Jornal Cruzeiro do Sul
Esdras Felipe Pereira
programa de estágio
Do anonimato à fama: o nervosismo que
atrapalhou um ex-aluno de Jornalismo da Universidade de Sorocaba
(Uniso), e o impediu de entrevistar um jogador do Botafogo (RJ) ao fim
de uma partida válida pela Copa Brasil de Futebol Infantil, neste ano em
Votorantim, causou uma reviravolta em sua vida. Isso porque, a gafe
cometida por Alex Zen Fonseca, primeiramente, apareceu em abril no
quadro Top Five, do programa humorístico Custe o Que Custar (CQC), da
rede Bandeirantes. Quase um mês depois, o rapaz de 28 anos teve
oportunidade concedida pelo programa Agora É Tarde para ser repórter no
clássico entre São Paulo e Corinthians, válido pelo Campeonato
Brasileiro.
As aparições de Alex fizeram com que seu
nome fosse constantemente citado nas redes sociais. Na última
terça-feira (13), por exemplo, quando sua reportagem gravada no jogo do
Brasileirão foi exibida no programa Agora É Tarde e, em sequência, ele
foi entrevistado por Rafinha Bastos, a hashtag #AlexnaBand atingiu
rapidamente a primeira colocação nos trendings topics (citações mais
postadas em tempo real) mundiais do Twitter.
Ex-aluno de Jornalismo, Alex confessa que, no início, quando o vídeo foi
exibido pelo CQC, muitas pessoas reprovavam seu trabalho. Ele, porém,
diz que pouco se importava com as críticas. "Pessoas que eu nem conhecia
zoavam a minha atuação como repórter, mas eu não me abalei. Levei com
bom humor a situação, pois acredito que só erra quem faz", conta.
A tendência, agora, é que a agenda de compromissos do jovem cresça. De
acordo com Alex, a fama repentina fez com que os pedidos por gravações e
entrevistas aumentassem. "Alunos da Uniso e o pessoal da TV em que eu
trabalhava pediram para gravar comigo. Além, é claro, da Band, que veio
até Sorocaba para repercutir a minha história", diz. Por conta da
notoriedade recente, ele admite que já começou a ser reconhecido na
cidade. "Esses dias uma garota até pediu para tirar foto comigo na
academia", lembra.
Mesmo com o destaque obtido nos últimos
dias, o sorocabano, que trancou o curso de jornalismo no penúltimo
semestre, por problemas financeiros, pretende voltar à sala de aula.
"Minha família e amigos me incentivam a voltar. Eu também quero
retornar. Já fiz a maior parte, agora não posso desistir", afirma Alex.
Família
Se a fama chegou em boa hora para Alex, a família precisa se acostumar
com a situação. Pai do jovem, o vendedor Adias de Oliveira Fonseca, 57,
afirma que os parentes e amigos têm acompanhado a nova fase vivida por
seu filho. Fonseca mostra-se contente e orgulha-se da evidência do
jovem. "É uma coisa diferente, mas muito legal. Ele sempre teve esse
jeito meio humorístico de brincar com todo mundo", comenta. O vendedor,
porém, conta que o filho tinha vontade de ser jogador de futebol, e só
depois pensou em seguir carreira jornalística. "Como ele não conseguiu
ser goleiro, achou que o jornalismo poderia deixá-lo mais próximo dos
campos", relata Fonseca.
Ensinamentos
Um dos professores de Alex durante o curso de Jornalismo, o jornalista e
radialista Fernando Negrão Duarte admite que o rapaz tinha algumas
dificuldades na realização de atividades práticas. "Ele já era bem
tímido. Em gravações de rádio e televisão repetia algumas vezes até que
ficasse correto", cita. "Mas, apesar da timidez, o Alex era muito
participativo e esforçado, isso é muito importante", elogia Duarte.
Segundo o professor universitário, o destaque de seu ex-aluno é reflexo
da expansão das redes sociais. "Um erro de um estagiário acabou se
tornando um viral, que se transformou numa pauta com possibilidade de
repercussão", explica.
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