segunda-feira, 25 de maio de 2015

Hospital Santo Antonio de Votorantim terá horta de ervas medicinais

Plantas serão utilizadas na produção de medicamentos naturais.

O uso de plantas no tratamento de doenças é tão antigo quanto a própria humanidade. Desde o surgimento da agricultura, há 12 mil anos e o cultivo dos primeiros alimentos, o mundo evoluiu, assim como a tecnologia no tratamento de doenças. Porém, um hábito ainda permanece imutável: o uso de ervas medicinais.

E é esta tradição dos antepassados que está sendo resgatada, nos terrenos de um dos mais tradicionais hospitais da Região Metropolitana de Sorocaba, o Santo Antonio, presente há 66 anos em Votorantim (SP).

A ideia de cultivar ervas medicinais no hospital surgiu de um outro projeto, iniciado há quase um ano, que consistia em produzir alimentos orgânicos em uma horta, construída nos arredores do prédio principal da instituição, como explica o diretor do Hospital Santo Antonio, Adalton Delanhesi. "Resolvemos aplicar o projeto aqui, para oferecer aos colaboradores, pacientes e visitantes uma alternativa em alimentação saudável, com produtos orgânicos", comenta.

Com o sucesso da primeira empreitada, o segundo passo foi expandir e diversificar as plantas cultivadas no local. "Assim como na primeira horta, a proposta desta é oferecer uma alternativa em tratamentos de doenças simples e comuns, por meio de produtos orgânicos, sem a necessidade de recorrer a fármacos químicos", explica Dra. Renata Lolo Haro, farmacêutica bioquímica do Hospital Santo Antonio e responsável pela horta medicinal.

Inicialmente, a produção de ervas medicinais atenderá somente a demanda interna, dos colaboradores da instituição. Porém, o projeto prevê a expansão gradual de seus benefícios para os pacientes, visitantes e a comunidade em geral.

Dra. Renata, coordenadora do projeto da horta medicinal além de atuar nos laboratórios do hospital, agora também trabalhará com as mãos na terra. Para este novo desafio, ela conta com o apoio de Talita Garcia de Sales, estagiária de farmácia do Hospital Santo Antonio.

A farmacêutica bioquímica conta que as plantas medicinais são muito importantes e que elas têm grande eficácia em tratamentos de doenças de menor gravidade. "Podemos manipular as plantas medicinais e produzir pomadas, xaropes, óleos e banhos, possibilitando tratamento alternativo ou trabalhar na prevenção de doenças".

O projeto da horta de ervas medicinais prevê cultivar, aproximadamente, 20 espécies de plantas, como, por exemplo: boldo, babosa e calêndula.

A calêndula, uma das plantas que serão produzidas na horta do Hospital Santo Antonio, é comum em quintais e terrenos baldios, podendo parecer inútil, a não ser pela beleza de suas flores, mas o vegetal possui propriedades que a tornam uma importante ferramenta no tratamento de úlceras gástricas, feridas e inflamações, tendo seu uso como fitoterápico reconhecido pelo Ministério da Saúde.

Dra. Renata explica, que, com o plantio das primeiras mudas, espera colher os primeiros resultados dentro de 3 a 12 meses. "Algumas plantas necessitam de tempo para se desenvolver e permitir que colhamos ramos, folhas e flores para a produção de medicamentos alternativos. Portanto, estimamos que em, no máximo, um ano estejamos com todas as 20 ervas produzindo em nossa horta".

Ela ainda revela que o projeto da horta medicinal do Hospital Santo Antonio não se limitará a produzir as plantas e administrar os seus remédios, mas também irá instruir as pessoas para elas mesmas possam fazer os próprios tratamentos em casa. "Iremos instruir as pessoas com a forma correta de cultivar as plantas, ensinar as receitas para produzir os medicamentos naturais e indicar os cuidados e a posologia correta dos produtos", conclui.
 

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