Aprender sobre economia doméstica também é tarefa escolar em Votorantim. Alunos de 9 a 11 anos de idade participam de atividades práticas e dinâmicas que incluem observar o funcionamento dos supermercados, pesquisar preços e tabular os dados coletados para compreender a importância do planejamento na hora das compras. As crianças cursam o quarto e o quinto anos do Ensino Fundamental no Programa Educação em Tempo Integral na Escola Municipal "Edith Maganini", no bairro Vossoroca.
O programa "Entre linhas" será desenvolvido até o final do segundo semestre deste ano, por iniciativa da pedagoga Camila Doray de Paula, responsável pelas oficinas de Informática Educacional no contraturno das aulas. "Está em nosso cronograma o aprendizado com planilhas de dados, utilizando os recursos tecnológicos do laboratório de informática, então organizamos o trabalho envolvendo o universo das compras, instrumentalizando e auxiliando as crianças para que compreendam também como é importante estar atento para garantir o controle do orçamento doméstico", comentou Camila.
Como bons multiplicadores de informação, os alunos devem levar as lições aprendidas e dicas para casa. Vinícius Pereira dos Santos, de 10 anos, diz que ficará mais atento à variação de preços e quantidade dos produtos. "Vou prestar mais atenção e continuar anotando para comparar", contou. Segundo o aluno, entre os itens de higiene pessoal pesquisados, o que mais surpreendeu pela diferença de preços entre itens semelhantes foi o desodorante.
Finalizando a visita ao supermercado, as crianças usaram dinheiro levado de casa para adquirir produtos, exercitando o controle dos gastos e conferência de troco. Juliana Martins, de 9 anos, gostou justamente de aprender como controlar os gastos. Os amigos juntaram o dinheiro que tinham, sem se preocupar com quem colaborou com mais ou menos, tendo o objetivo de conseguir maior variedade de produtos. "Fomos anotando cada preço no caderno para não passar dos R$ 33,20 que juntamos", ensinou. Na primeira tentativa, sobrou dinheiro e o grupo voltou às prateleiras para pegar mais alguns itens.
"Para eles, essa experiência é interessante também para compreender o valor do dinheiro ", acrescentou a professora. Foi justamente esta parte da tarefa que reuniu as crianças no caixa do supermercado, mas nem todos conferiram o troco devolvido. Outras situações observadas foram a busca por produtos que as próprias crianças não conheciam, especialmente os legumes, além da organização e disposição dos itens nos corredores. "Dividimos a pesquisa entre itens de higiene pessoal, limpeza e alimentos. Cada grupo tinha que realizar pelo menos dez anotações de preços", explicou Camila.
Caroline Camargo de Oliveira, de 10 anos, preferiu fazer a pesquisa sozinha e anotou vinte preços, com detalhamento dos produtos. "Gostei de olhar cada produto e agora vou poder comparar quanto eles custam", animou-se enquanto inseria as descrições de cada item em uma planilha no computador. Situações curiosas também surgiram, como ocorreu com Fernanda Gomes Silva, de 10 anos, que não encontrou o preço do achocolatado e pediu ajuda a uma funcionária do supermercado para resolver seu problema. "Se eu não achei o preço, ela tem que me mostrar", ensinou a aluna.
Nos próximos meses, uma vez por semana, os alunos continuarão trabalhando com os dados e refletindo sobre as experiências de compras. No laboratório de informática, preencherão as planilhas, inserindo dados, criando e alterando linhas e colunas, aprendendo a programar fórmulas e outras operações.
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