Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Menina que sofre de síndrome rara poderá passar por cirurgia nesta 4ª feira.
Mãe publicou mensagem em rede social; doador é do Tennessee, nos EUA.
A bebê Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano, que sofre de uma síndrome rara, pode passar por transplante multivisceral ainda nesta quarta-feira (3), no Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo advogado da família, Miguel Navarro, depois que a mãe da menina, Patrícia Lacerda, publicou em uma rede social sobre o possível doador. Por causa da doença rara, Sofia precisa transplantar seis órgãos: estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado, intestino grosso e, provavelmente, um dos rins. Ela precisou ser encaminhada para os EUA, em julho deste ano, já que a cirurgia não é realizada no Brasil.
Em um trecho da mensagem, a mãe escreveu: "Bom dia pessoal, estamos no hospital. Hoje pela manhã recebemos uma ligação para virmos com urgência, pois apareceu um POSSÍVEL DOADOR para Sofia". Segundo Navarro, a novidade foi passada à família pelo médico brasileiro, Rodrigo Vianna, que trabalha no hospital americano.
"Ela está passando por procedimentos, fazendo exames [pré-operatórios]. Se tudo der certo, ela vai fazer a cirurgia ainda hoje", disse Navarro. Ainda segundo o advogado, o doador de órgãos é do estado do Tennessee, nos Estados Unidos.
A criança estava em uma casa temporária nos Estados Unidos - cedida por um brasileiro que se comoveu com a história dela -, para aguardar por um doador compatível, já que ela foi incluída na lista de transplante de órgãos do país.
Mobilização nacional
O drama de Sofia começou assim que a família, que mora em Votorantim (SP), descobriu que a criança era portadora da Síndrome de Berdon. Para sobreviver, a menina precisa do transplante de seis órgãos, que custa mais de R$ 2 milhões. Desde que nasceu, ela já passou por três cirurgias, mas ainda necessita de atendimento especializado, que só é feito nos Estados Unidos.
O drama de Sofia começou assim que a família, que mora em Votorantim (SP), descobriu que a criança era portadora da Síndrome de Berdon. Para sobreviver, a menina precisa do transplante de seis órgãos, que custa mais de R$ 2 milhões. Desde que nasceu, ela já passou por três cirurgias, mas ainda necessita de atendimento especializado, que só é feito nos Estados Unidos.
Quando descobriu a doença, a família pediu ajuda financeira de todas as formas para conseguir uma viagem até os EUA. A campanha foi intitulada "Ajude a Sofia" e ganhou força nas redes sociais: mais de 1,5 milhão de pessoas já curtiram e compartilharam a página, inclusive celebridades.
Desde que nasceu, no hospital da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, Sofia só tinha saído para ser transferida para o Hospital Samaritano, em Sorocaba (SP), ou fazer os exames pedidos pela Justiça no Hospital das Clínicas de São Paulo (SP). O bebê nunca havia feito xixi ou cocô e só se alimentava por nutrição parenteral – quando uma solução manipulada pelo médico é aplicada diretamente na corrente sanguínea.
Após diversas questões judiciais, um desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) determinou a transferência da menina para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde ela passaria por novos exames que confirmassem a síndrome de Berdon e a possibilidade de realizar o transplante no Brasil.
No entanto, a família recusou um novo procedimento cirúrgico e médicos especialistas também atestaram que a tecnologia nacional não era avançada o suficiente para realizar o transplante com sucesso. Dessa forma, a menina voltou ao Hospital Samaritano, em Sorocaba, de onde saiu para ser levada aos Estados Unidos.
Na madrugada do dia 2 de julho finalmente Sofia, a mãe e uma equipe de profissionais do Ministério da Saúde embarcaram em um jatinho especial para os Estados Unidos. A partida de Sorocaba emocionou médicos e enfermeiros do hospital onde ela permaneceu internada e amigos da família. O pai de Sofia, Gilson Gonçalves da Silva, embarcou em um voo comercial.
A família aguardou a doação dos órgãos para o transplante, o que demora, em média, seis meses nos Estados Unidos. Depois da cirurgia, a criança permanecerá em tratamento por dois anos. De acordo com os médicos, a chance de êxito é de 85%. No começo, Sofia, pai e mãe estão hospedados na casa de um brasileiro que se ofereceu para ajudar. Ela também terá o acompanhamento de médicos e enfermeiros durante o dia e a noite.
O nome de registro de nascimento da criança é com "ph" (Sophia), mas, em virtude de a campanha de ajuda ter sido iniciada com "Sofia", a própria família adotou essa grafia para evitar problemas com as doações.
veja o vídeo:
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