segunda-feira, 28 de abril de 2014

Caminhada da Penha tem a participação de cerca de mil fiéis

Jornal Cruzeiro do Sul
Rosimeire Silva

Após a missa, a imagem foi levada para a igreja do bairro Carafá



Ao final da caminhada, os fiéis se reuniram ao lado da Capela, onde o padre Aroldo Fernando Turino celebrou a missa - FABIO ROGÉRIO




Fé, devoção e disposição para superar as dificuldades e obstáculos. É nesses sentimentos que a trabalhadora rural Margarida de Brito encontra força para percorrer há 14 anos os 20 quilômetros da Caminhada da Penha. Aos 64 anos, ela foi uma das primeiras a alcançar ontem a Capela construída em homenagem à Nossa Senhora da Penha, perto das 9h da manhã, depois de pouco mais de quatro horas de peregrinação pela estrada que liga o centro de Votorantim até a Serra de São Francisco. Margarida estava entre as cerca de mil pessoas que participaram na fria madrugada e manhã deste domingo da 16ª edição do evento.

Longe de demonstrar cansaço após o longo percurso percorrido, a maior parte em estrada de terra, Margarida diz que nunca havia sentido tanta energia durante a caminhada. Devota de Nossa Senhora da Penha, a trabalhadora rural conta que a sua maior motivação para participar do evento é para agradecer todas as graças que tem alcançado em sua vida, principalmente a saúde, considera por ela como o "grande troféu". "Nós temos que seguir o exemplo de Jesus que dizia "levanta e anda". Hoje as pessoas têm medo e pouca fé."
Foi justamente essa fé que deu forças para o estudante João Vítor Moraes, 16 anos, enfrentar todo o percurso da caminhada descalço. Ao lado da amiga Amanda Soares, 15 anos, ele conta que o sacrifício, feito pelo segundo ano consecutivo, foi para agradecer uma graça concedida por Nossa Senhora da Penha, mas que preferiu manter em sigilo. "A dor a gente acostuma. Mas vale a pena, a fé faz superar tudo."

Jornada em oração


Pela primeira vez, as amigas Edna Nunes Rodrigues, 48 anos, e Adriana Cristina Graciane, 30 anos, decidiram participar da Caminhada da Penha. Apesar do cansaço de mais de quatro horas de caminhada, elas garantiram que a sensação de purificação e fé supera todas as dificuldade. "É um momento de agradecimento por toda a ajuda que já desfrutamos", diz Edna. "Quando a gente se propõe a algo e tem um objetivo, a força da fé não deixa o cansaço nos abater", completa Adriana, que levou consigo o namorado João André Vieira Lopes, 34 anos. "Ano que vem estaremos de volta", garantiu ele.

Este também foi o primeiro ano de caminhada o casal Maurício Maricato, 31 anos, e Gisele de Lima Lopes, 31 anos. Além da questão religiosa, Maurício diz que o que o motivou a participar foi a questão cultural e também ecológica que envolve o evento. Mesmo sendo os últimos a chegarem à Capela, depois de quase cinco horas de caminhada, eles garantiram que valeu a pena. "Fomos no nosso ritmo e fazendo da caminhada uma oração."

Para o casal Nivaldo e Sueli Monari, a Caminhada da Penha virou programa de família. "Um influencia o outro. Hoje estamos com nosso filho, nora e até nosso neto. É um momento de agradecer por tudo, principalmente a saúde", diz Sueli. "Mesmo com 55 anos nas costas, não dá para sentir nem cansaço", garante Nivaldo.

Missa em louvor


Ao final da caminhada, os fiéis se reuniram ao lado da Capela, onde o padre Aroldo Fernando Turino, da paróquia São José, celebrou uma missa em louvor à Nossa Senhora da Penha. O padre, que também percorreu todo o percurso à pé, junto com os fiéis, destacou que a caminhada é uma oportunidade de recordar que para Deus o peregrino é aquele que está sempre em busca do caminho da verdade e seguir o exemplo de Jesus que venceu o seu martírio. "É um momento de ressaltar o nosso amor à Maria, que entregou o seu filho no calvário para ser crucificado e de resgatar a nossa fé."

Após a celebração da missa, a imagem de Nossa Senhora da Penha, que puxou os romeiros, foi levada até a igreja do bairro Carafá, onde ficará alojada até o primeiro domingo de setembro, aniversário da Santa, quando a comunidade levará a imagem em carreata até a Paróquia São José.

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