domingo, 15 de março de 2015

DENGUE NA REGIÃO METROPOLITANA DE SOROCABA - Seis cidades estão em situação de risco

Notícia publicada na edição de 14/03/15 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno A
Leandro Nogueira

Estudo aponta ainda que nove municípios estão em alerta e outros oito têm cenário satisfatório

Larvas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue - LUIZ SETTI/ARQUIVO JCS


A Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) tem ao menos seis cidades em situação de risco para sofrer um surto da dengue: Porto Feliz, São Miguel Arcanjo, São Roque, Salto, Salto de Pirapora e Votorantim. Outras nove estão em situação de alerta e oito com cenário satisfatório. O diagnóstico foi divulgado na quinta-feira pelo Ministério da Saúde, com base no Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), apurado entre janeiro e fevereiro deste ano, pelos próprios municípios. Sorocaba, que vive um surto epidêmico da doença com cinco mortes e quase 13 mil casos confirmados, não fez o levantamento em 2015 e, pelo segundo ano consecutivo, deixa de entrar no relatório do Ministério da Saúde. Iperó e Pilar do Sul também não constam na divulgação do LIRAa.

A Prefeitura de Sorocaba alega que, como a transmissão já era acentuada no início deste ano, priorizou as ações de bloqueio da doença ao invés de quantificar a infestação do mosquito. No ano passado, quando o município também deixou de constar no LIRAa, a Prefeitura alegou que apesar de ter entregue os dados à Secretaria de Estado de Saúde, os mesmos não foram repassados ao Ministério da Saúde em tempo para a divulgação. Em Pilar do Sul, o secretário municipal da Saúde, Dalton Fernando Pagianotto, disse que a cidade está infestada pelo Aedes aegypti, contudo, neste ano houve sete casos da doença. Segundo ele, a maioria dos mosquitos não está contaminada, mas se ficar, há o risco do número de doentes elevar, apesar do trabalho diário de combate. Ele deixou de informar porque não enviou os dados ao LIRAa.

Em Iperó, com 1.301 casos confirmados neste ano, a Prefeitura informa que deixou de fazer o levantamento em janeiro pois já o havia feito no mês anterior, em dezembro, pela equipe estadual da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen). "Adiantamos a avaliação com a ajuda da Sucen. Definimos as ações e os locais mais críticos e que precisam de prioridade. Logo as ações já foram definidas antecipadamente e estão em prática", divulga. Ainda argumenta que para repetir o levantamento em janeiro teria que parar as ações de controle de criadouros, bloqueios e nebulizações, por exemplo.

Conforme pode ser observado na tabela publicada nesta página, dos 26 municípios que compreendem a RMS, nove estão em situação de alerta e oito em situação satisfatória. De acordo com o Ministério da Saúde, o índice utilizado no LIRAa leva em consideração o percentual de imóveis onde foram encontrada a larva do inseto, entre os prédios visitados. Nos municípios classificados como de risco foram encontradas larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. A situação de alerta é para as cidades em que as larvas do mosquito foram encontradas em menos de 3,9% dos imóveis pesquisados e a situação satisfatória é quando menos de 1% das residências pesquisadas contém as larvas do mosquito.

Cidades em situação de risco

Em São Roque, da semana passada para a atual, o número de casos confirmados saltou de 30 para 71, ou seja, 41 a mais, de acordo com o departamento de Saúde e a Vigilância Epidemiológica do município. "Os setores acreditam que o fator do aumento está relacionado diretamente a situação em Sorocaba", divulga a Prefeitura, alegando que muitos moradores daquela cidade trabalham ou estudam em Sorocaba. "Estamos em alerta, os resultados aumentaram muito rapidamente, todas as medidas estão sendo tomadas para evitarmos uma epidemia", informa o diretor de Saúde de São Roque, Sandro Rizzi.

Em Votorantim, de acordo com a Prefeitura há 490 casos confirmados da doença, "apesar da Secretaria da Saúde ter realizado todos os procedimentos de prevenção previstos", informa. Cita que eram poucas as notificações até a primeira semana de fevereiro, mas o fato de haver o trânsito de pessoas entre os municípios vizinhos que apresentam elevado número de casos provocou a elevação. "Apesar de todos os esforços, também tivemos a situação de longo período de seca e da guarda de água em reservatórios nos domicílios, o que também contribuiu para a ampliação", reconheceu a Secretaria de Saúde de Votorantim.

Em Salto de Pirapora, onde inclusive já houve uma morte por dengue hemorrágica no final do mês passado, a Secretaria da Saúde informa ter intensificado as ações no combate à doença. Por meio da assessoria de imprensa, informou que o município já está em estado de epidemia e por isso, no último dia 18, foi decretado Estado de Emergência. Até a última quinta-feira, dia 12, havia 882 casos confirmados da doença em Salto de Pirapora, sendo 90 deles por pessoas contaminadas em outras cidades. Em outra cidade em situação de risco, Salto, são 171 casos confirmados neste ano, até o último dia 10, sem nenhum caso de óbito. A Prefeitura de Salto divulga que tem trabalhado intensamente para amenizar o atual quadro, e que situação está na média da região.

Em São Miguel Arcanjo, a Prefeitura divulga avaliar com bastante preocupação os dados estatísticos que coloca o município em situação de risco. Lá foram 13 casos da doença confirmados, quatro deles na própria cidade e outros nove importados. "Não houve nenhum óbito registrado com diagnóstico de dengue", informa. A reportagem do Cruzeiro do Sul não obteve respostas ou conseguiu contato com algum representante de Porto Feliz.

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