Fábio Leite e Victor Vieira - O Estado de S. Paulo
Entrega de unidades, de acordo com Alckmin, abrirá cerca de 8,7 mil vagas no sistema prisional paulista
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu nesta quinta-feira, 16,
entregar até o fim deste ano 11 novas unidades prisionais no Estado de
São Paulo. Dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP)
mostram que 133 dos 155 presídios paulistas têm superlotação, 87% do
total, conforme mostrou o Estado nesta quinta-feira, 16. De toda a população carcerária do País, cerca de 40% está em São Paulo.
As novas unidades abrirão 8.728 vagas - 3 mil delas em março. As
próximas inaugurações são a penitenciária de Bernadino de Lima, o Centro
de Progressão Penitenciária de Porto Feliz, a Penitenciária Masculina
de Piracicaba e a Penitenciária Feminina de Votorantim. As obras na
unidade prisional da cidade de Florínea, porém, estão suspensas a pedido
da prefeitura, segundo informações do site da SAP. A administração
municipal alegou ao governo do Estado que o presídio poderia prejudicar o
turismo local.
Transferências
De acordo com Alckmin, a prioridade é
retirar os presos das cadeias. "Na penitenciária você passa o dia na
quadra, toma sol, faz ginástica.Tem bibliotecas, trabalhos e oficinas.
Na cadeia é como morar no elevador", disse durante evento em Pinheiros,
na zona oeste da capital. Desde o início da gestão, segundo ele, a
quantidade de presos em cadeias caiu de 32 mil para 4,5 mil.
"Queremos zerar [o número de presos em cadeias]. Espero, em seis
meses, não ter nenhuma mulher em cadeia. E depois zerar a população
masculina. São Paulo será o primeiro Estado do Brasil a não ter preso em
cadeia", afirmou.
Para Alckmin, as falhas no regime de progressão de pena ajudam a
explicar o excesso populacional nos presídios. "A maior reclamação não é
a comida ou a superlotação, mas a progressão de pena não caminhar'",
disse ele, que garantiu esforço junto ao Judiciário para mudar o
cenário. Outro motivo, segundo ele, é a atuação forte da Polícia Militar
no combate ao crime.
Restrição a telefones
Alckmin também informou que
terminam nesta quinta, 16, os testes para instalação dos bloqueadores de
celulares na penitenciária de Presidente Venceslau, no interior do
Estado. A próxima unidade a receber os equipamentos será a de Avaré.
"Qual era a dificuldade? Ou não bloqueava, por ter muitas faixas de
transmissão, ou bloqueava o bairro. E você tem os vizinhos da
penitenciária", explicou.
Se os testes indicarem o êxito da tecnologia de bloqueio, outros 21
presídios receberão os bloqueadores de telefones, em investimento total
de R$ 31 milhões. O prazo máximo de instalação é de 270 dias, de acordo
com o edital publicado pela Secretaria de Administração Penitenciária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.