Banhistas abusam e se arriscam

Jornal Cruzeiro do Sul
Adriane Mendes

Apesar do perigo em pular nas águas, muitos não hesitavam em se jogar de cerca de cinco metros de altura - Luiz Setti

Nem mesmo o afogamento na tarde de sábado evitou que muita gente fosse neste domingo na Cachoeira da Chave, em Votorantim, a fim de se refrescar do forte calor. E apesar do perigo de pular nas águas, muitos não hesitavam em se jogar de uns cinco metros de altura.

Por volta das 16h30 a reportagem constatou a presença de pelo menos mil pessoas entre adultos e crianças, distribuídas em toda a área da cachoeira, que é um espaço público da cidade. Famílias inteiras, até mesmo com bebês ainda em fase de amamentação, se reuniam dentro e fora das águas, como a copeira Vânia Nascimento e sua cunhada, a cabeleireira Leni Nascimento, que saíram de Sorocaba para passar o dia por lá. Elas desconheciam o fato ocorrido um dia antes e também julgam o local perigoso, sendo indicado, segundo elas, para quem deseja se refrescar sob as árvores. Para Leni, que supervisionava a filha de 15 anos que estava na água, o acesso à cachoeira deveria ser organizado pela Prefeitura, inclusive com oferecimento de serviço de salva-vidas.

Ao contrário das sorocabanas, que optaram por nem entrar na água, alguns rapazes, que não quiseram se identificar, fizeram questão de continuar megulhando ao perceber a presença do fotógrafo. Eles apenas aceitaram comentar que não sentem medo de se jogar do alto, mesmo sabendo que afogamentos não são raros na Chave.

O operador de produção Alex de Oliveira, que vendia cerveja no local, contou ter presenciado o afogamento no sábado e, segundo ele, a vítima (ainda não identificada) teria afundado na quarta vez que mergulhou do alto, das proximidades de onde deságua a cachoeira. Questionado se ele não se preocupava em vender cerveja, tendo em vista que o consumo de bebida alcoólica pode colaborar para ocorrências de afogamentos, Alex respondeu que se ele ou outras pessoas não venderem, os frequentadores levarão a bebida das suas próprias casas. Aliás o comércio no local é também bastante diversificado, com espetos em torno de R$ 2, refrigerantes a R$ 3,50 e cervejas até em promoção, duas unidades por R$ 5.