Notícia publicada na edição de 11/10/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 006 do caderno A
O esgoto de vários bairros é lançado diretamento no córrego, no município de Votorantim - Luiz Setti
Um impasse entre moradores dos bairros da Chave, Barra Funda e Fornazari com a concessionária Águas de Votorantim ao longo de dois anos vem gerando problemas ambientais ao córrego Cubatão e, por conseguinte, ao rio Sorocaba, vez que é um afluente do rio. Mais de seiscentas residências daquela região despejam, in natura, esgoto e água de chuva, pelo mesmo canal, no Cubatão. O cheiro de esgoto é presente o tempo todo. É possível até observar alguns pontos na bacia do lançamento de esgoto. A água que corre por ali tem coloração característica de poluição. Para complicar ainda mais a situação, entulho, aparelhos eletroeletrônicos entre outros materiais poluentes são lançados no córrego.
A concessionária prevê que até o final deste ano serão concluídas as obras de instalação de um coletor tronco no Fornazari para captar e encaminhar todo o esgoto lançado no Cubatão para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Guimarães. Com esta obra, espera a concessionária elevar o índice de tratamento de esgoto em Votorantim em mais 5%, ou seja, subir de 90% para 95%. O coletor com 1.367 metros de comprimento e 300 milímetros de diâmetro evitará que o esgoto de 6.500 pessoas vá parar no córrego. O detalhe é que para evitar a poluição no Cubatão é necessário que todas as casas estejam com a rede interna instalada na principal, bem como o encanamento para a água pluvial. Para isso acontecer, os moradores, que estão nos bairros há mais de 50 anos, já que as casas têm um século de construção, é que deverão fazer a obra e isso custa caro. Ouvidos pela reportagem, eles acham até justo pagarem pela obra, mas dizem que se a concessionária os ajudasse de alguma forma, ficaria mais fácil.
"Por enquanto, eu não tenho como fazer a obra", explica o padeiro Antônio Carlos da Silva, de 59 anos, que mora na rua Lopes Chaves há mais de trinta anos. A casa dele fica em frente à Unidade Básica de Saúde Barra Funda e não sabe se a unidade é ligada à rede principal. "Todo o esgoto e água de chuva passa por baixo das casas. Para ligar na rede da concessionária, precisaria quebrar todo o chão de casa e eu não tenho dinheiro agora", afirma. Em outra rua, na João Tobias, o professor Rogério Montecino Ferreira, de 38 anos, diz que na casa dos pais dele toda a sujeira do esgoto sobe pelos ralos em dia de chuva. "A gente tapa com tijolo ou outra coisa, mas pelo ralo do quintal sobe todo o esgoto que vai para o corredor, então, tenho de empurrar tudo para fora com o rodo", afirma. Um vizinho, o operador de máquinas móveis Marco Aurélio Dias de Oliveira, de 34 anos, fez, há três meses, a obra de conexão às redes de água de chuva e esgoto e só não gastou muito porque foi um tio dele quem executou. "Gastei só com o material". Calculam um gasto de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Outras histórias são contadas sobre o problema, e a dificuldade é praticamente para todos.
Baseada na legislação, Águas de Votorantim afirma que a responsabilidade da obra é do proprietário. Destaca também decreto que proíbe o lançamento de água de chuva na rede de esgoto. "A situação vai continuar assim até que todos os moradores tenham condições de fazer a obra", lamenta o professor.
Do outro lado da cidade, moradores de um bairro novo: Monte Verde, reclamam da dificuldade de ligarem o encanamento de água e de esgoto na rua Lázara Maria da Conceição. O metalúrgico Robson José da Silva está construindo a casa dele e pretende mudar no final deste ano. Por enquanto, diz que não conseguiu ligar a água nem o esgoto. A funcionária pública Maria Aparecida Novaes quer mudar daqui a duas semanas, tanto assim que o marido dela vem trabalhando na construção do imóvel. Eles dizem que já procuraram a concessionária, o loteador e também a Prefeitura e não tiveram uma resposta clara sobre a situação. A Águas de Votorantim informa que desde o dia 30 de setembro já é possível ligar a água. Quanto ao esgoto, o loteador precisa concluir a obra de extensão da rede e finalização da Estação Elevatória de Esgoto. Segundo a concessionária, o loteador informou que entregará esta obra em 40 dias. (F.G.)
