Rede Bom Dia
A dengue pode ter feito mais uma vítima fatal essa semana em
Sorocaba. A aposentada Tan Wie, 93 anos, morreu na última terça-feira
por suspeita de dengue hemorrágica. A VE (Vigilância Epidemiológica)
está investigando o caso e o laudo deve sair em dez dias.
De
acordo com o filho da vítima, o médico Yo Tik Swan, 60, a mulher foi
internada no dia 22 de março com suspeita de AVCI (Acidente Vascular
Cerebral Isquêmico), mas todos os exames deram negativo. Os sintomas
apresentados pela paciente foram fraqueza e desidratação, além da
infecção urinária. A avaliação foi feita e, após cinco dias, a VE
confirmou que ela estava com dengue.
"Todos os procedimentos
foram feitos quando foi constatado que ela também estava com hemorragia.
Ela foi tratada muito bem", afirma o filho, que prefere não identificar
o nome do hospital onde sua mãe foi atendida.
Antecedentes /A VE estuda saber onde a mulher
contraiu a doença, possivelmente, nos bairros Granja Olga ou Jardim
Sandra. "Moramos no Granja Olga. Quando ia viajar, deixava minha mãe com
uma funcionária que mora no Jardim Sandra. Lá, os moradores alegam que o
terreno baldio pode ser um criadouro para dengue por causa do mato alto
e 'piscinas naturais' com água parada, além de haver suspeitos com a
doença", conta o filho.
A paciente não sofria com doenças
crônicas e a família destaca que ela nunca teve dengue antes, pois o
tipo hemorrágico, geralmente, ocorre quando é a segunda vez que a pessoa
é picada pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. "Em
janeiro, ela apresentou estar fraca e doente, mas passou rápido. Em
fevereiro, minha mãe, assim como meus demais familiares, tive tosse por
três semanas. Nos exames nada foi identificado", relembra o médico.
Idosos /O filho da vítima lamenta não ter percebido
os poucos sintomas que a mãe apresentou nas duas vezes que pareceu
doente. "O primeiro diagnóstico da dengue é importantíssimo. Temos que
tomar muito cuidado com os idosos, muitas vezes o corpo não apresenta os
sintomas de defesa, como, por exemplo, a febre que é um alerta para
manifestar que algo está errado."
A família aguarda o laudo da
VE sair em dez dias para afirmar se a causa da morte foi mesmo dengue
hemorrágica. "Quando é hemorrágica, é fatal. Qualquer um pode pegar
dengue, o que precisamos fazer é se unir. Limpar as casas, acabar com os
criadouros, usar repelentes. Precisamos fazer algo contra o mosquito",
ressalta.
VE /Sobre o caso da senhora Tan Wie, a Área de
Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde de Sorocaba informa que foi
notificada sobre a suspeita de dengue da paciente, e que esta foi a
óbito. Em cumprimento às normativas estabelecidas pelo Ministério da
Saúde, a Vigilância em Saúde informa ainda que esta ocorrência se
encontra sob investigação epidemiológica.
"É prudente neste momento aguardar a conclusão para o encerramento do caso", diz a nota.
A
pasta reitera que as ações de combate à dengue são permanentes em
Sorocaba e reforça que os hábitos preventivos contra a dengue devem ser
mantidos pela população também o ano todo, independente da estação.
Casos de dengue na cidade aumentaram de 2012 para cá
A Seção
de Controle de Zoonoses de Sorocaba informa que, por mês, em média, há
cerca de oito mil criadouros removidos e 18 mil imóveis vistoriados.
Questionada
sobre a realização de vistorias, a prefeitura afirma que todos os
imóveis são vistoriados, tanto privado quanto público.
Os grandes
vilões, elencados pela Zoonoses, que podem se tornar criadouros do
mosquito transmissor são materiais inservíveis, latas, frascos, pratos
de vaso de planta e lonas plásticas.
Sorocaba não registrava
casos de morte por dengue desde 2011. Mas este ano, em 6 de janeiro, a
aposentada Carmem Sperandio Beloto, 67, morreu, suspostamente, por
dengue hemorrágica. A vítima sofreu por sete dias, já que os exames não
revelavam o diagnóstico. Na época a VE, não confirmou o caso e também
não deu o motivo da morte. Ela morava no bairro Trujillo.
Um
menino de 13 anos, morador do Jardim Brasilândia, morreu em 15 de
fevereiro por dengue hemorrágica. Ele estava internado na Santa Casa de
Misericórdia de Sorocaba, porém seu quadro evoluiu e ele não resistiu.
Atenção a todos os sintomas é necessáriaA
funcionária pública Lucimar Bezerra Feitosa, 43 anos, conta que levou
cerca de três meses para se recuperar da dengue. Ela foi infectada em
2011 pelo mosquito transmissor, no centro de Votorantim, e sentiu os
sintomas da doença principalmente nas pernas.
Ela relata que as dores eram fortíssimas nos olhos e nas articulações, teve febre de 40 graus e dor de cabeça muito forte.
“Durante os primeiros 15 dias senti muita coceira após banho também”.
Um
dos alertas que ela dá é para que as pessoas prestem atenção nos
sintomas, alguns são parecidos com a gripe. Até a descoberta da doença,
ela conta que passou por uma peregrinção. Marcou consulta em seu
convênio médico, mas não recebeu o diagnóstico correto e tomou medicação
errada. “No terceiro dia que voltei ao hospital eu mal conseguia andar,
fiquei em observação e aí fiz o exame que foi encaminhado ao Pronto
Socorro e onde constataram que era dengue”.
Desde o início deste ano foram detectados 87 casos de dengue (até o dia 16) em Votorantim.
Conforme
a assessoria de comunicação da prefeitura, o Jardim Tatiana continua
sendo o bairro com maior número de pessoas infectadas neste ano de 2013,
com nove novos resultados positivos, o bairro soma 34 casos desde o
início do ano.
Recentemente, a Secretaria da Saúde promoveu uma
recomposição da equipe de combate à dengue e ampliou o número de agentes
e capacitá-los para o trabalho, com treinamento para todos os
profissionais da rede municipal sobre a dengue.
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