segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Internada há uma semana, Sofia é transferida à UTI


Segundo a mãe, transferência foi necessária para troca de acesso venoso.



Depois de voltar a ser internada no Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, por causa de uma alergia severa, a menina Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e seis meses, foi transferida à Unidade de Terapia Intensia (UTI) neste domingo (2). A informação foi confirmada ao G1 pela mãe, Patrícia de Lacerda, que explica que a transferência foi necessária para que fosse feita a troca do acesso venoso central de inserção periféria, chamado de PICC, por onde ela recebe os medicamentos.

O retorno da Sofia ao hospital aconteceu no dia 25 de julho, depois que a criança apresentou muito desconforto por conta de uma vermelhidão pelo corpo. “Ela se coça muito e chega a se ferir, ficamos vigiando-a para não se machucar. Ela fica muito irritada”, conta a mãe.

Apesar do procedimento da troca do acesso ser considerado simples e já previsto pelos médicos que cuidam da menina, Patrícia conta que a filha não está bem. "A vermilhão da pele não melhora, só piora. Os primeiros exames mostraram que ela estava com uma bactéria, mas agora eles [os exames] mostram que ela está com um vírus. Mas, ainda não sabemos direito o que pode ser".

Ainda segundo Patrícia, Sofia permanece na UTI por tempo indeterminado. "Quando terminar a troca do acesso, ela volta para o quarto. Mas ainda não sabemos quando isso vai acontecer. Fico preocupada, porque ela não está bem, mas eu tenho fé em Deus que ela vai ficar", desabafa a mãe que faz questão de pedir por orações pela saúde da filha.

Segunda vez
Esta é a segunda vez que Sofia é internada desde que teve alta hospitalar. A menina foi submetida ao transplante de cinco órgãos do sistema digestivo no dia 10 de abril e deixou o hospital no início de julho. Porém, a menina apresentou uma reação alérgica a fórmula que ela recebe pela veia, que é um tipo de um leite que ajuda a alimenta-lá, seis dias após a alta, no dia 10 de julho e precisou retornar ao hospital.

Quatro dias depois, Sofia voltou para casa e continuou o tratamento ao estilo homecare, que inclui a visitação diária de enfermeiros para recolher amostras para exames. No dia 25 de julho, Sofia apresentou novamente uma alergia, mas, dessa vez, mais severa e teve que voltar a ser internada no hospital dos Estados Unidos.

Disputa judicial
O transplante dos cinco órgãos (intestino grosso e delgado [que inclui o duodeno]; fígado; pâncreas e estômago) só foi possível após uma longa disputa judicial para que o governo brasileiro pagasse os custos da cirurgia, estimados em R$ 2 milhões. A alta ocorreu exatamente um ano depois da chegada da família aos Estados Unidos, no dia 2 de julho.

O transplante foi comandado pelo médico brasileiro Rodrigo Vianna - que trabalha há três anos no hospital de Miami - no dia 10 de abril. A cirurgia durou quase 10 horas. Sofia nasceu com a Síndrome de Berdon, que causa a má-formação dos órgãos do sistema digestivo.

Entenda o caso
Devido à complexidade da síndrome de Berdon, os médicos estimaram, no dia do nascimento de Sofia, que ela não passaria de um ano de vida. Porém, a menina contrariou as expectativas da medicina e comemorou seu primeiro aniversário no dia 24 de dezembro de 2014. "Quando temos fé, o impossível não existe. Quando temos perseverança, o impossível é possível. E a Sofia continua lutando com fé", disse Patrícia ao G1, na época.

Desde que nasceu, no hospital da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, Sofia nunca esteve na casa dos pais, que moram em Votorantim (SP). Ela passou pelo Hospital Samaritano, em Sorocaba (SP) e pelo Hospital das Clínicas de São Paulo. Neste período, passou por três cirurgias, mas ainda necessitava de atendimento especializado para a síndrome rara e para o transplante multivisceral, que não era realizado no Brasil.

Por isso, uma campanha de iniciativa da própria mãe foi iniciada na internet, com o nome “Ajude a Sofia”, visando arrecar fundos para transferir a menina. Ao todo, a família arrecadou R$ 1,8 milhão. Mas os pais continuaram brigando na Justiça para que o governo brasileiro pagasse o valor da cirurgia.

Após diversas questões judiciais, o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) determinou, em julho do ano passado, a transferência da menina para o Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, especializado no tipo de procedimento ao qual Sofia precisava ser submetida, o transplante multivisceral.

Com relação ao dinheiro arrecadado através da campanha "Ajude a Sofia", a intenção dos pais era de doar para outras crianças que, como a Sofia, precisavam de um tratamento caro. Mas quando a família chegou aos EUA, ficou sabendo que o governo brasileiro pagou apenas a cirurgia, um pacote de homecare e alguns medicamentos. "A partir daí passamos a precisar utilizar o dinheiro da campanha. A conta é monitorada pela Justiça”, recorda Patrícia.

Fonte: G1

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