sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Votorantim volta a ter casa para o acolhimento de adolescentes

Notícia publicada na edição de 08/08/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 010 do caderno A
Leandro Nogueira


Residência foi inaugurada ontem e será administrada pela entidade Projeto Vida Plena - LUIZ SETTI

A cidade de Votorantim voltou a ter uma casa de acolhimento para atender exclusivamente os adolescentes vítimas de maus tratos ou em vulnerabilidade social. Há quase oito meses eles vinham sendo assistidos na Casa de Belém, entidade destinada aos cuidados de crianças. A entidade Projeto Vida Plena, com endereço na rua Miguel Dias, foi inaugurada no início da noite de ontem com a presença do prefeito Erinaldo Alves da Silva (PSDB) e a previsão era de que ainda ontem passasse a abrigar cinco adolescentes. Ela tem capacidade para atender o máximo de dez pessoas com idades entre 12 anos até a véspera de completar 18 anos. "Não são menores infratores, são menores que estão em vulnerabilidade, que não estão recebendo os cuidados adequados da família ou não está sendo garantido os direitos que possuem", enfatizou a juíza da Vara da Juventude, Karla Peregrino Sotilo.

O prefeito Erinaldo disse que a entidade receberá o repasse mensal de R$ 18 mil, pelo contrato com duração de um ano, renováveis por mais quatro anos. "É um grupo novo que vai desenvolver o trabalho agora e que a gente está esperando que tenha sucesso", disse o prefeito sobre a instituição Vida Plena, presidida pelo monsenhor Theodoro de Oliveira. Segundo o prefeito foi a própria instituição quem estipulou o limite de dez adolescentes, levando em conta o espaço disponível e os casos que surgem. "Era uma lacuna que precisava ser preenchida, são dez vagas e se amanhã ou depois as circunstâncias exigirem, tem que adaptar um espaço maior", declarou o prefeito.

O monsenhor Theodoro de Oliveira disse que o imóvel, na realidade uma casa de frente e outra de fundo em um mesmo terreno, foi locado pela Prefeitura. "A (casa) da frente será a ala feminina e a do fundo a ala masculina. Temos a parte da recepção, outra para equipe técnica, psicologia, serviço social e coordenação, além de uma cozinha e três banheiros na casa da frente", declarou o presidente da instituição. Já no fundo são oito quartos para oito adolescentes, uma cozinha, um banheiro e área para atividades em grupo e reuniões entre os próprios assistidos. O monsenhor explicou que a entidade funcionará como se fosse a família dos adolescentes, mas durante o dia frequentarão escolas, cursos, e atividades da rede municipal como judô e outros esportes.

A juíza Karla Peregrino Sotilo explicou que até dezembro do ano passado uma entidade contratada pela Prefeitura prestava a assistência exclusiva aos adolescentes, mas ela abandonou o convênio com o município. "A associação recebe verba pública, mas também precisa buscar recursos particulares para complementar porque o custo da atividade é muito alto e essa associação não conseguiu isso", declarou a juíza. Disse que a intenção sempre é que a casa de acolhimento seja transitória, buscando a reestruturação da família de origem por meio do serviço social do município para que o adolescente possa voltar. Outra possibilidade é a adoção, o que ela reconhece ser difícil no caso dos adolescentes. Ao completarem 18 anos eles deixam de ser assistidos pela instituição e por isso são preparados para que possam se manter a partir de então.


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