sexta-feira, 9 de maio de 2014

Desenvolvimento sustentável é uma das promessas da RMS

Notícia publicada na edição de 09/05/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 005 do caderno A
Anderson Oliveira



A Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) se tornou realidade ontem, englobando Sorocaba e outros 25 municípios. Em conjunto, a região forma uma massa populacional de 1,8 milhão de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) superior a R$ 44 bilhões. A expectativa é de que ocorra um desenvolvimento econômico sustentável e integrado, respeitando as características e a vocação da economia de cada cidade, o que irá facilitar a captação de recursos estaduais e os investimentos da iniciativa privada.
"No estudo que foi feito pela Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa) e pelo Núcleo de Planejamento Regional (Nuplan), para 18 cidades, todos os indicadores mostravam que, principalmente pela via econômica, tínhamos de nos organizar em região metropolitana", diz o economista Flaviano Agostinho de Lima, secretário da Habitação da Prefeitura de Sorocaba e ex-presidente do Nuplan da região sorocabana. "Até para que tivéssemos uma economia sustentável e não acabássemos por prejudicar toda a região", acrescenta.
Segundo o economista, os estudos sobre a RMS foram retomados no ano passado, utilizando-se da base do geoprocessamento para analisar todas as características geográficas da região. "Indicou-se toda a pujança econômica e o processo muito forte da expansão urbana", afirma. Ele conta que a soma da população dos oito municípios que fazem divisa com Sorocaba (Alumínio, Araçoiaba da Serra, Itu, Porto Feliz, Iperó, Mairinque, Salto de Pirapora e Votorantim) chega a 1,2 milhão de habitantes. "Quanto pegamos os demais municípios, vindo de um modelo descentralizado, num raio de 60 quilômetros, os indicadores atuais apontam 1,8 milhão de pessoas."
A importância econômica também foi determinante para a busca por uma integração regional, ele diz. "Sobretudo, porque estamos integrando a macrometrópole paulista, responsável por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) paulista, para se ter uma ideia, maior que o PIB da Suécia", conta. Flaviano destaca que "Sorocaba está num contexto, com proximidade com a metrópole paulista, que está crescendo, com melhoria nas redes de transporte, que colocou a cidade como uma localização estratégica para investimentos."
"A gente observa na nossa economia que, desde 1960, Sorocaba está sempre em um ritmo de crescimento muito forte, sobretudo pela Indústria e dos setores de Comércio e Serviços", diz. Ele conta que, em virtude disso, essa configuração da região como a de Sorocaba é favorável para receber todos esses investimentos. "Daí a necessidade de se fazer um planejamento integrado, de forma que a gente possa acolher esses investimentos, mas com um viés da sustentabilidade; pensando no desenvolvimento social, ambiental e no desenvolvimento econômico como um todo." O secretário acredita que isso deve ensejar o desenvolvimento de todos os municípios desse grupo, que já estão conurbados, em manchas urbanas que ligam Sorocaba a Campinas, Itapetininga e a Tatuí.

Projeção nacional

Somando fatores como infraestrutura, logística, conurbação urbana e mão de obra qualificada, a região possui uma configuração que a projeta, segundo Flaviano, em uma posição nacional "muito significativa". "A Região Metropolitana de Sorocaba vai nascer já como a 14ª maior do Brasil, em termos populacionais e mesmo em PIB", acrescenta.
O planejamento integrado dos municípios deve ainda estabelecer uma harmonia na região. "Porque aí todos saem ganhando; não adianta Sorocaba querer concentrar tudo; isso não é ideal nem para Sorocaba e nem para os outros municípios."

Na prática

O secretário conta que novos diagnósticos regionais deverão ser feitos nos próximos dias, de maneira que se possa compreender melhor o território, o solo, o clima, a fauna e a flora, com o objetivo de buscar as localizações mais adequadas de cada investimento. "Onde eu vou ter infraestrutura? A melhor adequação ao ambiente? Isso possibilita ganhos para as empresas e para sociedade, no sentido de um desenvolvimento sustentável. Esse é o desafio", explica.
Flaviano afirma que, com a instalação da RMS, deve ser criada uma agência e conselho de desenvolvimento, este último formado pelos prefeitos da região. "Com base nestes planos, vamos conseguir direcionar melhor esses investimentos que estão chegando", afirma.
"Temos de ter a compreensão de que a cidade não está limitada somente a sua demarcação territorial, ela é mais ampla; temos uma interdependência de Sorocaba e de todos os municípios da região como um todo", acrescentando que é necessário "ter essa visão de conjunto, para ter um melhor desenvolvimento de todos."

Potenciais

Isso quer dizer, comenta Flaviano, que a região poderá aproveitar melhor todos os seus potenciais. "Podemos aproveitar melhor o potencial turístico, histórico, paisagístico, agrícola", avalia. Neste sentido, de acordo com ele, cada cidade terá seu potencial econômico e sua vocação respeitados dentro da RMS.
"Fizemos o estudo com base em dois grandes eixos: primeiro, o eixo industrial e urbano, que é o da Castelo Branco; e outro eixo de municípios, o "Eixo Verde", ambiental e agrícola, que é o da Raposo Tavares", explica o secretário. A integração é importante, segundo ele, porque cada município depende do outro. "Municípios que têm sua vocação agrícola, devem ser mantidos, claro que também com possibilidade de investimento industrial, mas numa perspectiva mais diferenciada e cuidadosa. E entendendo que as mais urbanizadas e industrializadas também interessam esses cuidados com abastecimento, não apenas de água, mas de produtos agrícolas."


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