Jornal Ipanema
A aprovação da Região Metropolitana de Sorocaba, na Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na terça-feira (8), coloca
os 26 municípios que a compõem mais próximos de um novo cenário de
desenvolvimento. O projeto, que ainda depende da sanção do governador
Geraldo Alckmin (PSDB), foi pensado para permitir que as cidades tenham
um crescimento uniforme, beneficiando, assim, mais de um milhão de
pessoas.
A descentralização do desenvolvimento é o principal ganho apontado
pelo deputado estadual Hamilton Pereira (PT), autor da proposta que
originou o projeto de lei apresentado pelo governo do Estado. Segundo o
parlamentar, a criação da Região Metropolitana permitirá que todas as
cidades cresçam de maneira justa e sustentável. “Isso vai evitar que
empreendimentos públicos e privados privilegiem algumas cidades e que
outras se transformem em dormitórios, por exemplo. Os membros do
conselho que irá gerir a região deve elaborar um projeto que vise uma
distribuição técnica e política desse desenvolvimento”, explicou.
Para colocar em prática a proposta, a Região Metropolitana de
Sorocaba será regida por um Conselho de Desenvolvimento, que vai reunir
os prefeitos dos 26 municípios e representantes do governo de São Paulo.
Além disso, também haverá um Conselho Consultivo, formado por
representantes do Legislativo e da sociedade civil das cidades.
A visão globalizada do desenvolvimento também foi ressaltada pela
deputada estadual Maria Lúcia (PSDB), que ressaltou outras vantagens
para as 26 cidades. “Os projetos serão discutidos visando o bem de toda a
região. O cidadão terá, por exemplo, um transporte público mais
integrado entre os municípios. Na questão da telefonia, também, a ideia é
que o custo da ligação entre as cidades que a integram seja no valor de
uma ligação local, e não mais de um interurbano. Com relação ao meio
ambiente, os municípios poderão trabalhar, ainda, em conjunto para a
destinação final do lixo”, enumerou a deputada.
Em entrevista ao Jornal Ipanema, na quarta-feira (9), o prefeito de
Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), também comentou a aprovação
do projeto na Alesp. “A grande vantagem da criação da Região
Metropolitana e que nós poderemos dar um tratamento equitativo às
questões regionais. A poluição do rio Sorocaba, por exemplo, não
interessa só ao nosso município, mas a todas as cidades que estão
próximas à bacia do rio e ao médio Tietê”, opinou o chefe do Executivo
do município que que será sede da Região, e que terá a responsabilidade
de coordenar as reuniões do grupo, além de gerenciar os fundos
destinados às cidades vizinhas.
Com um prazo de 15 dias para apreciar o projeto, o governo de São
Paulo terá, ainda, que apresentar ao Legislativo estadual uma proposta
para a criação do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano e a da Agência
de Planejamento Metropolitano, necessários para gerir a Região. “Em
conversa com a Casa Civil, expus que a população da região de Sorocaba
não está disposta a esperar dois anos para que esses projetos sejam
apresentados na Assembleia, como aconteceu com a Região Metropolitana do
Vale do Ribeira”, afirmou o deputado estadual petista.
A Região Metropolitana de Sorocaba será composta pelos municípios de
Alambari, Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do
Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Ibiúna, Iperó, Itu, Jumirim, Mairinque,
Piedade, Pilar do Sul, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São
Miguel Arcanjo, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tapiraí, Tatuí, Tietê e
Votorantim.
Para dar suporte financeiro às ações conjuntas da Região
Metropolitana de Sorocaba, será criado um fundo para financiamento de
projetos, programas e obras de interesse comum. Esses recursos serão
compostos, dentre outros recursos, por verbas do Estado e dos
municípios, transferências da União, empréstimos internos e externos e
doações.
Formação
Uma região metropolitana pode ser formada a partir de um agrupamento
de municípios limítrofes, que se destaquem nacionalmente pela densidade
demográfica e funções urbanas com alto grau de diversidade,
especialização e integração socioeconômica.
Além da criação dos conselhos gestores, as regiões metropolitanas
também contam com câmaras temáticas, responsáveis por debater questões
públicas de interesses comuns à população, como saúde, abastecimento,
educação e transporte.
Entre os principais objetivos das regiões metropolitanas, estão: a
cooperação entre diversos níveis de governo, mediante a descentralização
e integração de seus órgãos e entidades da administração direta e
indireta; utilização racional do território, dos recursos naturais e
culturais, além da proteção do meio ambiente; e a redução de
desigualdades regionais.
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