Mesmo com protestos da Associação Comercial e Empresarial de Votorantim, a “Fest Malhas Votorantim”, com fabricantes da região do Brás, funcionou durante toda a semana na cidade, no Jardim São Luís. De acordo com o organizador, foi necessária a obtenção de uma liminar na justiça para dar início à feira.
Feira comercializa produtos de vestuário com preços abaixo do praticado no mercado
Foto: Luciana Lopez
Após entraves burocráticos que atrasaram o seu início, a “Fest Malhas Votorantim”, com fabricantes da região do Brás, da cidade de São Paulo, iniciou no último sábado (05) suas atividades na Av. Octávio Augusto Rangel, no Jardim São Luís, em Votorantim.
O evento, a princípio, teve seu funcionamento proibido pela Prefeitura de Votorantim, que alegou falta de documentações. Após alguns dias de atraso da data marcada para início, no entanto, os responsáveis obtiveram uma liminar de funcionamento através de um desembargador de São Paulo e conseguiram dar início à Feira.
O evento incomodou a presidente da Associação Comercial e Empresarial de Votorantim, Francine Aparecida de Souza Ferreira Camargo, que afirmou que um advogado foi até São Paulo conversar com o desembargador afirmando que a feira está ocorrendo de forma irregular. Segundo ela, estes comerciantes não pagam impostos e prejudicam o comércio local. “Não tem alvará para eles, eles estão ali irregular, não existe documentação que aprove isso. Se você chegar e pedir um documento, eles não têm. Não foi liberado nem pelo bombeiros”, afirma. “Para onde vai o imposto? Onde o consumidor poderá trocar uma mercadoria com defeito se amanhã eles vão embora?”, questiona.
O organizador da feira, Paulo Cesar Scudeler, afirmou que pleiteou junto à prefeitura a documentação necessária para o pagamento dos impostos e aguarda notificação por parte da mesma. Ele disse ainda que inclusive ofereceu um espaço para os comerciantes da cidade a custo zero.
A informação, no entanto, é rebatida pela presidente da ACEV, que disse apenas ter recebido uma carta convite para a associação prestigiar a feira, a qual classificou como “uma afronta”.
O comerciante Abraão Júnior, 27 anos, de São Paulo, vende peças de roupas infantis na feira. De acordo com ele, o maior movimento é esperado para este fim de semana. “Eu reconheço que atrapalha os lojistas locais, mas beneficia quem tem menos condições financeiras”, ponderou. Seu lucro pode chegar a R$ 300,00 por dia, “porém temos gastos com alimentação, estadia e aluguel do ponto, que custa mais de R$ 1000,00 por semana”, explica.
Sobre a infraestrutura do local, um comerciante que preferiu não se identificar, sentiu falta de banheiros químicos. Já Onássis Alexandre Ramos, que vende calças jeans, afirma que suas mercadorias são de boa qualidade. “Inclusive fazemos trocas e devolvemos o dinheiro se não tiver a numeração que a pessoa quer”, ressaltou.
Ontem (11), a auxiliar administrativa Odete Rodrigues de Souza, 52 anos, veio de São Roque com seus familiares para fazer compras na feira. “Fiquei sabendo pelo Facebook, é a segunda vez que vou a uma feira como esta e aproveito para renovar o guarda roupas. Só acho que poderia ter provadores, se tivesse, eles venderiam muito mais”, sugeriu.
Correndo contra o prejuízo que o evento causa para os lojistas do setor de vestuário da cidade, o comerciante Fernando Fernandes, 25 anos, que também fabrica camisetas, aproveitou a oportunidade de se instalar gratuitamente no evento. “Não fui informado pela Associação Comercial que eu teria direito a um espaço gratuito na feira, por isso cheguei só na quinta-feira (10). Estar aqui é uma maneira de eu minimizar o prejuízo de minha loja”, esclareceu.
A Fest Malhas com a presença de fabricantes do Brás funcionará hoje (12) das 9h até às 18h e amanhã (13) das 9h às 18h e a entrada é gratuita.
(Por Eduardo Gouvea e Luciana Lopez . Colaboração: Érica Domingues)
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