quinta-feira, 16 de abril de 2015

O TEMPO

m. Peres s.

O tempo encerra pro mundo todo,
como na ampulheta que a areia acaba;
voltamos ao pó, como um mesmo lodo,
e sendo tudo, só nos resta o nada.

Onde as fortunas e suas veleidades,
onde o ufanismo e a glória humana?
Se tudo acaba em exiguidades,
por que o afã em vida mundana?

Tudo escapa célere pelo vão dos dedos,
tão fugidio e inexorável,
onde a recompensa e os vãos segredos,
se tudo acaba, incomparável!

Cansaço, fadiga como herança,
corramos muito, ou muito pouco,
a insatisfação é a mesma neste mundo louco,

o que nos resta é a esperança!

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