Anderson Oliveira
Atleta do ciclismo garante uma remuneração e o preparo físico necessário para as competição
Wezel começou a fazer fretes com a bicicleta em 99 e hoje roda até 85 km por dia com a mochila nas costas fazendo entregas - LUIZ SETTI
Wezel
Mega de Oliveira pedala 85 quilômetros por dia para fazer entregas em
Sorocaba e Votorantim. A necessidade de se preparar para competições de
ciclismo e obter algum retorno financeiro o levou a fazer o trabalho de
frete por meio da bicicleta em 1999, na empresa Becicle Express, que
hoje não existe mais. Ele se recusa, porém, a ser chamado de fretista.
Prefere o termo Atleta de Ciclismo, como constava em sua carteira de
trabalho naquela empresa. Ser chamado de atleta também faz lembrar que
essa atividade apenas contribui no preparo físico e na divulgação de seu
trabalho. "Eu não me sinto um bikefretista, mas um atleta de ciclismo
prestando um serviço de logística", explica Wezel, único ciclista que
permaneceu com serviço após o encerramento das atividades da Becicle
Express. Com uma idade que possibilita apenas a participação em
competições como veterano, tornou-se inviável para ele obter rendimentos
como atleta. O trabalho de entregas, assim, lhe garante uma remuneração
e os desafios necessários para se preparar fisicamente e ajudar a
divulgar o seu esporte.
Além do salário, Wezel aproveita o trabalho para divulgar seus patrocinadores, o que lhe garante uma renda a mais. "É imprescindível a parceria visando o marketing esportivo, porque o custo é alto para sustentar um equipamento como esse, a alimentação, os serviços de saúde", afirma.
O ciclista ainda garante que o trabalho lhe traz desafios que o estimulam a correr. "Quando ocorre uma emergência, algo foge do planejado e alguém me liga perguntando quanto tempo vou demorar, o que seria uma situação de tensão, para mim, fica uma situação boa, porque fica mais dentro da essência da competição", revela.
Serviço eficiente
Com a mochila nas costas e um mapeamento das duas cidades previamente estabelecido, Wezel corre, em meio a carros e motos, a uma velocidade média de 40 km/h. Na descida, atinge picos de até 90 km/h. Mesmo que a velocidade seja menor que a de uma moto, para a proprietária da Kika Ortodontia - empresa onde Wezel trabalha -, Cristiane Barros André, a eficiência do funcionário vale a pena.
Ela explica que o estabelecimento de um percurso lógico faz com que ele chegue na frente de todos os motofretistas que já contratou. "Os motoboys não têm uma sequência lógica de entrega, de logística; trabalham muito, mas não têm um mapeamento da cidade. Então, eles iam para a zona norte, depois Votorantim e voltavam para cá", justifica ela.
O fato destes trabalhadores fazerem o serviço de entrega como bico também repercutia na qualidade dos serviços prestados, ela continua, o que chegava a prejudicar a imagem do laboratório. A necessidade de alguém que conversasse e se apresentasse bem aos clientes foi outro fator importante para que ela buscasse um profissional mais adequado para a função. "Queríamos alguém que fizesse profissionalmente."
Apesar de ser uma opção ecológicamente sustentável, uma vez que a bicicleta não polui o meio ambiente, não houve redução nos custos, diz Cristiane. "A gente não tem gasto a menos, o que eu precisava era de eficiência", ressalta. A aceitação de alguns clientes, contudo, contrastou com a opinião de outros de que se tratava de uma redução de despesas. "As pessoas ficam surpreendidas e a gente tem de explicar a questão sustentável e de apoio ao esporte."
Obstáculos
Sorocaba tem uma das maiores redes cicloviárias do País, com 110 quilômetros. A proporção de quilômetro de ciclovia por habitante de Sorocaba, com população de 600 mil, supera todas as capitais brasileiras, conforme reportagem do jornal Cruzeiro do Sul publicada no último mês. Contudo, por serem voltadas ao lazer, estas vias são inviáveis para o transporte por bicicleta, observa Wezel. "Eu gosto muito das ciclovias, mas nem sempre consigo utilizar; na velocidade que eu ando, tem muita gente andando, ciclista andando devagar, e eu não consigo", explica.
