Criança de três anos foge de creche e é localizada em praça

Jornal Cruzeiro do Sul
Fernando Guimarães

Menino caminhou sozinho até um bairro vizinho

Criança aproveitou descuido e saiu pelo portão da Creche Maria José Silva Oliveira - LUIZ SETTI
Um menino de três anos fugiu, na tarde de segunda-feira, da Creche Municipal Maria José Silva Oliveira, situada na rua João Santiago Figueiredo, 172, no bairro Itapeva, em Votorantim. A fuga da criança aconteceu por volta das 16h, horário de saída da creche, e os funcionários não perceberam. Depois de caminhar sozinho e atravessar três ruas e uma avenida com canteiro central, o menino foi parar em uma praça existente no Jardim Europa, bairro vizinho, onde a mãe costuma levá-lo para brincar com os irmãos. A família mora nesse bairro. Apesar do susto e dos riscos a que a criança foi submetida, a história terminou com final feliz. A mãe não quis dar entrevista e também optou por não registrar boletim de ocorrência, cobrando apenas uma posição da direção da creche.

Ontem, o prefeito Erinaldo Alves da Silva (PSDB) participou do Jornal da Cruzeiro Primeira Edição, transmitido pela Cruzeiro FM 92,3, e foi questionado sobre o ocorrido. Ele não sabia do fato, mas afirmou que visitaria a creche para saber o que aconteceu. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, na manhã de ontem, logo após ter saído da rádio, preocupado com o que aconteceu, o prefeito foi até a creche acompanhado da secretária municipal da Educação, Isabel Cristina Dias de Moraes Cardoso, para saber mais detalhes sobre o fato.

A diretora confirmou o episódio e acrescentou que, possivelmente, por uma distração de um funcionário no momento de entregar outra criança, o menino escapou. A creche tem dois portões: o principal, que dá acesso para a rua e por onde as mães entram, e um segundo portão, que fica dentro da unidade por onde passam as crianças para serem entregues aos responsáveis. Foi nesse processo que houve a fuga. Uma sindicância está sendo aberta pela secretaria para apurar responsabilidades. Segundo a assessoria de imprensa, as escolas da rede municipal, incluindo creches, devem elaborar relatórios sobre qualquer fato fora da rotina escolar, de modo que, apesar de não haver o registro de ocorrência na delegacia, a Secretaria da Educação seria informada pela direção da creche sobre o ocorrido ainda nesta semana.

"Existem procedimentos", diz o prefeito. As escolas, segundo ele, são fechadas durante todo o período, sendo abertas apenas em dois momentos: manhã e tarde para entrada e saída dos alunos, e isso sempre com a presença de funcionários. "Vamos verificar o que aconteceu. Vamos ouvir as partes e tomar as providências necessárias. Isso não pode acontecer de jeito nenhum", afirma, destacando que há todo um trabalho feito pela Secretaria da Educação e que um fato isolado como este pode comprometer toda a credibilidade de um trabalho no qual há o envolvimento de centenas de funcionários da Educação.

O caso

Enquanto o menino caminhava até a praça, ponto de referência dele, a mãe chegava à creche. Ao perguntar sobre o filho, descobriu que a criança não estava. A mãe entrou em desespero e começou a chorar. Os funcionários passaram a procurar pelo menino dentro da creche. Um vizinho passava de carro perto da praça no Jardim Europa e viu a criança. Achou parecido com o filho da mulher e, preocupado, foi até a casa dela para saber se estava tudo bem. Não havia ninguém. Ele, então, comunicou o fato a outra vizinha, que subiu rapidamente até a praça, reconheceu o menino e telefonou imediatamente para a mãe, para informar que o garoto havia sido encontrado naquela praça, onde algumas mulheres o acolhiam. O vizinho, que estava de carro e viu o menino, foi até a creche para buscar a mãe, enquanto a criança ficou aos cuidados da outra vizinha. Após o reencontro, a mãe voltou à creche para cobrar explicações e providências sobre o episódio.