domingo, 26 de abril de 2015

Região Metropolitana de Sorocaba faz um ano sem apresentar benefícios à população

Notícia publicada na edição de 26/04/15 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno A


A rodovia Raposo Tavares é uma das principais ligações viárias entre as 26 cidades que compõem a RMS - ERICK PINHEIRO / ARQUIVO JCS

A Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), formada por 26 municípios, completará um ano de criação pelo governo do Estado no próximo dia 9 de maio, sem apresentar mudanças mais visíveis à população de 1,8 milhão de habitantes. Sancionada pelo governador Geraldo Alckmin naquela data, a concretização da RMS ainda depende da criação, por legislação específica, da Agência Metropolitana e do Fundo Metropolitano para que os projetos possam ser colocados em prática, afirmou o presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMS e prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB). Ele credita a demora na execução de projetos à burocracia e espera a aprovação de leis pelo governo do Estado de São Paulo, para ver as propostas da RMS saírem do papel.

Na visão de Pannunzio, apesar de ter sido formada há um ano, a criação da RMS ainda não proporcionou benefícios aos munícipes. "Por enquanto, (não mudou) ainda nada. Por enquanto, de fato, de concreto, dizer "bom eu faço uma ligação e não pago interurbano" ou "eu pego um ônibus lá e faço integração com Sorocaba", nada disso ainda não aconteceu", destacou.

Segundo Pannunzio, os representantes das 26 cidades fizeram diversas reuniões tratando de assuntos considerados por eles prioritários, como segurança e transportes. Pannunzio, porém, acredita que enquanto a Lei de Criação da Agência Metropolitana e a Lei do Fundo Metropolitano não forem aprovadas pelo governo do Estado, a Região Metropolitana de Sorocaba terá dificuldades para colocar projetos em prática. "Nós precisamos disso para que a RMS passe a ser uma realidade", comentou Pannunzio, sem cogitar uma data para a aprovação das leis. "É o tempo do governador mandar os projetos à Assembleia Legislativa e a Assembleia votar. Isso pode levar 45 dias ou o resto do ano", ponderou.

De acordo com Pannunzio, o projeto de integração do transporte intermunicipal é o que está mais avançado no momento. "Até agora não tem nenhum fato concreto que permita dizer que "o cidadão pega o ônibus em Araçoiaba, chega aqui, desce e integra no terminal com nosso sistema de transporte". Ainda não está viável isso. Espero que o mais rápido possível isso seja feito, mas não depende apenas da boa vontade da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e muito menos do prefeito de Sorocaba. Depende de todo conjunto", justificou.



Transporte intermunicipal



No fim de março, em reunião realizada na cidade, foi anunciado que o transporte nas 26 cidades da RMS se tornaria oficialmente de responsabilidade da EMTU, até o final deste mês. Questionada pela reportagem, a EMTU não se posicionou a respeito. Entretanto, naquela ocasião, o cronograma começava com o recebimento oficial das linhas da Artesp, elaboração de estudos técnicos (linhas, itinerários, tarifas e frota), registro cadastral das operadoras, emissão de ordens de serviços, implantação de um padrão visual metropolitano, mapeamento das linhas, vistoria de infraestrutura, pesquisa de origem e destinos, estruturação da concessão de benefícios previstos na política tarifária e infraestrutura administrativa.

Quanto à segurança nos municípios que fazem parte da RMS, Pannunzio informou que tem feito reuniões constantes com secretários do Estado de São Paulo. Já sobre as questões relacionadas à saúde, ele espera que o projeto do novo Hospital Regional de Sorocaba atenda aos munícipes de toda a região.

Fazem parte da Região Metropolitana de Sorocaba os seguintes municípios: Alambari, Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Ibiúna, Iperó, Itu, Jumirim, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tapiraí, Tatuí, Tietê e Votorantim.



Vice-presidente vê pequenos avanços

O vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), o prefeito de Tietê, Manoel Davi (PSD), também avalia que os benefícios são pequenos para os 26 municípios nestes 12 meses de implantação da RMS. Na sua opinião, algumas cidades de menor porte notaram melhoras na questão da segurança.

Manoel Davi acredita que o período eleitoral em 2014 atrapalhou a implantação da RMS e prejudicou a execução dos projetos. "Infelizmente, o início (da RMS) foi tumultuado. Foi um ano eleitoral e, por isso, os avanços foram pequenos. Tudo que é feito em ano eleitoral, infelizmente, é prejudicado. Não foi só a Região Metropolitana. Espero conseguir este ano agilizar o andamento para caminhar com passos largos", disse.

Na visão de Davi, a segurança em algumas cidades da região melhorou. ""Com a instalação do gabinete de segurança, estamos fazendo a qualificação da GM. Sorocaba não sente tanto essas mudanças porque sempre teve um padrão da Guarda Municipal, mas as cidades menores estão passando por treinamento para a qualificação", afirmou.

Davi espera que, com a concretização da Região Metropolitana, ocorra uma descentralização de investimentos e que as indústrias não invistam apenas em Sorocaba. "Muitos municípios viraram cidades dormitórios. As pessoas vão trabalhar em Sorocaba, mas moram em outros municípios. E isso é ruim porque os impostos, a arrecadação, ficam todos em Sorocaba. Claro que os munícipes pagam o IPTU, mas o ICMS fica em Sorocaba. E sem essa verba, a saúde, o transporte e a iluminação dos moradores são prejudicados", advertiu.

Um dos objetivos do vice-presidente é atrair empresas para os municípios menores. "Nossa meta é que as empresas tercerizadas que prestam serviços para Sorocaba se instalem em outros municípios para que o dinheiro fique na cidade", comentou. "Queremos que Sorocaba compartilhe os avanços. Queremos Sorocaba como a cidade-mãe", finalizou.



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