Notícia publicada na edição de 07/08/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 9 do caderno A
Enquanto a Prefeitura de Votorantim e a
empresa concessionária do transporte coletivo, a Auto-Ônibus São João,
negociam reajuste na tarifa de ônibus ou o aumento no subsídio do poder
público no transporte público coletivo, estudantes fazem hoje uma
manifestação contra o possível aumento no preço da passagem. A
manifestação, organizada pelas redes sociais, terá concentração, às 17h,
na praça Zeca Padeiro, no centro de Votorantim. Atualmente, o preço da
passagem é de R$ 2,90, no passe unitário e no vale-transporte, e de R$
2,30 na tarifa social, de quem possui o cartão integração. Neste caso, a
Prefeitura subsidia R$ 0,60 do preço, valor que é repassado à empresa.
Agosto é a data-base do contrato entre o poder público e a iniciativa
privada, para análise das planilhas de custo do transporte coletivo e
realização de reajustes.
De acordo com o diretor da Auto-Ônibus São João, Marco Antônio Franco, a
tarifa social não é reajustada há quatro anos, ou seja, desde o
primeiro ano de governo do ex-prefeito Carlos Augusto Pivetta (PT). O
subsídio, feito por decreto, começou em dezembro do 2009 e os valores
foram de R$ 0,20, R$ 0,30, R$ 0,40 e chegou aos atuais R$ 0,60. O último
reajuste na passagem ocorreu em novembro do ano passado, de 7,04%. Na
ocasião, somente as tarifas do vale-transporte e passe unitário tiveram
aumento, de R$ 0,20, e passaram de R$ 2,70 para R$ 2,90. Franco admitiu
que as partes estão em fase de negociação para reverter o problema. Já a
Prefeitura, até o fechamento desta edição não se posicionou quanto ao
assunto.
De acordo com o estudante de Direito Gabriel Soares Gonçalves, um dos
organizadores do protesto, especula-se que o reajuste discutido entre a
Prefeitura e Auto Ônibus São João seria de R$ 0,20, isto é, a passagem
passaria de R$ 2,90 para R$ 3,10. "Agora foi anunciado o aumento da
passagem e me reuni com os diretores da empresa de ônibus e eles me
falaram que estão tentando contornar a situação, informalmente com o
prefeito. O nosso foco será barrar este aumento."
Franco falou da dificuldade em chegar a uma solução: "A empresa tem que
ser remunerada senão não tem condição, a Prefeitura obviamente não tem
recurso e o mercado não tão aceitando reajuste. Como é que nós vamos
fazer? É isso que nós estamos tentando achar uma fórmula e não significa
que o reajuste vai chegar para o usuário". Mesmo assim, ele - que
confirmou a reunião com um grupo de estudantes na semana passada -
considera "difícil" a Prefeitura repassar o aumento para o usuário do
transporte coletivo. Acredita que a diferença para manter o custo da
tarifa terá que sair dos cofres público, já que o transporte coletivo
urbano é um serviço essencial para população, como Saúde e Educação.
O diretor explicou que o prefeito Erinaldo Alves da Silva (PSDB) deixou
claro que o município não tem dinheiro para colocar no transporte
coletivo este ano. Uma saída seria a Prefeitura destinar no orçamento do
ano que vem uma verba específica para manter o sistema. "Se o prefeito,
a partir de 2014, inserir alguma coisa em 2014, a São João terá que
fazer a parte dela. Agora se não for colocar nenhum um centavo, aí o
rumo da conversa será outro", resumiu. E reiterou: "Os governos terão
que inserir nos planejamentos financeiros uma verba voltada para o
transporte público urbano, já que a maioria absoluta sempre foi tratado
como tarifa. Você coloca lá o valor e o usuário paga integralmente,
entretanto, esse cenário está mudando."
Protesto
A manifestação programada para hoje foi marcada via redes sociais. Ontem
à tarde, mais de 280 pessoas tinham confirmado a participação. A saída
será às 18h e o percurso do protesto não foi divulgado. Conforme
Gonçalves, um oficio, informando sobre a realização da manifestação, foi
entregue ontem para a Polícia Militar. O estudante explicou ainda que
está será a terceira manifestação promovida pelo grupo, sendo que outras
duas manifestações tiveram como objetivo a reivindicação de melhorias
no transporte coletivo, em relação à infraestrutura do terminal urbano,
principalmente aos sanitários. (Wilson Gonçalves Júnior)
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