quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Auxiliares de serviços infantis farão greve se projeto de reajuste não for enviado à Câmara

Folha de Votorantim
Valdinei Queiroz


De acordo com as profissionais, prazo final para encaminhamento do projeto foi até ontem à tarde; até o fechamento desta edição, Erinaldo não havia protocolado o projeto na Câmara

O prefeito Erinaldo Alves da Silva (PSDB) e a secretária de Educação, Isabel Cristina Dias de Moraes Cardoso, estão dialogando desde a semana passada para chegar num índice de reajuste para as auxiliares de serviços infantis. A base tucana na Câmara afirmou na sessão realizada na semana anterior que o anúncio seria feito pelo Chefe do Executivo na última sexta-feira (1°), mas não foi o que ocorreu. A segunda data apresentada pelos tucanos, no entanto, é incerta.
De acordo com o vereador Bruno Martins de Almeida (PSDB), o anúncio do prefeito será feito provavelmente nesta ou na outra semana, não adiantando a data exata. Tal declaração foi recebida pelas auxiliares de serviços infantis, que lotaram o plenário da última sessão legislativa, com repúdio. Tanto que elas gritaram "greve", em resposta ao tucano.
Segundo as profissionais, o prefeito diz que vai anunciar hoje (ontem, dia 6) o valor do reajuste salarial e, em seguida, o parlamentar que é do mesmo partido comenta que não sabe quando será colocado o projeto para que os vereadores apreciem e, posteriormente, votem. Até o fechamento desta edição página, o Chefe do Executivo ainda não havia informado se havia protocolado o projeto na Casa de Leis.
Em conversa com as auxiliares ontem à tarde, a reportagem da Folha foi informada que, caso Erinaldo envie um projeto que dê 20% de reajuste - o que seria um avanço de R$ 186 -, as profissionais, em primeira instância, vão, sim, aceitar. "Ao chegar a este valor, nós vencemos a primeira batalha. A segunda é alterar a referência do padrão 7, que é atualmente, para o 11", articula Rosangela Oliveira, 31 anos, auxiliar de serviços infantis. Atualmente elas recebem, mensalmente, R$ 930.
Mas se a porcentagem for menor que 20%, as profissionais vão se reunir o mais rápido possível e, pela decisão da maioria, acatarão ou não o texto que o prefeito for protocolar na Câmara. Para o presidente Sindicato dos Servidores Públicos de Votorantim, Isael Clareti, se o prefeito não atender as solicitações das profissionais pode ocorrer uma Assembleia Geral e, com a adesão de 50% das 218 auxiliares, será deflagrada greve.
Ontem pela manhã, o vereador Bruno Martins de Almeida disse que tanto o prefeito quanto a secretária de Educação estão estudando com cautela o reajuste salarial das auxiliares, sem causar rompimentos bruscos aos cofres públicos. Para o tucano, caso o prefeito chegue entre 10% e 20%, essas profissionais vão receber outro reajuste em abril, quando acontece a correção de inflação. Este ano, por exemplo, foi de 6,78% - como relembrou o parlamentar da situação.
O legislador Marcos Antonio Alves (PT), o Marcão Papeleiro, foi enfático em relação à situação das profissionais, dizendo que "se chegar projeto com menor valor que as auxiliares estão reivindicando, os vereadores têm que votar contra".
Atualmente o município conta com 14 creches, 218 auxiliares de serviços infantis e 2.030 crianças entre quatro meses e três anos de idade. Com esse número, dá o total de 15 auxiliares para cuidar de 145 crianças, em cada creche.

Reivindicações
A luta das auxiliares vem desde a segunda gestão do ex-prefeito Jair Cassola (PDT) e, considerando esse tempo, as reivindicações vêm sendo feitas há quase 10 anos. Rosangela Oliveira diz que, além da valorização profissional, a categoria também solicita revisão do salário. "Hoje o salário de auxiliar de educação nos municípios vizinhos gira em torno de R$ 1.200 a R$ 1.400, enquanto em Votorantim é de R$ 930", explicou, dizendo que é, atualmente, o mais defasado da região.
Em Sorocaba, as profissionais terão, a partir do ano que vem, redução da jornada de trabalho de 8 para 6 horas diárias. Conforme explicou o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), as auxiliares, além das seis horas diárias, vão cumprir mais duas para formação. "Em momento algum, nós pedimos a redução da jornada de trabalho. Estamos, aqui, pedindo reajuste no nosso salário", comentou Rosangela.
Outra demanda é em relação à mudança da referência do padrão 7 para o 11. De acordo com Carla Furquim, 26 anos, também auxiliar de serviços infantis, o salário das auxiliares está equiparado a de um coletor de lixo, coveiro e auxiliar de limpeza – cargos que exigem formação de ensino fundamental incompleto. "O concurso que prestamos para o nosso cargo exigiu ensino médio completo e conhecimentos específicos da função."

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