O esgoto de vários bairros é lançado diretamento no córrego, no município de Votorantim - Luiz Setti
Um impasse entre moradores dos bairros da Chave, Barra Funda e Fornazari com a concessionária Águas de Votorantim ao longo de dois anos vem gerando problemas ambientais ao córrego Cubatão e, por conseguinte, ao rio Sorocaba, vez que é um afluente do rio. Mais de seiscentas residências daquela região despejam, in natura, esgoto e água de chuva, pelo mesmo canal, no Cubatão. O cheiro de esgoto é presente o tempo todo. É possível até observar alguns pontos na bacia do lançamento de esgoto. A água que corre por ali tem coloração característica de poluição. Para complicar ainda mais a situação, entulho, aparelhos eletroeletrônicos entre outros materiais poluentes são lançados no córrego.
A concessionária prevê que até o final deste ano serão concluídas as obras de instalação de um coletor tronco no Fornazari para captar e encaminhar todo o esgoto lançado no Cubatão para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Guimarães. Com esta obra, espera a concessionária elevar o índice de tratamento de esgoto em Votorantim em mais 5%, ou seja, subir de 90% para 95%. O coletor com 1.367 metros de comprimento e 300 milímetros de diâmetro evitará que o esgoto de 6.500 pessoas vá parar no córrego. O detalhe é que para evitar a poluição no Cubatão é necessário que todas as casas estejam com a rede interna instalada na principal, bem como o encanamento para a água pluvial. Para isso acontecer, os moradores, que estão nos bairros há mais de 50 anos, já que as casas têm um século de construção, é que deverão fazer a obra e isso custa caro. Ouvidos pela reportagem, eles acham até justo pagarem pela obra, mas dizem que se a concessionária os ajudasse de alguma forma, ficaria mais fácil.
"Por enquanto, eu não tenho como fazer a obra", explica o padeiro Antônio Carlos da Silva, de 59 anos, que mora na rua Lopes Chaves há mais de trinta anos. A casa dele fica em frente à Unidade Básica de Saúde Barra Funda e não sabe se a unidade é ligada à rede principal. "Todo o esgoto e água de chuva passa por baixo das casas. Para ligar na rede da concessionária, precisaria quebrar todo o chão de casa e eu não tenho dinheiro agora", afirma. Em outra rua, na João Tobias, o professor Rogério Montecino Ferreira, de 38 anos, diz que na casa dos pais dele toda a sujeira do esgoto sobe pelos ralos em dia de chuva. "A gente tapa com tijolo ou outra coisa, mas pelo ralo do quintal sobe todo o esgoto que vai para o corredor, então, tenho de empurrar tudo para fora com o rodo", afirma. Um vizinho, o operador de máquinas móveis Marco Aurélio Dias de Oliveira, de 34 anos, fez, há três meses, a obra de conexão às redes de água de chuva e esgoto e só não gastou muito porque foi um tio dele quem executou. "Gastei só com o material". Calculam um gasto de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Outras histórias são contadas sobre o problema, e a dificuldade é praticamente para todos.
Baseada na legislação, Águas de Votorantim afirma que a responsabilidade da obra é do proprietário. Destaca também decreto que proíbe o lançamento de água de chuva na rede de esgoto. "A situação vai continuar assim até que todos os moradores tenham condições de fazer a obra", lamenta o professor.
Do outro lado da cidade, moradores de um bairro novo: Monte Verde, reclamam da dificuldade de ligarem o encanamento de água e de esgoto na rua Lázara Maria da Conceição. O metalúrgico Robson José da Silva está construindo a casa dele e pretende mudar no final deste ano. Por enquanto, diz que não conseguiu ligar a água nem o esgoto. A funcionária pública Maria Aparecida Novaes quer mudar daqui a duas semanas, tanto assim que o marido dela vem trabalhando na construção do imóvel. Eles dizem que já procuraram a concessionária, o loteador e também a Prefeitura e não tiveram uma resposta clara sobre a situação. A Águas de Votorantim informa que desde o dia 30 de setembro já é possível ligar a água. Quanto ao esgoto, o loteador precisa concluir a obra de extensão da rede e finalização da Estação Elevatória de Esgoto. Segundo a concessionária, o loteador informou que entregará esta obra em 40 dias. (F.G.)

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