Notícia publicada na edição de 01/08/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 9 do caderno A
Wilson Gonçalves Júnior
Alunos são obrigados a mudar de sala de aula nos dias de chuva. Prefeitura promete reparos
Quando a chuva aperta em Votorantim, na
região do Jardim Serrano 2, os alunos da 1ª série do ensino fundamental
da escola municipal Maria do Rosário Arcuri de Oliveira Campos,
inaugurada há apenas um ano e um mês, iniciam um ritual de carregar
mochilas, materiais e deixar a sala de aula em que estudam. Devido a
infiltrações no teto, as goteiras afetam a sala de aula e alunos
precisam ser removidos para outra, com carteiras e cadeiras.
Além de duas das dez salas de aula, a escola apresenta outros problemas
como estufamento do forro na entrada da unidade -uma placa de madeira já
se desprendeu do teto. Até uma das escadas de acesso à quadra -
construída em cima da escola - precisou ser interditada. A Secretaria
Municipal de Educação já solicitou à empresa responsável pela obra (a
Casagrande Serviços e Construções) para que solucione os problemas e
informou que algumas medidas já estão sendo tomadas. A Casagrande
Serviço e Construções disse que o erro foi de projeto e não de execução,
já que não previa fechamento da quadra e sistema mais eficiente de
impermeabilização.
O forro de madeira no hall de entrada da escola começou a apresentar uma
cor alaranjada em parte dele, com aspecto de estufamento. Uma das
placas de madeira se soltou e ainda não foi reparada. De acordo com a
Secretaria de Obras da Prefeitura de Votorantim, a quadra poliesportiva
da escola é aberta nas laterais - fechada com alambrados - e fica no
piso superior do prédio, acima do hall de entrada da escola.
O setor técnico do Prefeitura explicou ainda que diante da localização
da quadra, em ponto elevado, o espaço recebeu ventos fortes e acarretou
em acúmulo maior de água. Como trechos do piso do ginásio está com
infiltrações, a água chega ao teto do hall da unidade escolar. "Já houve
três tentativas de conter a infiltração de água para o piso inferior
com a impermeabilização nas juntas de concreto. Com novas chuvas,
especialmente nos últimos 40 dias, foi verificado que o problema
persistiu e a construtora informou que irá fazer mais uma tentativa de
impedir a infiltração da água pelas emendas de concreto", explicou o
setor técnico da prefeitura.
A secretária de Educação de Votorantim, Isabel Cristina de Moraes
Cardoso, informou que a escolha do tipo de projeto - como no caso da
quadra no piso superior da escola - é do município, diante das propostas
apresentadas pelo governo federal, com verba do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE). No caso específico do fechamento da
quadra, ela informou que a empresa seguiu o projeto e não houve falhas,
portanto a implantação deste serviço será bancada pela Prefeitura de
Votorantim.
O município analisa agora qual será a melhor alternativa. "Esta
intervenção e a redução da entrada de água na quadra consequentemente
também contribuirão para a solução do problema de infiltração do piso",
diz nota da Prefeitura. A chefe da pasta de educação negou que a escola
precise ser interditada, por causa do problemas estruturais e informou
que as aulas já tiveram inicio.
O diretor da escola, Carlos Eduardo Eustáquio, disse que os problemas
começaram ainda no ano passado e que apenas a infiltração nas duas
classes, ambas de 1ª série, ocorreram há dois meses. Eustáquio afirmou
que quando chove forte é necessário transferir os alunos para outras
salas, já que quatro das dez estão vagas e podem prestar um auxílio
nestas ocasiões. A Prefeitura informou que já acionou a empresa também
neste episódio e espera a visita nos próximos dias. Para o setor técnico
da Prefeitura, há duas possibilidades para o problema: entupimento de
calha ou deslocamento de telhas.
Uma das escadas de acesso à quadra precisou ser interditada pela direção
da escola, já que necessita por parte da empresa reforço na estrutura e
ajuste na parte metálica. O reboco do gradil e do corrimão estão
desprendendo da parede. "Achamos melhor fechar para segurança dos alunos
e temos outra rampa de acesso aos alunos na quadra", afirmou Eustáquio.
A secretária de Educação afirmou que a Prefeitura ainda não emitiu para a
construtora o termo definitivo de entrega, tendo em vistas aos
problemas estruturais e que o prazo de garantia do prédio é de cinco
anos. "A empresa pode ser penalizada, caso os problemas não sejam
solucionados", destacou Isabel Cardoso. A escola tem 11 classes, no
período da manhã e tarde, com 303 alunos com idade entre 6 a 11 anos.
Empresa
Procurado, o setor de engenharia da Casagrande Serviços e Construções
disse que o erro não foi de execução e sim de projeto. A empresa alegou
que a planilha de obra e a ficha de metro construtivo não pediam que
fosse realizada uma impermeabilização por manta asfáltica entre a quadra
e o teto da escola. "A ficha pedia uma lona plástica. A lona nós
verificamos 4 vezes e vimos que não é suficiente para impermeabilizar a
área. A Prefeitura então resolveu fechar, para a água não molhar o piso e
passar para o andar de baixo", alega empresa.
Sobre o telhado, a empresa disse que foi informada na segunda-feira pela
Prefeitura, às 16h45, pelo telefone e inicia hoje um trabalho para
resolver o problema ainda neste mês. "Em momento nenhum a empresa se
eximiu de solucionar qualquer problema e sempre atendeu os pedidos da
prefeitura quando formalizado os pedidos."



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