Diante desse problema, ele conta que costuma andar nas ruas e, para ter mais segurança, imprime alta velocidade. "Minha forma de pedalar, como é muito intensa, tenho que encontrar algum lugar na via, como se fosse uma moto", diz. Wezel lamenta, porém, a falta de continuidade em ciclovias, como as que interligam Sorocaba a cidades como Araçoiaba da Serra, Votorantim e Itu.
Além do salário, Wezel aproveita o trabalho para divulgar seus patrocinadores, o que lhe garante uma renda a mais. "É imprescindível a parceria visando o marketing esportivo, porque o custo é alto para sustentar um equipamento como esse, a alimentação, os serviços de saúde", afirma.
O ciclista ainda garante que o trabalho lhe traz desafios que o estimulam a correr. "Quando ocorre uma emergência, algo foge do planejado e alguém me liga perguntando quanto tempo vou demorar, o que seria uma situação de tensão, para mim, fica uma situação boa, porque fica mais dentro da essência da competição", revela.
Serviço eficiente
Com a mochila nas costas e um mapeamento das duas cidades previamente estabelecido, Wezel corre, em meio a carros e motos, a uma velocidade média de 40 km/h. Na descida, atinge picos de até 90 km/h. Mesmo que a velocidade seja menor que a de uma moto, para a proprietária da Kika Ortodontia - empresa onde Wezel trabalha -, Cristiane Barros André, a eficiência do funcionário vale a pena.
Ela explica que o estabelecimento de um percurso lógico faz com que ele chegue na frente de todos os motofretistas que já contratou. "Os motoboys não têm uma sequência lógica de entrega, de logística; trabalham muito, mas não têm um mapeamento da cidade. Então, eles iam para a zona norte, depois Votorantim e voltavam para cá", justifica ela.
O fato destes trabalhadores fazerem o serviço de entrega como bico também repercutia na qualidade dos serviços prestados, ela continua, o que chegava a prejudicar a imagem do laboratório. A necessidade de alguém que conversasse e se apresentasse bem aos clientes foi outro fator importante para que ela buscasse um profissional mais adequado para a função. "Queríamos alguém que fizesse profissionalmente."
Apesar de ser uma opção ecológicamente sustentável, uma vez que a bicicleta não polui o meio ambiente, não houve redução nos custos, diz Cristiane. "A gente não tem gasto a menos, o que eu precisava era de eficiência", ressalta. A aceitação de alguns clientes, contudo, contrastou com a opinião de outros de que se tratava de uma redução de despesas. "As pessoas ficam surpreendidas e a gente tem de explicar a questão sustentável e de apoio ao esporte."
Obstáculos
Sorocaba tem uma das maiores redes cicloviárias do País, com 110 quilômetros. A proporção de quilômetro de ciclovia por habitante de Sorocaba, com população de 600 mil, supera todas as capitais brasileiras, conforme reportagem do jornal Cruzeiro do Sul publicada no último mês. Contudo, por serem voltadas ao lazer, estas vias são inviáveis para o transporte por bicicleta, observa Wezel. "Eu gosto muito das ciclovias, mas nem sempre consigo utilizar; na velocidade que eu ando, tem muita gente andando, ciclista andando devagar, e eu não consigo", explica.
Diante desse problema, ele conta que costuma andar nas ruas e, para ter mais segurança, imprime alta velocidade. "Minha forma de pedalar, como é muito intensa, tenho que encontrar algum lugar na via, como se fosse uma moto", diz. Wezel lamenta, porém, a falta de continuidade em ciclovias, como as que interligam Sorocaba a cidades como Araçoiaba da Serra, Votorantim e Itu.


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