Rodrigo Gasparini
Newton Corrêa da Costa Júnior foi um dos mais ilustres esportistas da cidade
Sorocaba
perdeu ontem um de seus mais ilustres esportistas. Newton Corrêa da
Costa Júnior, o Campineiro, faleceu aos 89 anos de idade. Entre os
vários feitos que realizou no esporte da cidade, ele foi o responsável
pela criação do Torneio Aberto de Futsal Cruzeiro do Sul, o Cruzeirão,
em 1960. A competição, que neste ano foi disputada pela 55ª vez, é
considerada a mais importante e tradicional da modalidade em toda a
região.
Conhecido como o "pai do Cruzeirão", Campineiro deixou sua marca também em outras modalidades esportivas. Foi ele, por exemplo, quem introduziu no basquete sorocabano a técnica do jump, que consiste em executar o arremesso durante o salto, com a bola sobre a cabeça. Suas histórias estão relatadas no livro que lançou em 2007: Sorocaba / Votorantim - capitais do basquete feminino no Brasil.
Foi justamente o fato de ser um jogador de basquete que trouxe Campineiro a Sorocaba. Nascido em São Paulo e criado em Campinas, ele ganhou o apelido porque iniciou a carreira no Clube Campineiro. Contratado posteriormente pelo Corinthians, conquistou títulos individuais como jogador e passou a treinar as equipes infantis, juvenis e feminina.
Suas atuações chamaram a atenção de Edélsio Del Santoro, atleta que o indicou ao então prefeito Gualberto Moreira para reforçar a equipe que disputaria os Jogos Abertos de 1950. Contratado, Campineiro assumiu também o cargo de técnico do time feminino, que passaria a ganhar a maioria das competições que disputou.
Campineiro tinha a fama de ser exigente e perfeccionista com suas atletas e seu próprio trabalho. Na preleção antes dos jogos, sempre detalhava o time adversário, destacando o ponto forte de cada uma das jogadoras. "Ele montava nossas jogadas para desmontarmos o adversário", conta Neide Sagges, que foi treinada por ele na seleção sorocabana e no CA Votorantim. "Ele sempre foi um apaixonado pelo esporte. Tinha tanta visão que, na época, Sorocaba era a única cidade do Brasil que tinha uma equipe montada somente com atletas locais."
A preocupação de Campineiro com o esporte ia além dos resultados dentro de quadra. Com o objetivo de difundir a prática do basquete, ele e as atletas faziam clínicas da modalidade em escolas da cidade. As crianças que se destacavam eram convidadas a treinar no ginásio municipal. Ficaram conhecidas como as "minhoquinhas" do treinador. "Essa iniciativa dele em Sorocaba passou depois para o Brasil todo. Ele era um coração de ouro", resume Neide. "Só posso agradecer o que esse homem fez. Foi a melhor época da minha vida."
"Pai do Cruzeirão"
Em 1960, Campineiro era diretor municipal de Esportes e queria difundir ainda mais a prática esportiva pela cidade. Foi quando teve a ideia de criar campeonatos de várias modalidades e batizar cada um deles com o nome de um órgão de imprensa. Surgiam assim a Prova Ciclística Diário de Sorocaba, o Torneio de Trios de Basquete Folha Popular, os Jogos Infantis Rádio Cacique, o Torneio Regional de Vôlei Rádio Vanguarda, a Prova de Pedestrianismo Rádio Clube de Sorocaba e o Torneio Aberto de Futsal Cruzeiro do Sul. A estratégia era garantir, ao mesmo tempo, a revelação de novos talentos e a divulgação das competições.
Destes, apenas o Cruzeirão sobreviveu e foi ganhando força ao longo do tempo. Em 1998, numa entrevista ao Cruzeiro do Sul, Campineiro revelou o motivo do sucesso: "O torneio de futsal foi preservado porque teve destaque, apoio financeiro e político. As outras modalidades, que iniciaram na mesma época, não vingaram e acabaram relegadas. Se tivessem continuado, certamente revelariam novos e grandes valores para Sorocaba."
O "pai do Cruzeirão" permaneceu à frente da organização do torneio até 1968. No ano seguinte, a incumbência passou a Rubens Peres Martins, o Panhó, que assumia o cargo de diretor de Esportes. Os dois, assim como Manoel de Souza Oliveira (Neco), Moacir Volpe Filho (Ize) e Noely Monteiro emprestam seus nomes aos troféus transitórios que são disputados ao longo de cada uma das edições do Cruzeirão. Campineiro era a última pessoa viva dos cinco homenageados.
