terça-feira, 7 de outubro de 2014

Alunos entregam as primeira perucas a crianças e jovens com câncer


Os estudantes de uma escola municipal de Votorantim estão envolvidos desde o início de setembro com a campanha. Além de entregar a primeira doação, brincaram e conversaram com pacientes do Hospital do Gpaci. Já foram arrecadadas mais de sessenta doações de cabelo.



A campanha de alunos de uma escola municipal de Votorantim para arrecadar cabelos e confeccionar perucas para crianças com câncer entregou a primeira doação.Um grupo de crianças e a professora que coordena a ação estiveram no Hospital do Gpaci (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil), em Sorocaba para uma visita e também puderam conhecer e brincar com pacientes.

Com a expontaneidade típica da infância, rapidamente as crianças em tratamento e os estudantes se apresentaram. Em poucos minutos estavam dividindo brinquedos, contando coisas que gostam de fazer e desfrutando de bons momentos. Abraços e convites para retornarem encerraram a visita que recebeu elogios de funcionários, diretores e também das mães das crianças que estavam no hospital para consultas, exames ou procedimentos.

Os alunos cursam o quarto ano na Escola Municipal "Maria Helena de Moraes Scripillitti", na Vila Votocel, em Votorantim e têm entre 9 e 10 anos de idade. A iniciativa de realizar uma campanha solidária surgiu na sala de aula a partir de uma lição de língua portuguesa que abordava gêneros textuais e propunha a leitura de textos publicitários. "Na apostila a campanha era de doação de brinquedos e os alunos ficaram interessados em se envolver, foi assim que surgiu a ideia de escolher um tema e a doação de cabelos foi o mais votado", relembra a professora, Tatiane Reis.

As próprias crianças fizeram desenhos, escolheram o slogan "Doe cabelo e devolva um sorriso" e, com apoio da Arkyvos Copiadora, ganharam folhetos para divulgação. Algumas alunas cortaram os próprios cabelos para doar e toda a classe, composta por 28 alunos começou a colaborar falando com amigos, familiares e vizinhos. "O resultado começou a aparecer muito rápido, com a adesão das próprias crianças e a repercussão no bairro e depois na cidade. As crianças estão dando um ótimo exemplo de como é possível ajudar e fazer o bem com atitudes simples. Estou muito orgulhosa dos meus alunos", frisa a professora.

Em quatro semanas, foram arrecadadas mais de sessenta doações de cabelo. Outra etapa do trabalho é a busca de voluntários que possam confeccionar as perucas. Um cabeleireiro já se comprometeu a ajudar e cedeu as duas primeiras perucas. "Precisamos de mais profissionais que concordem em colaborar na produção, os interessados podem ter certeza de que estarão participando de uma causa muito nobre e que ajuda a estimular a solidariedade entre crianças", convidou Tatiane.

O desejo de ter uma peruca

As cinco crianças da classe que mais conseguiram doações para a campanha foram ao Gpaci esta semana. Letícia Rocha, de 9 anos, uma das meninas que cortou o próprio cabelo para doar, definiu a experiência como "Um dia para não esquecer". Ela e os colegas, foram recepcionados por Bruna Rafaela Paques Pires, de 27 anos, paciente do hospital desde os oito anos e atualmente em tratamento.

Para Bruna, que já perdeu os cabelos quatro vezes devido à quimioterapia, a iniciativa das crianças é muito bonita e deve ser parabenizada. "Eu agradeço que eles se preocupem e façam uma campanha para ajudar pessoas que eles nem conhecem", comentou. Bruna contou às crianças que tem o próprio cabelo guardado e o sonho de confeccionar uma peruca, mas nunca encontrou alguém que pudesse ajudá-la.

A vice-presidente do Gpaci, Maria Lucia Neiva de Lima, também participou do encontro e agradeceu aos alunos. Ela explicou que as crianças menores se acostumam mais facilmente com a condição de não ter cabelo durante o tratamento e normalmente usam bonés e gorros quando querem cobrir a cabeça, porém isso costuma mudar em outras etapas da vida. "Atendemos ao público infanto-juvenil e a partir da pré-adolescência, a vaidade se manifesta e as meninas despertam para esse desejo da peruca", contou.

Para as crianças que estavam aguardando atendimento, a visita dos alunos foi uma maneira de sair da rotina. Algumas, ficaram um pouco acanhadas no início, mas logo se soltaram e foram brincar com os cinco estudantes de Votorantim. "Para minha filha, Mirela, estar com crianças que não são daqui do hospital e que não estão fazendo perguntas e olhando com curiosidade para ela é muito bom", disse Aline Romancini, de 23 anos. Mirela, aos 4 anos, gostou mesmo das companhias e participou de fotografias, convidou os novos amiguinhos para voltarem e se despediu de todos com abraços.

Como colaborar

Para ajudar na campanha, é preciso doar pelo menos dez centímetros de cabelo e são aceitos também os que têm química. Deve-se fazer um rabo antes de cortar o cabelo e colocar o pedaço cortado dentro de um saco plástico. A doação pode ser entregue a algum aluno do 4º ano A ou diretamente na secretaria da Escola "Maria Helena de Moraes Scripillitti", na Vila Votocel, aos cuidados da professora Tatiane Reis.

O folheto elaborado pelos alunos tem cada passo para quem deseja participar, conforme lembra a aluna Caroline Macedo, de 10 anos. "Tem tudo explicadinho e com os nossos desenhos para a pessoa não ficar em dúvida. Eu acho que a pessoa pode levar para casa, ler direitinho e ter tempo para decidir, mas tem que ser antes de 30 de novembro, quando a gente vai encerrar", pediu Carolina. Quem quiser folhetos para ajudar a divulgar também pode ir buscar na escola que fica na Rua Eugênio Ildefonso, nº 111, na Vila Votocel.

Quem enviar uma foto segurando o cabelo cortado receberá um certificado com o agradecimento das crianças. A foto deve ser enviada para tatireis.82@gmail.com.


Secom Votorantim

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