sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Sete explosões foram registradas em 30 dias

 Jornal Cruzeiro do Sul
Larissa Pessoa
programa de estágio


PM cercou a área e aguarda chegada da perícia - Erick Pinheiro



Sorocaba enfrenta uma onda de explosões em caixas eletrônicos. Apenas no mês de janeiro já foram registradas sete ocorrências. A última ação dos bandidos aconteceu por volta das 6h de ontem, quando dois caixas eletrônicos foram explodidos, um dentro do câmpus da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e outra no Hospital Santa Lucinda. Um bando armado planejou um assalto cinematográfico e de forma educada e calma, rendeu cerca de 12 pessoas que estavam no local, entre elas funcionários, vigilantes e até mesmo um paciente.

De acordo com uma das vítimas, pelo menos dois carros foram usados na ação. Um deles era um Honda Fit com placa de São Paulo, que trazia três homens, dois deles estavam encapuzados e todos armados com metralhadoras. No outro veículo havia mais indivíduos que executaram a explosão, enquanto uma parte do grupo aguardava. As pessoas que estavam no local no momento do assalto foram levadas para a guarita e foram orientadas a manter a calma.

"O moço que estava sem capuz conversou com a gente, foi educado, falou que não queria machucar ninguém, apenas fazer o trabalho dele," lembra uma das vítimas. Toda a ação durou aproximadamente dez minutos e não deixou nenhum ferido.
Uma hora depois do assalto, o Honda Fit foi localizado na rua Candido dos Santos, em Votorantim. No local era possível observar algumas notas de dinheiro manchadas com tinta de segurança, liberada quando ocorre a explosão. Segundo a Polícia Militar, o número preciso de veículos usados na ação ainda é desconhecido, assim como a quantidade de integrantes da quadrilha.

Outros casos

A primeira explosão de caixas eletrônicos em Sorocaba aconteceu no dia 9 de janeiro, quando quatro homens invadiram o hipermercado Extra, localizado no Campolim, e explodiram três caixas. No dia seguinte, 10, houve também uma tentativa de roubo em uma agência bancária na avenida Ipanema. No último dia 28, o Mercadão Campolim é que foi o alvo dos bandidos, que causaram uma explosão tão forte que até a porta do elevador do estabelecimento ficou danificada.

O delegado José Humberto Urban Filho, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) afirmou que não pode falar sobre o andamento dos casos para não comprometer as investigações, mas acredita que o trabalho da Polícia Militar é de extrema importância para a prevenção e o combate aos crimes desse tipo. Ele lembra o caso de Ribeirão Preto, que enfrentava uma onda de explosões a caixas eletrônicos e por meio de agrupamentos formados por policias militares foi possível desmantelar quadrilhas e contribuir com as investigações da Polícia Civil.

O chefe da seção de assuntos civis do 7º Batalhão da Polícia Militar do Interior (7º BPM/I), capitão Vanclei Franci explica que o patrulhamento está sendo intensificado e que a Força Tática está atuando nos locais com maior incidência de assaltos e pede também a colaboração dos munícipes para que denunciem qualquer atitude suspeita. Ele também reforça que é preciso que outros órgãos ajam para a diminuição desse crime. "Não é só a PM, nós estamos fazendo o possível, mas é preciso fiscalizar melhor como esses homens estão tendo acesso aos explosivos".

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que os investimentos em segurança avançaram de forma significativa nos últimos anos: de 2002 (R$ 3 bilhões/ano) até 2011 (R$ 8,3 bilhões) aumentaram 62,4% em termos reais, porém ressalta que a ação de segurança permitida pela legislação aos estabelecimentos comerciais e bancos é insuficiente frente à violência empregada, visto que cada vez mais os bandidos usam força desproporcional, com armamentos pesados, de elevado poder de destruição. (Supervisão: Adalberto Vieira)

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