partir da vistoria feita no local e a identificação das residências que recebem água não tratada.
A Águas ainda informa que existe uma adutora que conduz água sem tratamento para a ETA compacta Vila nova, proveniente de uma captação superficial na barragem do Rio Cubatão. Esta adução é realizada por uma tubulação de 200mm e percorre cerca de 9km até a estação de tratamento passando por propriedades particulares.
Em nota, a concessionária declara que “Como meta de contrato, a empresa terá que abastecer a região. Estamos estudando as possibilidades. Tão logo se defina, estaremos realizando as obras necessárias para os referidos moradores e iniciando o faturamento”.


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