domingo, 24 de março de 2013

Vossoroca: pai de vários bairros



 Gazeta de Votorantim
Benjamim Pesce


Um bairro que começava na Avenida 31 de março e se estendia até a rodovia João Leme dos Santos, fazendo divisa com a área em que se situa o Jardim Tatiana, ocupado por diversos sítios, com variados tipos de plantações. Foi esse o Vossoroca que Iolanda da Silva Soares, 65 anos, encontrou ao se mudar de Bofete para o bairro há 63 anos.

Lotes de presente

No começo, o bairro era formado por diversos sítios. “Tinha o sítio do Dr. Agrale Antunes, onde hoje fica o jardim Karolyne. Também havia o da dona Julia Martins Domingues e o da dona Maria Rodrigues. O sítio do Osvaldo abrangia boa parte do bairro. Onde moro atualmente era do Toninho”, conta Iolanda.
Quando algum funcionário do grupo Votorantim se aposentava, Antônio Ermírio de Moraes costumava presenteá-lo, dependendo da função que exercia, com pedaços de área no Vossoroca. Assim como outros fizeram, Orlando Damini, um dos beneficiados, loteou o pedaço que lhe coube, assim colaborando com o desenvolvimento do bairro. “Trabalhadores da Votocel e do grupo Votorantim, com o poder aquisitivo maior, adquiriram esses terrenos e logo construíam suas casas, começando a povoar o Vossoroca”, relata.
Atualmente, o Vossoroca conta com aproximadamente 1.500 casas e 5 mil moradores.

Lembranças da infância


Da infância, a moradora relembra com carinho das brincadeiras com as outras crianças. “Tinha algumas árvores que davam umas bolinhas brancas. Chamávamos de Salto a Marte, de tão longe que ela ia, quando a arremessávamos contra o chão. Quem mandasse mais longe ganhava uma fruta. Meu pai tinha um canto da chácara que ele dizia que era sagrado, que era pra Deus abençoar. Havia touceiras de bambu e passava um riacho por baixo. Tinham lagartos enormes, que entravam no galinheiro para roubar ovos. As galinhas brigavam com eles. Também recordo de gaviões, raposas, coelhos e lebres. Onde hoje é o Mirante dos Ovnis, havia o pasto do Zé Marchi. Meu pai levava as vacas lá para comer”.
Outra situação que repassa são as plantações de café que havia em sua chácara. “Meu pai era plantador de café. Nós secávamos e torrávamos. Colhíamos uns 100 sacos. Íamos de charrete levar para as fábricas em Sorocaba. Cortávamos por uma estrada que saia do Campolim e ia para a Armando Pannunzio, que era a antiga rodovia Raposo Tavares. Também plantávamos eucalipto”, conta.

Reivindicações do moradores

De volta à atualidade, a principal reivindicação, segundo Iolanda, é a conclusão do centro esportivo, próximo ao bairro, o qual deveria ter sido finalizado há 24 anos. “Houve várias trocas de prefeitos e até agora não fizeram nada. Há 24 anos esperamos pelo fim das obras. O Zeca Padeiro inaugurou a quadra no local. Chegou até a colocar iluminação. O Jair Cassola fez a cobertura. No final do ano passado, o Pivetta pôs uma placa que terminaria o centro esportivo. Como perdeu, ficou tudo como antes. Com o abandono, o local virou ninho de desocupados. Quem não gostaria de ficar lá? Oferece abrigo e é coberto. Por isso as pessoas acabam ficando por ali”, diz.
Outros pedidos são o recapeamento das ruas e mais um centro de saúde. “As ruas estão todas esburacadas. Precisam recapeá-las. Precisamos também de mais um centro de saúde. O bairro está crescendo cada vez mais. A prefeitura tem áreas que poderiam utilizar para a construção da unidade. O do Jardim Clarice está muito mal localizado”, afirma.

Igreja do bairro

A Igreja Nossa Senhora Aparecida, segundo a moradora, era para ser em um terreno em cima do campo do Flamengo, time de futebol do bairro. Isto não aconteceu porque algumas pessoas invadiram o local após saberem que seria construída uma paróquia, “Em 1998, quando falou-se em construir uma igreja aqui no Vossoroca, decidiram que seria em uma área em cima do campo do Flamengo. Só que as pessoas invadiram e ficaram por lá. O local em que ela está hoje havia sido separada para a construção de uma creche e de uma escola. Fui até o prefeito e sugeri a troca de áreas. Ele aceitou e levou a sugestão para a Câmara, a qual foi acatada. A construção foi feita em pré-moldado. O tamanho foi aumentado depois do pedido do padre Zé Roberto”.

Opções para comer

Na opinião de Cintia Pires, 25 anos, que mora no bairro desde que nasceu, o que o bairro oferece de melhor são as diversas opções para quem quer comer. “O Vossoroca não tem muitas opções de lazer. Porém, tem muitas lanchonetes e uma das melhores pizzarias da cidade. Para quem gosta de comilança, não tem bairro melhor”, cita.

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