Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Chico Santeiro é famoso em Votorantim (SP) por trabalhos de arte sacra.
Ele aprendeu a esculpir ainda criança, mas escondia dom por vergonha.
Ele aprendeu a esculpir ainda criança, mas escondia dom por vergonha.
Da brincadeira de criança, Chico transformou o dom em profissão (Foto: Natália de Oliveira/G1)
"Nada me deixa mais satisfeito do que ver as minhas obras enfeitando igrejas e, em frente delas, fiéis ajoelhados dirigindo a elas as suas preces"
Ainda menino, quando morava em Barbalha(CE), Francisco Vieira dos Santos era tímido e quieto e, por isso, fugia das brincadeiras com os seus sete irmãos. Ele preferia se esconder em meio ao mandiocal e, longe dos olhos de todos, esculpia com um canivete carrinhos e até imagens de santos em raízes de mandioca, tudo por pura diversão. Mas como tinha vergonha do que os outros podiam achar dos seus “brinquedos”, os destruía e os enterrava em meio a plantação. Na época, ele mal sabia que o dom que escondia - de esculpir imagens de santos - lhe renderia uma carreira longa e conceituada como artesão décadas depois.
Chico Santeiro, como é conhecido artisticamente, guardou este segredo até depois que saiu da sua cidade natal e se mudou para Votorantim (SP), cidade localizada há 100 quilômetros da capital paulista, onde ele vive há mais de 40 anos. “Eu vim pra cá [Votorantim] para trabalhar de pedreiro em uma empresa, mas acabei desempregado anos depois e um amigo meu, que era artesão, me chamou para trabalhar com ele”. Foi assim, da necessidade de um novo emprego, que o dom voltou a aflorar e se tornou a sua profissão.
Atualmente, com 73 anos, Chico comemora mais de 30 anos de trabalho como escultor. Em entrevista ao G1, ele garantiu já ter entalhado mais de duas mil imagens, de praticamente todos os santos. Mas, para o trabalho profissional, deixou de lado as raízes de mandioca para usar como matéria-prima de suas obras ripas de madeira. “Eu olho para um pedaço de madeira e já sei que santo vai render com aquele tronco”, frisa o escultor.
O trabalho de Chico é focado em arte sacra e seus principais clientes são comunidades religiosas que compram as imagens para colocar em igrejas ou mesmo pessoas que as querem para por em casa como proteção. “Nada me deixa mais satisfeito do que ver as minhas obras enfeitando igrejas e, em frente delas, fiéis ajoelhados dirigindo a elas as suas preces”, conta o escultor que já teve suas peças exportadas para sete países: Alemanha, Portugal, Itália, Turquia, França, Japão e África.
Assista: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2015/05/de-raiz-de-mandioca-madeira-artesao-ja-esculpiu-duas-mil-pecas.html


Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.