sexta-feira, 5 de julho de 2013

Votorantim encerra congresso que abordou a escola onde o ser humano é visto de maneira integral


O evento fez parte das ações de formação continuada na rede municipal de Votorantim e teve como proposta discutir e estimular o pensamento sobre uma escola real, de qualidade e integral.

 

Com a participação de 230 profissionais da área, o 5° Congresso de Educação de Votorantim terminou nesta sexta-feira (05) cumprindo o objetivo de ampliar o debate e o conhecimento sobre a "Educação integral: seus desafios e possibilidades". Durante os três dias de programação, professores e profissionais de suporte pedagógico da rede pública e privada tiveram a oportunidade de acompanhar palestras e dialogar com pesquisadores de renome que abordaram conceitos, práticas e tendências da educação integral, mencionando autores, pesquisas e suas vivências, promovendo a reflexão e a interação dos participantes.

Com uma avaliação colhida diretamente com os participantes, a secretária da Educação, Isabel Cristina de Moraes Cardoso, encerrou o congresso com a satisfação de ter alcançado a proposta de promover a discussão e o pensamento sobre uma escola real e de qualidade. "A temática abordou a escola focada no ser humano que é pensado de forma integral e teve a receptividade dos participantes. Houve a oportunidade de dialogar com os pesquisadores convidados sobre uma escola que deve promover o ensino de qualidade e ao mesmo tempo ser um ambiente alegre", frisou Isabel.

A Companhia Tempo de Brincar fez intervenções culturais, com cantigas, brincadeiras e interações com o público nos três dias do evento, garantindo essa reflexão sobre a importância do lúdico na aprendizagem e na vivência escolar. Conforme a secretária, todos os palestrantes convidados elogiaram a iniciativa da Prefeitura de Votorantim na realização do congresso, permitindo e promovendo aos seus profissionais da educação a oportunidade de parar para pensar de maneira qualificada sobre o trabalho que desenvolvem.

Destaques do evento

No último dia, o doutor em Educação, Gaudêncio Frigotto, falou sobre "Políticas Públicas na Educação" e sentenciou que esta é uma área na qual o Brasil tem um longo caminho a percorrer. Ao traçar o histórico da educação no país, o especialista provocou os educadores presentes a refletirem sobre as demandas necessárias para a implantação de uma escola efetivamente integral. O tripé composto por conteúdo, forma e valores na educação foi apresentado como uma demanda fundamental para a área e Frigotto também tratou sobre a dedicação integral dos professores e a importância das horas dedicadas à pesquisa e preparação das aulas: "Só desta forma é que a função docente e a participação do aluno ocorrerão como se espera", destacou.

No período da tarde, a palestra de encerramento do congresso foi com a professora Sandra Bozza, especialista em Ciências Sociais da Educação. A convidada é professora de pós-graduação com foco em alfabetização, letramento, aprendizagem e leitura, e abordou o tema "Letramento na educação integral".

Outro destaques do evento foi a presença de Fátima Freire Dowbor. Educadora com experiência em diversos países, formada em Pedagogia pela PUC/SP e Psicopedagogia pelo Instituto Jean Jacques Russeau (na Suíça), entre outros títulos, Fátima é Mestra em Semiótica pela PUC/SP e membro do Instituto Paulo Freire. Sua apresentação teve como tema: "A aprendizagem na perspectiva da educação integral". A pesquisadora tratou, entre outros aspectos, dos modelos de aprendizagem e instigou os participantes a pensarem sobre suas posturas. "A forma como se apresenta o mundo está diretamente relacionada com a maneira como se aprende. Temos que nos perguntar sempre: De que forma eu estou apresentando o mundo aos meus alunos?", frisou Fátima.

Ela também acentuou que educação não tem a ver com modismos, principalmente modismos importados de outros países, de outras culturas, mas foi incisiva ao tratar dos preconceitos. "Na educação, quem tem preconceito tem sérios problemas, precisamos exercitar a escuta que é um processo de aprendizagem fundamental para o educador que quer aprender para poder dialogar com o outro", destacou.

O pesquisador e escritor César Nunes, doutor em Educação e livre docente no Departamento de Filosofia e História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) palestrou no primeiro dia do congresso e também promoveu discussões marcantes. Prendendo a atenção dos presentes do começo ao fim de sua aula, Nunes abordou "A educação emancipatória na filosofia da educação integral" destacando que aprender é uma condição do ser humano desde a concepção até a morte e que na escola e na sociedade a obediência é um foco ultrapassado.

Conforme o pesquisador, a educação tem que ser participativa, tolerante, moderna, humanista, dialógica e emancipadora, não cerceadora. "Obediência não convence mais ninguém, é preciso educar para o respeito. A escola moderna não deve ser vista e não deve funcionar como mediadora e preparadora para o mercado de trabalho, não é lugar de seleção e de exclusão, a escola não é local de cobrança. Escola é direito, é o local onde se recebe tudo de melhor que a humanidade já acumulou, escola é herança e preparo para a vida social, emancipatória, portanto.", completou. 

A realização do congresso fez parte das ações destinadas à formação continuada dos profissionais da rede municipal, atendendo o disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Plano Municipal de Educação e o Estatuto do Magistério Público Municipal.

 

SECOM (PMV)

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