sábado, 7 de dezembro de 2013

Temporal causa estragos na região


 Jornal Cruzeiro do Sul


Depois da forte chuva que atingiu Sorocaba e região na tarde de quinta-feira, alguns bairros da cidade amanheceram sem energia elétrica e permaneceram assim pelo menos até o final da tarde de ontem. A maior reclamação dos munícipes era a de que não conseguiam entrar em contato com a CPFL Piratininga - concessionária responsável pelo fornecimento de eletricidade para o município.
De acordo com a assessoria de imprensa da concessionária, as interrupções no fornecimento de energia na região de Sorocaba foram provocadas, em sua maioria, por objetos lançados na rede elétrica pela força dos ventos durante o temporal, como árvores e painéis. Até às 18 horas de ontem, 3.573 clientes da região estavam com o fornecimento de energia elétrica interrompido. "A empresa reforça à população que está ciente das ocorrências e que suas equipes operacionais continuam trabalhando para que o serviço seja totalmente restabelecido em toda a sua área de atuação no menor tempo possível", informou em nota.

Às escuras

Moradores da rua Dolores Bruno, na Vila Angélica, permaneceram sem o serviço de eletricidade durante toda a amanhã de ontem. "Estamos sem luz desde as 17h de ontem (anteontem), tivemos que dar banho nas crianças de canequinha. As coisas que estão na geladeira estão começando a estragar", afirmou a passadeira Angela Maria Campos, 52 anos, que também não pode trabalhar por falta da eletricidade.

A queda de um outdoor na rua Camilo José Curi, no Trujillo, também fez o serviço de eletricidade ser interrompido na região desde o final da tarde de quinta-feira. Sem poder ligar a geladeira, a professora de educação física Vânia Hernandes estava preocupada com as mais de 500 salsichas que ela usaria em um evento social que iria acontecer hoje. "Vou até a casa de uma amiga para ver se ela guarda o alimento na geladeira dela, pois se ficar mais um pouco sem refrigeração vai estragar." Segundo ela, é impossível falar com a CPFL. "Eles não estavam atendendo. Quando consegui falar com eles, afirmaram que iriam solucionar, mas até agora nada", afirmou a professora logo pela manhã de ontem. "Me falaram que até o fim do dia o problema seria resolvido."

Na mesma rua, a aposentada Araci Pássaro, 71 anos, teve que realizar a confraternização com seus amigos, em sua casa, à luz de velas. "Conversamos e comemos como nos tempos antigos." Ela conta que tentou também contato com a CPFL, mas assim como sua vizinha Vânia, não obteve nenhuma resposta. "Estamos esperando, vamos ver o que vai acontecer. Infelizmente já faz mais de doze horas que estamos sem eletricidade e isso está nos prejudicando."

No Jardim Juliana, a auxiliar de limpeza Isabel Salvador, 61 anos, contou que foi surpreendida por um forte barulho por volta das 17h de anteontem, provocado por um curto-circuito que atingiu a rede elétrica de onde mora, a rua Romeu de Melo. "Quando olhamos para a fiação vimos fogo correndo pelo fio, todos ficaram muito assustados. Depois disso ficamos sem luz. Tentamos falar com a empresa, mas ninguém atende, ou quando atende desliga."

No bairro Rio Acima, em Votorantim, a dona de casa Lourdes dos Santos, 52 anos, moradora da rua Maria Frorio de Almeida, ficou apreensiva com a falta de energia. Com o refrigerador desligado, a insulina que seu marido diabético, com 80 anos, corria o risco de estragar. "Isso nos deixa preocupados. E não é só isso, o nosso alimento também está estragando. Não temos condições de ficar jogando comida fora."

Sua vizinha, a empresária Solange Pereira, também estava tendo prejuízos em sua transportadora desde a noite de quinta-feira, quando faltou eletricidade. "Sem energia não consegui emitir nota fiscal dos produtos que iriam ser transportados hoje (ontem) e por isso todas as entregas foram canceladas. Um prejuízo ainda não calculado." Ainda segundo ela, alguns carros de sua frota não conseguiram sair da garagem, uma vez que o portão é elétrico. "Para eu conseguir tirar um veículo pelo menos, cinco homens tiveram que puxar o portão com correntes." Ao tentar entrar em contato com a concessionária, Solange afirmou que recebeu várias previsões de normalização do serviço. "Era mais de 3h30 da manhã e eu ainda estava tentando contato com a empresa e nada definido."

A aposentada Alice da Rocha, 71 anos, guardava em seu freezer uma quantia razoável de frios que sua filha usaria para fazer salgados para vender. Ela estava receosa com a provável perda dos alimentos. "Eu até liguei para minha filha vir buscar." A aposentada mora sozinha e conta que teve que passar a noite enfrentado o falta de iluminação. "Para quem é idoso é bastante difícil, nunca ficou assim", conclui.

O morador do Éden, José Carlos Marcolino Polaz, proprietário de um lava-rápido não pode receber nenhum cliente ontem devido à falta de energia elétrica. "Ficamos 22 horas sem energia. Só voltou hoje às 16 horas. Foi um prejuízo grande."

Saldo do vendaval

Segundo balanço atualizado divulgado ontem pela Defesa Civil de Sorocaba, as pancadas de chuva e vendaval ocorridos na tarde de quinta-feira deixou um saldo de 42 árvores caídas, dez destelhamentos e quatro quedas de muros, além da queda de um toldo na área central.

A Secretaria da Educação de Sorocaba, informa que a quadra da Escola Municipal Flávio de Souza Nogueira foi interditada pela equipe gestora após a queda de uma das paredes e a Secretaria de Obras foi acionada para análise e providências de reparo. No momento do incidente não havia alunos na quadra, visto que o fato ocorreu no final da tarde, por volta das 16h.

Na Vila Santana dois imóveis chegaram a ser interditados em decorrência de destelhamento total e o outro por causa da evolução de trincas numa casa que já era monitorada pelo órgão. Os moradores foram alojados em casa de parentes. Os agentes da Defesa Civil ainda registraram risco de queda de uma parede numa casa lotérica no mesmo bairro, mas o proprietário acionou o seguro do imóvel.
De acordo com a Prefeitura, o trabalho de limpeza das vias foi iniciado na noite da quinta-feira, permanecendo ontem. Por conta do volume de galhos e árvores a serem recolhidas, o trabalho de limpeza continua hoje. (Colaborou Rosimeire Silva) (supervisão: Adalberto Vieira)


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