Operário de obra faz funcionária de refém

Jornal Cruzeiro do Sul
Larissa Pessoa
programa de estágio

Homem usou faca e falsos explosivos para ameaçar funcionária - Erick Pinheiro

Um homem de 34 anos, que estava com o pagamento atrasado, revoltou-se e manteve como refém por mais de duas horas uma funcionária da empresa onde trabalhava. O caso aconteceu na manhã de ontem, em Votorantim. O acusado é operário da construção civil, desligado de uma empresa terceirizada contratada pela empreiteira responsável pela construção da penitenciária feminina de Votorantim.

Segundo o soldado PM Matheus, o ex-funcionário foi de manhã até o setor de Recursos Humanos da empreiteira e questionou a funcionária sobre seu pagamento. Diante da informação de que o dinheiro ainda não estava disponível, ele a puxou pelos cabelos, sacou uma faca e passou a ameaçá-la, exigindo o dinheiro. Funcionários da empresa acionaram a polícia, que passou mais de duas horas em negociação para convencê-lo a liberar a mulher. Durante o tempo em que manteve a funcionária como refém, o acusado ameaçou esfaqueá-la no pescoço, nos braços e também detonar falsos explosivos que trazia consigo, feitos artesanalmente.
Apesar de bastante nervosa e com dificuldade para falar, a mulher não teve ferimentos e compareceu à delegacia do município. Segundo os policiais, o caso foi registrado como "desentendimento" e o acusado seria liberado.
Outros funcionários que presenciaram a agressão também estavam na delegacia para prestar depoimento e relataram que o agressor era um homem muito calmo e que sua atitude com a vítima se deu por conta de desentendimentos familiares. O irmão do indiciado estava no local e comentou que por conta do atraso no de seu pagamento, a esposa do homem o teria deixado e que seus filhos estavam passando por necessidades.

João Donizete Martins, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Sorocaba e Região também esteve na delegacia. Ele informou que o agressor está com o pagamento atrasado há 20 dias e que a situação é a mesma para outros funcionários, mas avaliou o caso como um ato de desespero por parte do acusado. Ainda de acordo com o sindicalista, o pagamento está agendado para esta terça-feira. (Supervisão: Admir Machado)