Marcelo Roma
Dez pessoas foram presas e cinco são procuradas; droga era trazida do MS
Júlio Marcos Popts - Por: Emidio Marques
A Polícia Civil deverá pedir à Justiça o sequestro de bens comprados pelo bando com o dinheiro do tráfico - Por: Emidio Marques
Conforme os delegados Alexandre Cassola e Basílio César Cassar, da Dise, Júlio era sócio de Marcos Antônio Rodrigues, o Dig, e ambos coordenavam o esquema de tráfico. Marcos teve a prisão temporária decretada pela Justiça e é procurado. A investigação durou três meses e levantou que Júlio fazia distribuição de droga em Sorocaba e Votorantim usando viatura do Samu. Cassar ressalta que não há envolvimento de nenhum outro funcionário do Samu. Júlio utilizaria a viatura para evitar suspeitas e eventuais abordagens da polícia.
A investigação revelou que Marcos tinha como braço direito Leonardo Augusto Rosa, o Neguinho, que atuaria como gerente, responsável pela distribuição de droga nas "biqueiras" e arrecadação do dinheiro. Leonardo também teve ligações telefônicas gravadas em que negociava armas e munição para "colaboradores" da quadrilha. O fornecedor de armas seria Marcelo Soares Franco, preso em Votorantim com grande quantidade de munição, inclusive de uso restrito, e uma carabina calibre 32.
De acordo com os delegados da Dise, os fornecedores de Júlio e Marcos eram de Limeira, também no interior de São Paulo, e das cidades de Dourados e Ponta Porã, ambas no Mato Grosso do Sul. Ponta Porã fica na fronteira com o Paraguai. A Dise identificou 15 pessoas na quadrilha. Dez foram presas, um adolescente apreendido e há quatro procurados, entre eles Marcos e Leonardo. Eles movimentavam entre 40 e 50 quilos de droga por semana, segundo o delegado Alexandre Cassola.
Os integrantes do grupo acusados de fazer o transporte da droga do Mato Grosso do Sul para Sorocaba e Votorantim seriam Rafael da Silva Buriquel e Robson Henrique de Souza Forte, o Theco. Rafael foi preso em Ponta Porã com 5,5 quilos de maconha e 1,5 quilo de pasta base de cocaína que traria para Votorantim. Achiles Gonçalves Braz seria um dos fornecedores do grupo em Ponta Porã, onde foi preso.
A droga pode ter entrado no Brasil, vinda do Paraguai, por Ponta Porã. Em Limeira, a Dise prendeu Cindy Moriel de Oliveira, que faria a contabilidade para o fornecedor que está preso em Hortolândia. A maconha e a cocaína movimentadas pelo grupo chegavam a microtraficantes de Sorocaba e Votorantim, cujas prisões são frequentes.
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-7), Júlio Guebert, explicou que a investigação teve como objetivo desarticular a quadrilha que abastecia o tráfico em Sorocaba e Votorantim e não necessariamente uma grande apreensão de drogas.
Ao final do inquérito, a Polícia Civil deverá pedir à Justiça o sequestro de bens (veículos e imóveis) que teriam sido comprados com o lucro do tráfico. Marcos, que está sendo procurado, tem passagens na polícia por tráfico de droga e tentativa de homicídio. Júlio esteve preso antes uma vez, por receptação.
Os integrantes da quadrilha são acusados, conforme a participação de cada um, por tráfico, associação para o tráfico e posse ilegal de arma e de munição. A lei prevê aumento da pena de 1/6 a 2/3 para o tráfico interestadual. A operação foi batizada de Malibu em referência ao seriado de televisão "SOS Malibu", em que um grupo de socorristas atua como salva-vidas nas praias da Califórnia.


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