quarta-feira, 13 de novembro de 2013

No loteamento Maria Luiza faltam luz, água e coleta de lixo

Notícia publicada na edição de 13/11/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 012 do caderno A
Sthefany Lara  programa de estágio


 Moradores reivindicam a regularização da área e a implantação dos serviços públicos básicos - ERICK PINHEIRO


Falta de iluminação nas ruas, de rede de água encanada, de pavimentação e de coleta de lixo são alguns problemas vividos pelos moradores da rua 11, no loteamento Maria Luiza, região do bairro dos Morros, na parte pertencente a Votorantim. Eles residem nesse local há cerca de um ano e desde então cobram do poder público a solução desses e de outros problemas. Segundo eles, já foram protocolados inúmeros pedidos à Prefeitura e às empresas responsáveis, mas a resposta é um "estamos vendo". Segundo a administração municipal, foi feito um levantamento para identificar os loteamentos irregulares no município e o Maria Luiza está entre eles. Desta forma, os problemas serão solucionados caso a caso.

A falta de água encanada é a principal reclamação dos moradores. Segundo eles, quando os terrenos foram comprados, os antigos donos garantiram que havia água encanada, no entanto, não foi isso que aconteceu. A informação passada pelo moradores é de que um lado da via, onde há quatro residências, ainda possui água que foi cedida pelo antigo dono. Já do outro lado, os moradores têm de instalar canos e fazer ligações nas represas, que ficam cerca de três quilômetros de suas casas, de onde sai o que chamam de "água grossa", aquela sem tratamento. "Eu tive que comprar o cano e fazer essa instalação", conta Eduardo Zampieri, 28 anos. Ele conta que ainda é preciso colocar bastante cloro na água, que só é consumida para a limpeza. "Para beber e cozinhar eu compro a água."

Não é diferente com o empresário Gilberto Batista, 55 anos. Ele tem de ir todos os dias com sua caminhonete buscar água na casa de um amigo. "Chegando em casa, bombeio a água até a caixa para poder usar." Ele conta que também já entrou em contato com a Águas de Votorantim, concessionária responsável pela abastecimento na cidade, mas também não recebeu nenhuma resposta."

Nilton César de Andrade, 30 anos, está construindo no local. Para ele realizar a obra está sendo difícil por conta da falta de água. "Temos apenas essa água grossa, vinda da represa. Quando compramos os terrenos, nos falaram que havia água, caímos no conto do vigário."

A concessionária Águas de Votorantim informou que está elaborando um projeto de abastecimento para a região. No entanto, por se tratar de área ainda passível de regularização fundiária, somente após este trabalho é que se poderá executar o projeto. A concessionária ressalta que vem dando apoio aos moradores quanto ao abastecimento, por meio de manutenções técnicas no quadro e bomba e também limpeza do poço que serve aos moradores. Recentemente, a empresa emprestou uma bomba para o poço que os abastece, pois a deles esteve queimada.


Falta de regularização

A rua 11 também não possui iluminação pública. Vários requerimentos foram feitos no mesmo período em que foi solicitado o serviço de água. A falta de lâmpadas nos postes faz com que a insegurança chegue ao lugar. Gilberto Batista conta que sua casa foi apedrejada, há dois meses. "Foi durante a noite. Quebraram janelas e telhas. A noite não dá para andar por aqui, é tudo muito escuro."

Para fugir da escuridão, os moradores utilizam lanternas e os faróis dos carros para iluminar. "Já pensamos em colocar, por conta própria, iluminação. Mas, não acho justo fazer isso, é de responsabilidade da Prefeitura disponibilizar a iluminação para gente."

Eles acreditam que a falta do cadastro para o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), esteja dificultando a solução desses problemas. "Desde que nos mudamos para cá, estamos lutando para poder pagar o IPTU, para poder regularizar nossa situação e poder exigir nossos direitos", conta Eduardo. Os terrenos desses moradores foram adquiridos como chácaras.Também não há, no local, Código de Endereçamento Postal (CEP). "É como se não tivéssemos residência. Todas as nossas correspondências são enviadas para a casa de nossos parentes e amigos", diz Eduardo.

A rua ainda é de terra e quando chove faz muito barro. O problema é que quando isso acontece, o ônibus que transporta cerca de 60 crianças até as escolas da Vila Nova e Garcia não passa e os alunos não vão às aulas. "Fica muito difícil de andar e correm o risco de encalhar, e por conta disso as crianças ficam sem ir à aula", afirma Gilberto, que tem dois filhos que utilizam o transporte. Ele ainda explica que não é preciso estar chovendo para isso acontecer. "É só a chuva ameaçar cair que eles [os ônibus] não passam." O mesmo, segundo ele, acontece com o transporte público.

Sobre a falta de iluminação a CPFL Piratininga esclareceu que, conforme a Resolução 414/ANEEL, a responsabilidade pela instalação e expansão e melhorias de rede de iluminação pública na cidade de Votorantim é da Prefeitura, que deve enviar o projeto para aprovação da CPFL e a obra deverá ser executada pela própria administração municipal ou por empresa contratada. A Prefeitura, por sua vez, informou que a iluminação é de responsabelidade do próprio loteador. Em relação ao transporte dos alunos, admite que em dias de fortes chuvas o mesmo fica prejudicado.


Coleta de lixo

Para descartar o lixo doméstico, os moradores têm de caminhar cerca de 20 minutos para depositá-lo em lixeiras usadas por vários moradores. "Nossa maior preocupação é que o lixo libere chorume e prejudique o lago." A Prefeitura informou que há dois meses o caminhão está percorrendo o bairro às terças-feiras e aos sábados. E orienta os moradores para que coloquem o lixo na frente de suas casas nessas datas. (Supervisão: Cida Vida)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Ouça a Rádio Votorantim