Notícia publicada na edição de 20/02/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 003 do caderno A
Estrada de Ferro Votorantim
Sendo assinante deste importante jornal, acompanho diariamente os seus
editoriais e nem sempre concordo com os mesmos, sobretudo com o do dia
24/10/2012 que opina sobre o uso da antiga estrada de ferro elétrica de
Votorantim, que segundo a opinião deste veículo de informação deveria
ter seus trilhos retirados ou simplesmente serem usados como opção de um
trem de turismo de fim de semana apontando como principais obstáculos
para o seu uso pleno as passagens de níveis existentes em alguns pontos
da cidade de Sorocaba. Pois bem. É exatamente ai que eu discordo
totalmente do referido editorial e permito-me fazer as seguintes
considerações: será que não seria possível a construção de passagens
elevadas nos tais pontos, permitindo então o uso pleno da citada via
férrea para todas as atividades as quais ela muito bem desempenhou por
mais de seis décadas, ou seja, transportando toda produção das fábricas
de cimento, de celulose e tecidos do grupo Votorantim, além de
passageiros, seus próprios trabalhadores? Ora, sugerir a remoção de
estruturas de trilhos de uma ferrovia que poderá ser plenamente
reativada, sobretudo neste momento que no Brasil a quase totalidade do
transporte é feita por caminhões, entre os quais, os chamados bi-trens
ou treminhões, que são verdadeiros monstros sobre pneus, que tanto
atrapalham o caótico trânsito de nossas rodovias, pondo inclusive em
risco a segurança de todos, não me parece uma feliz ideia. Aliás, o fato
do Brasil ser hoje quase que completamente dependente de transporte
rodoviário na minha opinião é coisa que vem sendo trabalhada há décadas
pelas gigantes multinacionais, fabricantes de veículos rodoviários e
componentes, sobretudo pneus. Esta é a realidade que só não enxerga quem
não quer ver.
RAYMUNDO DE SOUZA FERRAZ
NOTA DA REDAÇÃO
A ferrovia em questão tem vários problemas que, aparentemente,
desaconselham seu uso: é estreita, não permitindo que se tenha os dois
sentidos de direção (algo fundamental num metrô de superfície); cruza
várias passagens de nível entre Sorocaba e Votorantim, e, o que é mais
grave, corta a cidade ao meio, em seu ponto central, o que seria um
problema e tanto para o trânsito, no caso de uso intensivo. Ainda assim,
seria interessante que estudos técnicos definissem a viabilidade de
uso, se não como metrô de superfície, ao menos para o trem turístico
entre Sorocaba e Itupararanga. Na impossibilidade de implantação desses
projetos é que se torna prejudicial para a cidade a manutenção dos
trilhos, que hoje só servem para juntar mato e oferecer um esconderijo
natural a marginais.
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