Coluna Nossa História Nossa Gente
César Silva
Gazeta de Votorantim
Numa pequena comunidade todos se conhecem, cultivam os mesmos hábitos e na simplicidade alegam que são felizes. Então dá para dizer que no passado, Votorantim se mostrava mais unida e envolvida em ações sociais e comunitárias.
Eram acontecimentos religiosos, datas comemorativas, eventos programados pelas fábricas ou pelo Poder Público que mobilizava com maior facilidade a presença de um grande público. Uma época que não existiam muitas opções de lazer, mas a população interagia a qualquer chamamento que surgisse.
Um desses acontecimentos era o Desfile do Dia da Pátria. O cidadão sentia no seu íntimo uma cobrança maior quanto à necessidade de prestigiar o evento cívico e a presença era vista realmente como uma homenagem à Pátria e não somente como um marco do calendário nacional.
Era com essa disposição que manifestava a vontade de acompanhar o desfile, muitos se deslocando a pé de suas casas, na abertura do evento cantando de boca cheia o Hino Nacional, durante as apresentações segurando uma bandeirinha de plástico da Bandeira Nacional e aplaudir incansavelmente cada atrativo que se apresentava na avenida pelos desfilantes.
O público era mais participativo, o fato da presença de alguém da família na condição de desfilante, já era motivo para que todos os entes mais próximos comparecessem.
Percebe-se que nas escolas estaduais também havia maior interesse em montar suas fanfarras. Era até bonito ir ao local do desfile e ver boa parte das unidades escolares trazendo seu conjunto musical. Agora voltando para o presente, nos últimos anos só pudemos contar com a fanfarra da “Clotilde Belini Capitani” (Jardim Archila) e da Bamavo, como banda marcial formada da “Wilson Prestes Miramontes” (Parque Jataí). Outras escolas estaduais até tentaram montar suas fanfarras, mas não tiveram êxito.
Que possamos ter em mente a busca pela melhor maneira de reverenciar a Pátria e que nossos desfilantes possam celebrar com tamanha vivacidade assim como tiveram seus pais e avós, que no passado também marcaram presença nos desfiles de nossa cidade.
Cesar Silva é jornalista formado pela Uniso, gestor público pós-graduado pela Univ. Fed. do Estado do RJ (Unirio), membro da Academia Votorantinense de Letras, Artes e História e autor dos livros Nossa História Nossa Gente (volumes I e II)
Evento de 1981 na avenida 31 de Março
Concentração na Praça Senador José Ermírio de Moraes
Fanfarra animando o público na rua Ovídio Godinho, na Chave
Desfilantes próximos a avenida Carlos Mariano da Silva
Escola João Ferreira da Silva, na avenida Rev. José Manoel da Conceição
Desfile da Escola Senai na avenida 31 de Março
Dia da Pátria, na rua José Miguel Skif, Barra Funda, em 1970







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