quarta-feira, 11 de março de 2015

Temporal provoca alagamentos nas zonas sul e oeste

Jornal Cruzeiro do Sul




Avenida Antonio Carlos Comitre ficou alagada - PIGUE CONEGERO/CORTESIA
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A forte chuva que caiu ontem sobre as zonas sul e oeste de Sorocaba provocou estragos e deixou como saldo o desaparecimento do motorista de um carro que tentou atravessar o córrego do Itanguá, no trecho que corta a avenida Américo Figueiredo, pontos de alagamento, transbordamento de córregos, casas invadidas pela água e muita confusão no trânsito. Sorocabanos que estavam em vários pontos da cidade viveram momentos de angústia e terror.

Segundo a meteorologia, o fenômeno foi provocado pela oscilação da temperatura nos últimos dias. Calcula-se que o volume de água que caiu tenha sido de 58 milímetros. Motoristas que trafegaram pelas avenidas Armando Pannunzio, Barão de Tatuí e parte da Dom Aguirre precisaram de muita paciência. O trânsito ficou congestionado e provocou muita lentidão. Pessoas que estavam em ônibus também reclamaram da demora. Um balanço divulgado à noite pelo Serviço de Comunicação da Prefeitura deu conta de pelo menos dez ocorrências que foram atendidas por equipes da Secretaria de Serviços Públicos, Defesa Civil, Saae e Secretaria de Desenvolvimento Social (veja o quadro nesta página).

O Campolim foi um dos bairros mais afetados. A chuva que começou a cair fraca por volta das 13h30 foi ganhando força a ponto de a avenida Antonio Carlos Comitre se transformar num rio. Comerciantes disseram que a impermeabilização do solo contribuiu para que correnteza ganhasse impulso, arrancasse pedaços do asfalto e deixasse buracos na via.


Imagens captadas por funcionários de uma obra ao lado da sede da Associação Sorocabana de Imprensa (ASI) mostram o alagamento da pista. O pedreiro Adão Florêncio dos Santos disse ter ficado surpreso. "A água começou fraquinha e foi aumentando. Durou pouco mais de uma hora e, quando a gente viu, isso tudo aqui virou um mar", contou à reportagem.

Jussara Berg conduzia seu carro e teve de parar porque a água alcançou o motor. "Estou aqui há quase duas horas esperando socorro mecânico. Nunca tinha visto nada parecido", disse. O dono de uma agência de veículos que fica nas imediações precisou remover o entulho e o barro trazidos pela água.

Na avenida Barão de Tatuí o nível do córrego da Água Vermelha subiu e chegou a casas da rua Abraão Mauad. A água também invadiu o hospital do Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), mas não foram registrados prejuízos.

Uma outra situação grave foi constada no cruzamento das avenidas Washington Luiz e Bento Mascarenhas Jequitinhonha. O transbordamento do córrego da Água Vermelha provocou a interdição desta última via, além de ter atingido estabelecimentos comerciais. A proprietária de uma padaria que fica na região, Maria Nicoletti, disse que nunca havia testemunhado uma chuva tão forte. Outro morador, Felício Fernandes, informou que há mais de 30 anos não via algo parecido.

Funcionários de um posto de gasolina que também fica próximo tiveram muito trabalho para remover a lama. João Marques atribuiu a cheia ao atraso nas obras da bacia de contenção localizada nas imediações. O secretário Oduvaldo Denadai que inspecionava a região informou que o empreendimento deverá ser concluído, mas não precisou data para que isto aconteça.

Na região do Jardim Paulistano, a água invadiu a garagem de um prédio, além de ter provocado a queda de grades que ficam na rua debaixo da qual passa o córrego. "A coisa foi feia. Eu já tinha visto chuva forte, mas que nem essa não tenho lembrança. Durou uma hora e provocou tudo isso", disse o engenheiro Silas Cardoso.

No Jardim Novo Mundo, em Votorantim, pelo menos oito casas da rua Expedito Antonio Nascimento foram invadidas pelas águas. A lama e a sujeira estragaram móveis e a estrutura de uma das residências estava comprometida. A Defesa Civil faria uma avaliação para saber se interditaria as moradias.

Ingrid Daniele de Lima contou que estava trabalhando e ao retornar para casa encontrou um cenário de devastação. "Estava tudo tomado e sujo. Não sei como vamos fazer para recuperar as perdas". Edilaine Aparecida Alves de Lima disse que iria passar a noite em outro lugar. "A parede está rachada e tenho medo de que aconteça o pior".

O comerciante Dirceu Vieira, dono de um bar que funciona no local, não contabilizou prejuízos, mas estava preocupado com a situação dos vizinhos. Na casa de Robson Santos a água chegou a superar o nível de meio metro. "Perdi a cama e outros móveis. Não sei o que fazer agora para ser ressarcido".


Veja as principais

Ocorrências relatadas pela Defesa Civil

* Dois veículos foram arrastados pelas águas do córrego Itanguá na avenida Américo Figueiredo. Uma das vítimas conseguiu escapar e outra continua desaparecida.
* Na rua Benedito das Neves, próxima à avenida Santa Cruz, as águas do córrego do Itanguá atingiram, pelo menos, três famílias.
* Na confluência da avenida Washington Luis com a avenida Bento Mascarenhas Jequitinhonha, houve transbordamento do córrego da Água Vermelha e obstrução de galeria e de posto de visita.
* Na avenida Adão Pereira de Camargo, na Vila Barão, manifestantes protestaram por causa da elevação do córrego.
* O muro de uma casa ruiu com a enxurrada na rua Lituânia, esquina com a Abraham Lincoln.
* Na esquina da rua Lituânia com a avenida Londres, outro muro (de um condomínio) também foi atingido pela forte enxurrada.
* Na avenida Washington Luis com a Comendador Pereira Inácio, a cabeceira da ponte sofreu avarias e engenheiros fizeram a vistoria do local.
* Na rua José Tótora, no Central Parque, uma pessoa ficou ilhada e foi ajudada por policiais da GCM.

Fonte: Secom / Prefeitura de Sorocaba


(Da Redação)

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