Sabrina Souza
Paralisação já dura cinco dias e pode ter adesão de outros trabalhadores
Moradores da rua Rafael Parri estão preocupados com o lixo - Adival B. Pinto
De acordo com o presidente do Sindicato, Isael Clareti, a categoria aguardava uma posição da Prefeitura até esta segunda-feira, por isso não havia mobilizado servidores das unidades de saúde e escolas, por exemplo. "De qualquer forma, se eles também forem parar, iremos cumprir a lei", diz o sindicalista, garantindo que 30% do efetivo permanecerá trabalhando. Isael aproveita para rebater a informação passada pela Prefeitura de que a coleta de lixo estaria 100% paralisada. "Até sexta-feira mantivemos os 30% em trabalho, que a lei exige", ressalta. O presidente afirma também que pretende protocolar hoje um ofício na Procuradoria do Trabalho a fim de conseguir negociar com a Prefeitura as reivindicações dos trabalhadores. "Na única conversa que tivemos com o prefeito, ele não se mostrou aberto a negociações", destaca.
Enquanto o Sindicato e a Prefeitura não entram em acordo, a população sofre sem a prestação de serviços essenciais, como a coleta de lixo. Moradora da rua Rafael Parri, no bairro Ângelo Vial, a dona de casa Maria José Amaral se mostra preocupada. "Não tenho nem posto o lixo na lixeira, já está juntando ratos no meio dos sacos", diz. O aposentado Benedicto Laureano também se sente prejudicado com a situação. "É um serviço essencial que não podemos ficar sem", acredita. No Jardim Serrano, a dona de casa Cláudia Maria Gomes está convivendo com o mau cheiro desde sexta-feira.
O Centro, porém, permanecia com pouca quantidade de lixo na tarde desta segunda-feira, já que uma empresa foi contratada emergencialmente no sábado para efetuar o serviço nessa região. Acerca disso, a Prefeitura não informou, até o fechamento desta edição, qual critério jurídico foi usado nesse contrato, já que a legislação só permite a contratação sem concorrência quando é decretado estado de emergência, o que não ocorreu em Votorantim - decisão que não foi descartada pelo prefeito Erinaldo Alves da Silva (PSDB). A administração informou apenas, por meio de nota, não ser possível quantificar o número de funcionários em greve, já que "há pessoas que aderiram ao movimento e outras que estão sendo impedidas de trabalhar pelos grevistas".
Ato na Prefeitura
Cerca de 40 funcionários que estão em greve protestaram nesta segunda-feira em frente à Prefeitura. Apoiados por um carro de som, o grupo de trabalhadores permaneceu desde às 9h até o fim da tarde no local, reivindicando melhorias salariais. "Queremos equiparação salarial similar a dos auxiliares de serviços infantis", explica o pintor Adelson Sabino dos Santos, funcionário público há 19 anos. Já o coletor de lixo Wilson José Pedroso de Almeida justifica: "São 14 anos de trabalho com reajustes mínimos", reclama. (Supervisão: Cida Vida)

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