Carlos Araújo
Por Erick Pinheiro
Por Erick Pinheiro
Um dos exemplos nessas condições é o Bairro dos Morros, que tem áreas localizadas em Sorocaba e Votorantim. Na rua José Celeste, altura do número 1.391, no trecho de Sorocaba, uma valeta aberta por enxurrada no meio da rua leva preocupação aos motoristas. "Isso é uma vergonha", protestou anteontem o serralheiro Hélio Amaral, de 57 anos, conduzindo uma moto. "Tá feia a coisa", lamentou o vendedor Márcio Navarro, de 39 anos.
No lado de Votorantim, a dona de casa Fernanda Garcia Galhardo, de 38 anos, mora na rua C, uma via em declive. Enquanto ela falava das dificuldades, um homem jogava terra em um buraco na rua. Outros trechos estavam aterrados, uma improvisação dos moradores para consertar os estragos.
Fernanda informou que nos dias de chuva o ônibus escolar não entra nas ruas em declive porque elas ficam intransitáveis. Parentes buscam as crianças. Pais e mães fazem sacrifícios para conduzir os filhos do local onde o ônibus deixa as crianças até suas casas. Motoristas de automóveis que se arriscam nas subidas, quando podem, dão caronas às crianças. "Fica muito difícil ter criança aqui", diz o aposentado César José Vieira, que todos os dias busca a filha na escola. Ele resumiu: "Sacrifício."
"É um descaso", resumiu o pintor Jeferson Jones, de 34 anos. "Nós somos esquecidos", criticou a dona de casa Rosimeire Vieira de Almeida. E ela cobrou: "Sabe quando lembram da gente? Na época das eleições." Ela acrescentou que, por causa da dificuldade de passagem de carros e ônibus, há pessoas que percorrem até quatro quilômetros a pé para chegar ou sair de casa para trabalhar.
"As ruas estão abandonadas", queixou-se o jardineiro Ademir da Silva Araújo, de 40 anos. "Não tem o que falar, aqui carro não sobe", falou a corretora de imóveis Cristiane Corrêa Santos, de 34 anos.
Quem faz tratamento de saúde também sofre com as vias esburacadas. O aposentado José da Silva, de 55 anos, faz fisioterapia e tem que andar longo trecho a pé até o ponto de ônibus. "É difícil aqui", ele protesta.
Ademir da Silva Araújo calcula que cinco mil pessoas moram na área do Bairro dos Morros afetada pelas condições das vias precárias e que pioram em dias de chuva. Ele conta que o loteamento que atraiu os moradores foi aberto em duas propriedades particulares. Os moradores são servidos por energia elétrica, mas têm que buscar alternativas para o abastecimento de água. As saídas são armazenar água da chuva, compra água ou perfurar poço.


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