Por Ivan Longo
Além de protestar contra o reajuste, não avisado com antecedência, população quer denunciar as péssimas condições dos serviços de transporte
Como já é de costume por parte do governo do Estado, as tarifas no transporte público foram aumentadas mais uma vez sem uma divulgação ampla, pegando a população de surpresa. O alvo do aumento, dessa vez, foram as tarifas dos ônibus intermunicipais, que tiveram reajuste de 6,54% nas linhas rodoviárias e de 7,24% nas linhas suburbanas.
A população de Votorantim, no interior de São Paulo,
já está se organizando para protestar contra o aumento. Por meio das
redes sociais, foi marcado um ato para acontecer nesta terça feira (18),
a partir das 17h. A manifestação fará a concentração na praça Zeca
Padeiro, região central da cidade, e deve seguir nas ruas pelo entorno
da Câmara Municipal e do prédio da prefeitura. A tarifa da linha
Votorantim – Sorocaba, que custava R$ 2,80, passou a custar, a partir
desta segunda feira (17), R$3,00, representando um aumento de mais de
7%.
No evento do ato no Facebook, mais de três mil
pessoas foram convidadas. Além de protestar contra o aumento, a intenção
da manifestação é também a de denunciar a má qualidade dos serviços
prestados aos usuários do transporte público. “(…) enquanto a passagem
aumenta, a qualidade dos serviços da empresa diminui, desde ônibus com
má qualidade, atendimento ruim até banheiros em PÉSSIMO ESTADO, sem
pias nem torneiras, com um cheiro terrível e péssimas condições de uso,
sem falar nos bebedouros, que estão cada dia piores”, ressaltam os
organizadores da manifestação na página do evento.
Segundo a Artesp, a Agência Reguladora de Serviços
Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo, “o cálculo do
reajuste representa a recomposição de custos operacionais entre agosto
de 2012 e dezembro de 2013. Foram consideradas as variações de diversos
itens como os salários da categoria reajustados em cerca de 8% e o custo
do óleo diesel que subiu 15%”.
Mais manifestações
O Movimento Passe Livre, que organizou as primeiras
manifestações contra o aumento das tarifas nos transportes em junho do
ano passado e tem sido a principal referência na luta pela tarifa zero,
não está na organização do ato de Votorantim, mas garantiu que haverá
mais manifestações.
De acordo com Marcelo Hotimsky, militante do MPL-SP,
aconteceu como já era esperado: não houve divulgação na mídia e o
aumento pegou todo mundo de surpresa. O movimento, no entanto está
dialogando com os coletivos que lutam por transporte em São Paulo (são
mais de 15 em todo o Estado) para organizar outros atos contra o aumento
das tarifas
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