Sepultamento
O corpo de Campineiro será sepultado hoje, às 15h, no Jardim Cemitério Pax -- mesmo local onde ocorre o velório.
Conhecido como o "pai do Cruzeirão", Campineiro deixou sua marca também em outras modalidades esportivas. Foi ele, por exemplo, quem introduziu no basquete sorocabano a técnica do jump, que consiste em executar o arremesso durante o salto, com a bola sobre a cabeça. Suas histórias estão relatadas no livro que lançou em 2007: Sorocaba / Votorantim - capitais do basquete feminino no Brasil.
Foi justamente o fato de ser um jogador de basquete que trouxe Campineiro a Sorocaba. Nascido em São Paulo e criado em Campinas, ele ganhou o apelido porque iniciou a carreira no Clube Campineiro. Contratado posteriormente pelo Corinthians, conquistou títulos individuais como jogador e passou a treinar as equipes infantis, juvenis e feminina.
Suas atuações chamaram a atenção de Edélsio Del Santoro, atleta que o indicou ao então prefeito Gualberto Moreira para reforçar a equipe que disputaria os Jogos Abertos de 1950. Contratado, Campineiro assumiu também o cargo de técnico do time feminino, que passaria a ganhar a maioria das competições que disputou.
Campineiro tinha a fama de ser exigente e perfeccionista com suas atletas e seu próprio trabalho. Na preleção antes dos jogos, sempre detalhava o time adversário, destacando o ponto forte de cada uma das jogadoras. "Ele montava nossas jogadas para desmontarmos o adversário", conta Neide Sagges, que foi treinada por ele na seleção sorocabana e no CA Votorantim. "Ele sempre foi um apaixonado pelo esporte. Tinha tanta visão que, na época, Sorocaba era a única cidade do Brasil que tinha uma equipe montada somente com atletas locais."
A preocupação de Campineiro com o esporte ia além dos resultados dentro de quadra. Com o objetivo de difundir a prática do basquete, ele e as atletas faziam clínicas da modalidade em escolas da cidade. As crianças que se destacavam eram convidadas a treinar no ginásio municipal. Ficaram conhecidas como as "minhoquinhas" do treinador. "Essa iniciativa dele em Sorocaba passou depois para o Brasil todo. Ele era um coração de ouro", resume Neide. "Só posso agradecer o que esse homem fez. Foi a melhor época da minha vida."
"Pai do Cruzeirão"
Em 1960, Campineiro era diretor municipal de Esportes e queria difundir ainda mais a prática esportiva pela cidade. Foi quando teve a ideia de criar campeonatos de várias modalidades e batizar cada um deles com o nome de um órgão de imprensa. Surgiam assim a Prova Ciclística Diário de Sorocaba, o Torneio de Trios de Basquete Folha Popular, os Jogos Infantis Rádio Cacique, o Torneio Regional de Vôlei Rádio Vanguarda, a Prova de Pedestrianismo Rádio Clube de Sorocaba e o Torneio Aberto de Futsal Cruzeiro do Sul. A estratégia era garantir, ao mesmo tempo, a revelação de novos talentos e a divulgação das competições.
Destes, apenas o Cruzeirão sobreviveu e foi ganhando força ao longo do tempo. Em 1998, numa entrevista ao Cruzeiro do Sul, Campineiro revelou o motivo do sucesso: "O torneio de futsal foi preservado porque teve destaque, apoio financeiro e político. As outras modalidades, que iniciaram na mesma época, não vingaram e acabaram relegadas. Se tivessem continuado, certamente revelariam novos e grandes valores para Sorocaba."
O "pai do Cruzeirão" permaneceu à frente da organização do torneio até 1968. No ano seguinte, a incumbência passou a Rubens Peres Martins, o Panhó, que assumia o cargo de diretor de Esportes. Os dois, assim como Manoel de Souza Oliveira (Neco), Moacir Volpe Filho (Ize) e Noely Monteiro emprestam seus nomes aos troféus transitórios que são disputados ao longo de cada uma das edições do Cruzeirão. Campineiro era a última pessoa viva dos cinco homenageados.
Sepultamento
O corpo de Campineiro será sepultado hoje, às 15h, no Jardim Cemitério Pax -- mesmo local onde ocorre o velório.
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