Jornal Cruzeiro do Sul
A Câmara de Votorantim vai cobrar da
Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp)
explicações sobre os motivos pelos quais pessoas com idade a partir dos
60 anos não têm direito ao passe livre nos ônibus que fazem o trajeto
entre a cidade e Sorocaba.
Por se tratar de viagem
intermunicipal (apesar da distância reduzida), a empresa que opera a
linha não concede a mesma isenção a que os idosos têm direito quando
transportados dentro do município. "Isso é um absurdo! Eu me sinto
humilhado por passar esse constrangimento", protestou ontem o aposentado
Sebastião do Nascimento.
Ele que tirou a "carteirinha", foi
avisado de que não pode fazer o percurso entre as duas cidades. A
reclamação do aposentado fez parte do protesto conduzido por grupo
contrário ao reajuste da tarifa intermunicipal que passou a vigorar na
semana passada. Com o aumento de mais de 30%, a passagem passou a custar
R$ 3,30.
"Temos, seguramente, a tarifa mais cara do país.
Como ninguém anda mais do que seis quilômetros de ônibus aqui, o preço
do quilômetro rodado chega a ser de R$ 0,55, muito acima dos níveis
aceitáveis", disse o manifestante José Augusto Correa. O estudante
Gabriel Soares lembrou que a Prefeitura deve apresentar as planilhas que
justificam a medida.
"A população é penalizada com tudo isso
e ninguém toma providência. Por isso, decidimos buscar o apoio da
Câmara e, ao mesmo tempo, conscientizar a todos", disse. O vereador João
Queiroz, o "Joãozinho do PT", deverá encaminhar pedido de explicações
ao governo e, também, os estudos que deram base para o decreto do
aumento da tarifa.
Os organizadores do protesto também
criticaram a qualidade do serviço. "É um bagunça só. Não existe
respeito, os carros estão muito velhos e quebram. É uma afronta à
dignidade. Por isso, decidimos protestar. E vamos continuar até que
alguém nos responda por que a situação chegou nesse ponto", acrescentou
Sebastião Bernardo.
Em resposta ao pedido, o parlamentar
disse que pedirá providências e acompanhará de perto a demanda. "É
legítimo o protesto e agora vamos cobrar do Município esclarecimentos.
Desde que o serviço é explorado na cidade, nunca houve preocupação em
prestar contas dos cálculos que fixam o valor da passagem", destacou.
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