quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Carta do leitor

 Notícia publicada na edição de 20/02/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 003 do caderno A

Estrada de Ferro Votorantim


Sendo assinante deste importante jornal, acompanho diariamente os seus editoriais e nem sempre concordo com os mesmos, sobretudo com o do dia 24/10/2012 que opina sobre o uso da antiga estrada de ferro elétrica de Votorantim, que segundo a opinião deste veículo de informação deveria ter seus trilhos retirados ou simplesmente serem usados como opção de um trem de turismo de fim de semana apontando como principais obstáculos para o seu uso pleno as passagens de níveis existentes em alguns pontos da cidade de Sorocaba. Pois bem. É exatamente ai que eu discordo totalmente do referido editorial e permito-me fazer as seguintes considerações: será que não seria possível a construção de passagens elevadas nos tais pontos, permitindo então o uso pleno da citada via férrea para todas as atividades as quais ela muito bem desempenhou por mais de seis décadas, ou seja, transportando toda produção das fábricas de cimento, de celulose e tecidos do grupo Votorantim, além de passageiros, seus próprios trabalhadores? Ora, sugerir a remoção de estruturas de trilhos de uma ferrovia que poderá ser plenamente reativada, sobretudo neste momento que no Brasil a quase totalidade do transporte é feita por caminhões, entre os quais, os chamados bi-trens ou treminhões, que são verdadeiros monstros sobre pneus, que tanto atrapalham o caótico trânsito de nossas rodovias, pondo inclusive em risco a segurança de todos, não me parece uma feliz ideia. Aliás, o fato do Brasil ser hoje quase que completamente dependente de transporte rodoviário na minha opinião é coisa que vem sendo trabalhada há décadas pelas gigantes multinacionais, fabricantes de veículos rodoviários e componentes, sobretudo pneus. Esta é a realidade que só não enxerga quem não quer ver.
RAYMUNDO DE SOUZA FERRAZ

NOTA DA REDAÇÃO

A ferrovia em questão tem vários problemas que, aparentemente, desaconselham seu uso: é estreita, não permitindo que se tenha os dois sentidos de direção (algo fundamental num metrô de superfície); cruza várias passagens de nível entre Sorocaba e Votorantim, e, o que é mais grave, corta a cidade ao meio, em seu ponto central, o que seria um problema e tanto para o trânsito, no caso de uso intensivo. Ainda assim, seria interessante que estudos técnicos definissem a viabilidade de uso, se não como metrô de superfície, ao menos para o trem turístico entre Sorocaba e Itupararanga. Na impossibilidade de implantação desses projetos é que se torna prejudicial para a cidade a manutenção dos trilhos, que hoje só servem para juntar mato e oferecer um esconderijo natural a marginais.

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